quinta-feira, 30 de junho de 2011

"A year without rain" - Chapter 7

O resto do dia, não teve metade da animação que qualquer outro momento desde a chegada de Zac até segundos antes do comunicado da Sra. Fible. Carlos voltou ao trabalho inconformado por não poder fazer companhia a Vivian, ela ficou feliz ao ouvir isso do marido. Lucas passou à tarde, sem muita novidade, em frente à TV. E Zac foi ao orfanato ver as crianças, Vanessa ligou para Audrey, pedindo que a levasse dali para qualquer lugar e a animasse um pouco. A casa estava mais uma vez silenciosa.
Vanessa chegou um pouco tarde em casa, subiu ao quarto, passando pelo do irmão, olhou de relance, Zac estava sentado à cama, com a cabeça baixa e as mãos no rosto, pensativo. Ela procurou não incomodá-lo, passando direto. Abriu a porta, e havia mais uma carta no chão, ela agachou e abriu:
Não sei o que acontecerá amanhã. Não sei. Não tenho idéia de quem ele seja, talvez uma boa pessoa, talvez não, poderá querer apenas me ver e depois ir, ou pedir para eu ir com ele. Mas sei Vanessa, mas de uma sempre terei certeza, que aconteça o que acontecer, meu amor não morre.
“Agora onde estás? Com teus doces cantos e encantos.
Canta a mim, pois aguardo o sussurro de tuas palavras, cantadeira:
Em nosso recanto. Agora onde estás? Naquele canto. Sorrisos embaçam meu rosto ao te ver.
Do que são minhas palavras, do que valem, quando não tenho você a me inspirar em dizer um pouco mais?
“Canta a mim, cantadeira.”
Não sei daquilo. Tenho certeza disto. E gostaria de saber apenas:
Quando sua faísca virou fogo? E quando seu calor virou desejo?
Eu te amo. Mas isso não é um adeus.
Zac.
Ela fechou a carta, enxugando uma lágrima despercebida depois de ter molhado seu rosto. Sentou a mesa, e começou a escrever:
Não sei o que fiz para merecer tanto, deste jeito... Você só permitirá que eu te agarre o braço e não deixe você partir, acontecendo o que acontecer. Não vou dizer que quero que você vá, pois não quero. Mas não posso dizer isso, conheça-o, eu te peço, pois foi o que você sempre sonhou. Mas prometa voltar, prometa não me deixar. Pois se tu és meu ar, irá haver pouco para eu respirar. E se queres me deixar com mais receio em resposta as tuas doces palavras, darei ao troco.
“Dois corpos ardem em chamas ao sentir tão próxima presença.
Hesitam subitamente, pois não podem saciar este desejo. Não se permite, na verdade, nutrir este sentimento em conjunto, apesar de se amarem.
Amar sem razão, sem pensar que há fim... E não há! Estarão sempre juntos, mas não perto um do outro. “Não sabem por que, mas o fazem, pois se amam o suficiente para não permitir que o sentimento se afogue.”
Eu te amo.
Vanessa, your belle.
Ela então deixou lá, voltando ao quarto. Deitada a cama, olhando para embaixo da porta, se perguntando se havia mais, até quase pregar no sono encostada a parede ouviu o código, ele lhe dizia “Boa noite, pequena” Ela então sorriu, já adormecida.

"A year without rain" - Chapter 6

Estava próximo do horário de almoço, Zac e Vanessa prepararam antes que seus pais chegassem com Lucas. Para os dois, nada poderia se tornar entediante contanto que estivessem juntos. Zac se divertia com a distração de Vanessa, e Vanessa ria com a expressão de censura que ele fazia a ela. Sempre fora assim, ele tentava mostrar ser sério e ela sempre brincando com qualquer resquício.
Quando Vivian, Carlos e Lucas chegaram, a mesa já estava posta. Vivian ficou surpresa e simultaneamente satisfeita com tamanha dedicação de Vanessa, nunca a viu tão disposta a fazer tamanho serviço, e feliz. Carlos e Lucas pareceram nem perceber quem fez ou quem não fez, preocupavam-se apenas com a comida em frente e que deveriam degustá-la o mais rápido possível.
Enquanto comiam e conversavam, a companhia tocou.
- Ah! Deixem que eu atendo. – Vivian indagou.
Ao abrir a porta, franziu a sobrancelha com um olhar curioso ao avistar a... Como é mesmo o nome?
- Bom dia! Mas que surpresa, a senhora por aqui. Aconteceu alguma coisa?
Meu Deus... O nome.
- Bom dia, Sra. Vivian. Desculpe interrompe-la em um horário impróprio. Mas sim, é importante, podemos nos falar aqui fora, a sós?
Lembrei!
- Não prefere entrar, Sra. Fible? Podemos ir à sala, todos almoçam.
- Não, aqui fora está ótimo, por favor.
Vivian sentiu seu coração palpitar mais rápido, sem um por quê. Estranho, pensou. Fechou a porta, e sem pressa logo perguntou:
- O que houve?
- É o pai de Zac.
- O pai de Zac? Não havia ido embora? Deixado a mulher?
- Sim, mas... Ele voltou arrependido.
- E precisou de dezessete anos para se arrepender?
- Bem, eu não sei Vivian. Mas é o pai dele, e clama por seu direito de pai.
- Pai entre aspas. Pois pelo que eu sei, a única família que Zac teve, foram duas: Com a senhora e as crianças do orfanato, e aqui onde está bem.
- Eu sei. Mas é o pai dele.
- Você está certa... Meu Deus. Mas estava tudo tão bem. – Vivian baixara os olhos, triste. Zac era o que essa casa precisava e tão pouco chega já vai embora. Ah! O que dirá a todos? O que dirá a Vanessa?! Vanessa...
- Ele disse que virá buscar Zac amanhã mesmo.
- Ele não é o pai dele! Nós o criamos, do que vale sangue onde há coração?
- Eu sinto muito, Vivian. Todos nós sentimos, as crianças do orfanato estão péssimas também.
- Você o pesquisou? É um bom homem? Como irá criá-lo?
- Olhe... Nós podemos lutar pra que ele continue conosco. Conheço bons advogados que nos dariam até um desconto. Mas... Zac teria que concordar.
- Zac tem um coração tão bom, que esquece ou até não sabe que é o único com este tamanho. Ele não vai permitir que nós o obriguemos a não conhecer o próprio pai. Ele é louco para conhecer quem quer que seja da verdadeira família.
- Então, vai ver que o que precisam é de uma boa conversa. Bem, eu não vou mais tomar o seu tempo, e mais uma vez desculpe por chegar à má hora. Mas pensei que o melhor seria vir o mais rápido possível.
- Estava certa Fible, obrigada. Avisarei a todos agora mesmo, que estão aqui.
- Boa tarde, e rezaremos juntas para que dos males ao pior, ele esteja em boas mãos. E sim, quase ia me esquecendo! Qual o horário melhor para que ele chegue?
- Este mesmo, pois assim todos estarão.
- Certo.
Vivian sorriu, despediu-se, fechou a porta e logo voltou à mesa.
- Mãe! Já terminamos e você de papo. – Reclamara Lucas.
- Tudo bem – Ela sorriu sem graça - Perdi o apetite, querido.
Todos a olharam, esperando dizer alguma coisa.
- Precisamos ter aquela conversa entre família, que não temos a um bom tempo.
Continuaram todos na mesma posição, fitando o olhar.
- Quem esteve aqui foi a Sra. Fible. O... Pai de Zac pretende vê-lo.
No mesmo instante todos olharam para ele, e ele confuso, arregalou os olhos, pegando uma caderneta de seu bolso com um papel, escrevendo nervoso em grandes e um pouco tortas letras: “O QUE?” Olhando para quem estava ao seu lado, Vanessa.
- Zac... O seu pai. – Falara sem olhar em seus olhos, pois estava triste, mas tentava aparentar não estar, então sorriu sem graça.
Vivian continuou.
- Ele disse estar arrependido, Zac, e agora preparado para conhecer seu filho. Virá aqui amanhã para buscá-lo.
Zac mais uma vez, escreveu no mesmo papel embaixo e Vanessa leu em voz alta: “Vocês querem que eu vá?”
Veio então o coro “Não!”
- De maneira alguma, querido. Todos nós, eu creio, não sabemos se ficamos felizes ou tristes, sentimento estranho e engraçado, não? Mas, é o que você sempre quis. Então o que decidir, entenderemos. Queremos que você esteja bem.
Ele escreveu de volta e Vanessa, mas foi sua voz: “Vocês são a minha família. Eu queria conhecê-lo... Mas era quando eu não contava com ninguém. E vocês me acolheram, então já não me sinto mais incompleto.” Ele saiu indo ao seu quarto.
Vanessa quis ir atrás, mas Vivian pegou em seu braço - Deixe, ele precisa ficar só um pouco.
Silêncio.
- Mãe, eu não quero que ele vá. – Lucas o quebrou.
- Eu sei, querido.

"A year without rain" - Chapter 5

Ao amanhecer, estavam todos na mesa para o café da manhã. Vanessa avisara que não estava se sentindo muito bem para ir à escola hoje, ninguém perguntou nada. Seus pais terminaram, e logo foram trabalhar e o ônibus escolar apanhou Lucas. Vanessa ainda enrolava para comer mais, enquanto Zac lavava os pratos. Ele terminou se dirigindo a mesa, sentou ao seu lado apanhou um guardanapo e escreveu: “Tenho uma surpresa pra você. Quando terminar, vá ao seu quarto.” Ela sorriu, e assentiu olhando-o subir as escadas enquanto guardava o guardanapo em seu bolso.
Alguns minutos depois, abriu a porta e ele estava com seu violão sentado a cama, apontando para um papel a sua frente, ela sentou e o leu, havia o seguinte:
Espero que não se importe por eu ter pegado seu violão (Aprendi contigo, pequena curiosa, haha), mas o vi no canto e não resisti em tocar para você. Cante por favor, e sem dizer que há vergonha, pois adoro a sua voz. “Com teus doces cantos e encantos. Canta a mim, pois aguardo o sussurro de tuas palavras, cantadeira.”
Quando ele começou a tocar as primeiras notas, ela deu um daqueles sorrisos empolgantes que ele adorava respondendo-a com outro satisfatório de volta. E ela deitou na cama, com a carta na mão sem olhar para a letra, já a sabia de cor. No começo, cantava baixinho, mas logo perdia a vergonha, dando uma certa entonação: “I love you, I Love you, I Love you! That’s all want to say” Olhava para ele acima, e sorria. E quando ela já estava no último verso “And I Will say the only words I know that you’ll undest...” Ele parou de tocar, colocou o violão cuidadosamente ao lado. Ela o olhou curiosa, franzindo a sobrancelha, ele tocou seu rosto e se abaixou para seus lábios encontrarem os dela, ela se virou um pouco (não que beijá-lo pela primeira vez e ainda de cabeça para baixo tenha sido boníssimo, mas estava ficando um pouco desconfortável) para permitir que seus lábios entreabrissem aos dele e surgissem movimentos delicados de suas línguas.
Ele a beijou com força, puxando-a para si. Acariciou-lhe os seios, seguindo os movimentos simultâneos dos seus lábios urgentes contra os dela, alternando entre sutis mordiscadas sobre a região de seu lábio inferior e logo prosseguindo a massagear sua língua. Ela apertou-o com mais força, sentindo uma excitação crescente, quase que insuportável. Zac descia suas mãos até a barra de sua camisa, levantando-a devagar e parando entre os beijos para observá-la, sem ao menos acreditar. Ela ficara envergonhada, baixava a cabeça se cobrindo com um sorriso sem graça. Ele, com o dedo indicador, levantou o queixo dela para olhá-lo, e não precisou de mais nada, ela sabia que estava tudo bem e não havia motivos para nervosismo agora. Logo, voltaram a se beijar, em um ato, para ambos, urgente, e ele deitou sobre ela, puro e cuidadosamente, como se estivesse tocando em uma delicada rosa. Ao fazer amor, Vanessa sentiu a coisa mais excitante que jamais experimentara: uma explosão primitiva e selvagem que os sacudiu a ambos. Após, ela ficou por um bom tempo nos braços dele, apertando-o contra si e sentindo uma felicidade que nunca julgara possível.
Eles ficaram então, por um breve momento, abraçados um ao outro, ela deitou a cabeça em seu ombro e ele acariciava seus cabelos com um sorriso satisfatório aos lábios, parecia para os dois que aquele momento era uma fotografia imaginável, não deveria acabar em qualquer circunstância. Foi Vanessa que decidiu cortar o clima, quando do nada, pulou dali, virando-se pra ele, Zac tomara um susto, mas gostava quando ela ficava tão feliz do nada, por razão alguma. E então, disse “Sabe um lugar que eu sempre quis conhecer?” Ele balançou a cabeça, que não. “Barcelona... Acho tão lindo!” Ele sorriu, pegou em seu braço, a puxou para perto dela, encostou a cabeça perto da parede chamando-a, ela foi com um olhar confuso. E ele deu toques nela, uns mais largos outros mais curtos para lhe dizer “Te seqüestrarei qualquer dia para irmos até lá” Ela respondeu da mesma forma, dizendo “Promete?” “É uma promessa”. Eles se entreolharam, e quando viram, já estavam presos aos braços um do outro.

"A year without rain" - Chapter 4

A festa ocorria na casa de um dos amigos milionários de Vanessa. Quando chegaram, Zac observava atordoado todas aquelas garotas seminuas, virando barris de cerveja, no canto da parede, casais esperando a hora de um sexo explícito. E no fundo, um garoto com uma lata de coca-cola na face, ele não entendeu o pra quê. Quando foi tirada sua atenção, logo que Vanessa gritou: “Audrey!”
Audrey era sua melhor amiga, e já havia contado sobre Zac.
- Um! Então esse é o misterioso Zac? Prazer em conhecê-lo, querido. Quer uma cerveja?
Zac balançou a cabeça que não sorrindo sem jeito.
- Certo. – E logo olhou para Vanessa. – Bonito hein?
- AMIGA!
- Ok, ok.
Enquanto conversavam, Zac fez um gesto com as mãos para Vanessa perguntando-lhe se ela ou a amiga queriam que ele pegasse algo.
- Ah! Eu quero sim, uma cerveja, obrigada Zac. Quer alguma coisa Audrey?
- Não, não. Ele assentiu, e logo foi. Quando voltou, elas já não estavam lá. Zac franziu a sobrancelha, deixando a cerveja na mesa ao lado, e olhando para todos os arredores. E lá estava Audrey, conversando com algum outro garoto. Ele se dirigiu a ela, com um olhar preocupado.
- Ah Zac! Ela foi procurá-lo.
O garoto a quem acompanhava Audrey, perguntou curioso: - Quem? -Vanessa
- Ah! Eu a vi indo a algum lugar com Anderson.
Audrey no mesmo momento arregalou os olhos. Zac percebeu sua expressão, e fez um gesto com as mãos perguntando-lhe quem é. - Não o entendo querido.
Ele pegou uma caneta do bolso, e escreveu na toalha da mesa ao lado: “QUEM É?”
-O... Ex dela. Acho melhor irmos procurá-la, Vanessa deveria parar de acreditar tanto nas pessoas. Ele no mínimo deve tê-la feito acreditar que ele apenas queria pedir desculpas por tudo e que fossem...
Antes de terminar a frase, Zac já estava com um andar apressado à frente.
-... Amigos?
E logo ela, e o amigo que conversavam foram atrás.
Zac corria estonteado com o som da música misturado às luzes em seus olhos, até que viu de relance uma mão atravessando até atrás da parede, ele percebeu que era ela pela pulseira que usava. Simultaneamente, a imagem da cena veio a sua cabeça, Vanessa sorria pedindo que ele escolhesse qual das duas usaria.
Correu até lá, e ela estava com as mãos presas a quem ele supôs ser o Anderson a dele, juntos demais ele falava alguma coisa em seu ouvido... Ela enojava tentando se sair.
E quando Zac percebeu que voltou aos seus sentidos; o homem já estava no chão. Vanessa correu para abraçá-lo pedindo que a levasse embora dali.
Chega a casa, e cada um infelizmente deve ir para seu quarto. Tenta-se não fazer muito barulho, Vanessa já havia parado de chorar, os braços de Zac haviam reconfortado-lhe. Antes de deixá-la ao quarto, lhe deu um beijo na testa e com os gestos de suas mãos, disse-lhe que tudo iria ficar bem. Ela sorriu, mas com um olhar triste e entrou.
Os dois estavam deitados na cama, olhando para a parede, a única coisa que o separavam... Estavam tão pertos e ao mesmo tempo tão longe. Ele fez alguns toques, longos, curtos, e perguntou: “Está melhor?” “Sim, obrigada por tudo.” “Dorme bem, pequena. “Você também“ Eles dois então beijaram a parede simultaneamente, não sendo proposital.

"A year without rain" - Chapter 3

23h03min. Vanessa pensou “Ele não vêm”. E os próximos dois minutos pareceram-lhe 2 horas. Ele bateu a porta devagar. Ela abriu, e o puxou para dentro silenciosamente, olhando para os lados. O olhou, e dirigiram-se a cama, para sentarem, ela acariciou seu rosto, estudando-o e ele sorriu. Pegou outro papel em branco na cabeceira ao lado e escreveu: (Sempre lhe parecendo que eles estão à longa distância para isso.)
“Você tem um sorriso lindo, Zac. Perdoe-me, mas prefiro e creio que o melhor é que mamãe ainda pense que não nos damos bem; se ela descobrir que estamos no falando muito ou que você vem ao meu quarto tão tarde, irá pensar bobagem, e meu pai não permitirá que fique.”
“Eu entendo, você sempre gosta de ter esse gostinho de estar fazendo algo errado, não? Torna o momento melhor para você, mesmo que não estejamos fazendo nada de errado. Comunicamo-nos por cartas como se morássemos longe, ou até mesmo fingir que não nos conhecemos”
“Pare de me decifrar. Além de sempre acertar, me mata de vergonha.”
“Suas bochechas ficam rosadas aos poucos, você abaixa a cabeça para disfarçar, mas não tem como não perceber, pequena curiosa.”
“Eu tenho uma idéia. Faz tempo que não brinco de forca... Desde a 7ª série. Seria divertido”
Enquanto eles faziam esse “bate papo”, passando o papel um para o outro, ela escrevia e ele não conseguia parar de olhá-la ou ela, vice-versa.
Vanessa pegou outro papel, desenhou um boneco de palito mal feito e borrado com uma borracha, escrevendo Cinco traços tortos.
Eles riam e brincava a noite inteira, ela ficara com muita raiva por nunca conseguir ganhar. Era incrível.
Ele escrevia: “Vai precisar treinar mais um pouco, pequena.”
Nessa brincadeirinha, Vanessa ficou horrorizada, pois já eram uma hora da manhã e ela devia ir para a escola no outro dia, aliás, mais tarde. Avisou isso a Zac, e ele assentiu com a cabeça, deu-lhe um beijo na testa e saiu do quarto devagar e cuidadoso com o barulho.
Na escola, Vanessa estava mais sonolenta, passou a maioria das aulas dormindo ou escrevendo algo que ela não deixava ninguém ver. Ela estava mais pensativa também, distraída. Teriam que chamá-la três vezes, ou na 4ª, gritando para ela perceber seu nome sendo chamado. Terminada a aula, todos foram embora apressadamente, menos Vanessa, que continuava em sua banca, a professora perguntou-lhe se ela não iria acompanhá-los, apontando aos alunos, ela cobriu o caderno e disse que logo mais. Estava estudando o Código Morse, anotando toda a relação do alfabeto e ao lado, como cada letra representava.
Ao chegar a casa, sua mãe ouviu atentamente o barulho da porta. “Querida? Chegou?” “Sim.” “Zac foi visitar as crianças do orfanato que morava. Já deve chegar para o jantar, vamos esperá-lo” “Ah, tanto faz. Vou até meu quarto.”
Subiu até seu quarto, passando pelo de Zac, seu irmão também não estava lá, tivera o visto na sala vendo qualquer desenho animado bobo que ele adora. Deixou o papel com todas as informações, pegou outro qualquer e escreveu:
“Encontrei mais uma forma para nos comunicar. Devo achar que já a conhece, de qualquer forma escrevi para você. Tentarei estudar os gestos futuramente. Procuro cada vez mais uma melhor forma de conversar com você Zac, é sempre reconfortante. Obrigada. De: sua pequena curiosa. xx”

Enquanto isso, no andar de baixo, Vivian preparava o jantar, e seu marido, pai de Vanessa e Lucas, chegara mais cedo do trabalho. Carlos era um homem sério, quando preciso, pois é um pouco barrigudo, devido sua amada cerveja com os amigos numa tarde de domingo, assistindo a um bom jogo de futebol.
Voltara-se a Vivian querendo lhe falar:
- Vivian, ouviu umas risadas à noite? Não sabia se ainda estava acordada, não quis incomodá-la então esperei por perguntar-lhe hoje.
- Sim, também pensei o mesmo. Mas achei estranho... Era a risada de Vanessa.
- Estava com o garoto que você trouxe, não foi? Falei-te que isso não ia dar certo!
- Não querido, é lógico que não. Vanessa nem ao menos se deu bem com Zac, apesar de ser um ótimo garoto, você sabe muito bem disso e achava que tinha me entendido, me conhece e não me arrependo em momento algum de ter-lhe chamado para morar conosco. Ela deveria está no telefone, não canso de reclamar isso. Quando vir a conta...
- É. Sobra pra mim, converse com ela.
- Certo.
- Eu vou tomar meu banho, o jantar vai demorar?
- Não, não. Zac já deve chegar do orfanato, e iremos jantar logo mais.
- Esse menino aqui... São mais despesas nas minhas costas. É cada invenção.
Ele saiu resmungando, indo em direção ao banheiro... –CADÊ MINHA TOALHA?
- PROCURE!

Vivian baixou a cabeça, respirou e suspirou forte com as mãos no rosto, impaciente. Até que Lucas virou o rosto pra trás, tirando a atenção de seu programa e olhou pra ela:
- Mãe, que cheiro é esse?
Era o arroz, que esquecera no fogo, correu até o fogão, apagou, mas não restava mais nada.
Agachou-se no chão da cozinha, com a cabeça em seu colo, segurando as lágrimas. Não era besteira por se sentir assim neste momento, não, seu marido não a tratava tão bem como antes há tempos. Mas não poderia o deixar... O que seriam das crianças? Teria que ser forte e manter a imagem de uma notável “família feliz”. Tão preocupada com o mundo, era Vivian, com as pessoas, em confiar-lhes, em tentar agradar... Até que mal lhe sobrava tempo para pensar em si mesma. Enxugou o rosto e se levantou, um pouco atordoada olhou para a sala, Lucas estava assistindo a TV, Carlos não tinha saído do banheiro ainda... Deve está pensando em alguma de suas putas já que seu corpo de meia-idade não o agrada mais.
Terminou o Jantar, e deixou a mesa posta. Foi ao quarto, tomou um banho, mergulhando a cabeça em água fria, precisava. Ao terminar, se dirigiu ao quarto do lado, de Vanessa, bateu duas vezes.
- Filha? Posso entrar?
- Sim, mãe.
Vivian entrou, e fechou a porta rapidamente. Vanessa aparentava precisar de um pouco de ajuda quanto ao vestido para atacá-lo atrás. Olhou para a mãe, e sorriu: - Uma ajudinha?
- Claro. Mas querida, precisamos conversar um pouco.
Falara Vivian enquanto atacava cada botão, Vanessa estava distraída, pois ao mesmo tempo olhava para seu cabelo no espelho... O ajeitando. “Está ruim, acho que preciso cortá-lo, dar outra aparência”
- Vanessa, me escute!
Vivian já chegara ao quarto com um discurso pronto, séria, mas logo que olhou para a filha e viu o quanto não a via tão feliz, preocupada até com sua aparência, sorriu.
- Pra onde você vai?
- A uma festa
- Por que não leva Zac consigo? É uma boa chance para se reaproximarem - Ela piscou o olho para a filha e ela logo entendeu.
- Mãe... Foram as minhas risadas ontem à noite, não?
- Disse a seu pai que estava no telefone.
- Você é fantástica! Mas... E se o pessoal tiver preconceito? Sabe como são aquelas pessoas.
- Seus verdadeiros amigos a entenderão. Você diz que não, mas tem um coração bom, tão grande quanto o meu.
Vanessa sorriu, e logo se viram abraçadas.
- Obrigada.
Quando Vivian se foi, ela correu para a parede: - Vista s...ua melh...or roupa. Temos uma fes...ta.
- Perguntou-me se minha agenda estava livre?
- Sem graci...nhas. Não sei fazer ISS..o.
- Já estarei pronto.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

"A year without rain" - Chapter 2

Um tanto bom quanto belo garoto, com meros dezessete anos, branco, os olhos azuis refletiam mais brilhantes com qualquer luz que lhe dava algum contraste, cabelos cor de caramelo lisos e um nariz perfeitamente criado que chegava a chamar atenção. Ah, mas... Nunca saiu uma palavra do conjunto de seus dois lábios.
Vanessa sempre fora considerada desde o primário, aquela garota mais bela de sua classe, plausível a quem quer que a reconheça. Acostumada por fim, com todos os homens aos seus pés, porém nunca se deixando apaixonar. Primeiro sinal de fraqueza de uma mulher, ela dizia. Pois sabia que nenhum deles iria lhe retomar algum benefício, mas que evidente nunca iria deixar de viver ou ter alguém por essa razão. Admitia gostar de ter sempre alguém fazendo tudo que ela pede ou deseja.
De qualquer forma, a “fila” de Vanessa nunca parou de andar.
Cabelos longos e morenos, uma boca carnuda abaixo de olhos claros, em que nem mesmo ela sabia ao certo sua cor. Era verde, mas o contorno surpreendia ao se transformar em um azul celeste, magra, alta e esbelta. Desejável.
Zac ficou de dormir no quarto do irmão mais novo de Vanessa, Lucas.
Lucas o adorou, afinal... Não era de falar muito e “encher o saco”, bastava-lhe sua irmã.
Zac sempre estava em sua cama, escrevendo ou ouvindo músicas, lendo bons livros. Um dia, Vanessa passou no quarto olhando de relance e viu que ele lia Nietzsche. Ficou impressionada, por ainda existir homens inteligentes com uma mente tão aberta. Sempre educado, impressionava sempre a todos por não dar trabalho algum, mesmo não tendo recebido educação alguma, além do orfanato.
Vanessa nunca estava em casa, Zac a via da janela do quarto após avisar a mãe que iria para casa de sua amiga, e entrava em um carro com um homem mais velho.
Em um dia qualquer, céu nublado, iria chover talvez. Vivian pediu para que Vanessa subisse ao quarto, e avisasse a Zac que o jantar estava pronto. Ela entrou, ele olhou para ela e ela fez um gesto terrível com as mãos em direção a boca. Ele entendeu, rindo, pensando que ela deveria achar que ele é retardado. Ela ficou lá, sem entender, e andou franzindo as sobrancelhas, quando deixou um dos papeis dele cair. Ela se agachou para colocá-los no lugar, mas a sua curiosidade não a deixou em paz. Ela ficou tentada a ler. Havia o seguinte:
 “Fiquei sobranceiro a expor minha íntegra ventura, a quem eu mesmo não criava fantasias para chegar próximo de tamanho valor. Querido e admirável anjo a quem me resguardas, acordei e não o senti ao meu lado, onde fostes? Pois já se sucederam segundos, minutos e, por fim, passaram as intermináveis horas. Novamente me deixará só? Inconsciente, tomei um mergulho de minhas lágrimas. Não há luz, pois a que me era parte integral, se foi.” Vanessa nunca havia lido algo tão bonito e ao mesmo tempo... Triste. Estava quase derramando uma lágrima emocionada; quando sua mãe gritou: “Vanessa! Você não vai descer?” Ela levou um susto, e correu para descer as escadas, deixando o papel cair.
No dia seguinte, quando voltou da escola. Viu um possível bilhete em sua cabeceira. Era o poema de Zac, e havia escrito mais:
Não haverá problema algum em ficar com este, se realmente gostou, pequena curiosa. Nunca deixei ninguém os ler, foi um descuido meu, só peço que não espalhe ou use para outros fins. Guarde-o, agora é de responsabilidade sua conservá-lo. Este outro fiz após ter estudado-a, espero não ter sido rude em tomar tamanha liberdade.
“Devo parar de acreditar nas pessoas. Devo? Dizem que a culpa está em minha “bondade”; Mas adianta ser bom diante do mundo em que nos apresentam? Lêem-nos como bobinhos.”
Só espero que algum dia dê-me a chance de merecer sua confiança. E assim, farei o possível para não decepcionar-lhe.

Vanessa não dormiu aquela noite... Passou-a inteiro em claro lendo sem parar, cada palavra, para não correr o risco de esquecer cada seguimento, guardou-o em uma caixinha, trancando-a e escondendo-a atrás de suas roupas, dentro de seu guarda-roupa. Ela nunca havia encontrado alguém que teria entendido-lhe tanto em tão pouco tempo, sem nem ao menos terem trocado qualquer conversa; se ela merecia sua confiança, faria o possível para ele merecer o mesmo. Afinal, Zac sabia que poderia confiar nela, mesmo informado –sem querer– do que ela dizia, em relação a “estranhos” em sua casa.
À tarde, ela saiu de seu quarto, e devagar se dirigiu ao do irmão, a porta estava aberta e ela tentou passar despercebida, mas ao mesmo tempo olhando para os lados; não havia ninguém, e então escutou a música da abertura do Balão mágico “Lindo Balão Azul” .E um barulho na cozinha. Era Zac.
Ela entrou devagar, apesar de não fazer muita diferença, deixando em cima da cama, onde Zac dormia, o seguinte bilhete:
“Não posso deixar de informar que me encontrei decepcionada por você não mostrar aos outros este trabalho lindíssimo. Poderia te deixar famoso, se permitisse. Hahaha. Mas não há preocupação, estará aqui guardado como se tivesse trancado no meu próprio coração.”

Vanessa voltou ao seu quarto, vasculhou um de seus LP’s até escolher “Abbey Road”- The Beatles.
Deitada na cama, os olhos fecharam-se e sem perceber, apagou por uns dez minutos, acordando assustada. Olhou para os lados e viu um papel debaixo de sua porta, ela correu para abrir, mas Zac já não estava lá.
“Sempre soube que você não era uma má pessoa, nunca errei em quem senti que poderia confiar, mas você, no momento que a vi, foi a índole mais forte que já me chamou a atenção antes. Você é uma garota especial, Vanessa. Faz isso, com medo de decepcionar-se e sofrer, mas me impressiona já que és uma garota que gosta de correr tantos riscos.”
Ela devolveu por debaixo da porta dele, outro:
“Venha visitar-me aqui, às 23h03min. Quando todos estiverem dormindo, quero vê-lo. Até parece que trocamos cartas por morarmos tão longe”

quarta-feira, 15 de junho de 2011

"A year without rain" - Chapter 1

São Paulo, 1997.
- Mãe, o que há nessa caixinha? – Falara Bianca, seus olhos azuis brilhantes, encarando-a com um ar curioso. Tinha apenas 13 anos, tão doce, mas com uma curiosidade inquietante.
- Vou contar-lhe uma história, querida.

Barcelona, 1984.
- Vanessa... Ah, Vanessa! Quando será um pouco compreensiva com todos nós?
- Poupe-me com todo esse drama, mãe.
- Eu estou lhe pedindo. São só alguns dias! O que eu mais poderia ter feito?
Vanessa cruzou os braços, inconformada. A mãe suspirou revirando os olhos, já sem argumento algum.
- Tiro seu castigo.
- Fechado.

Vanessa e sua mãe, Vivian, não se davam muito bem, eram bastante diferentes. A visão do caráter humano de cada era um tanto desigual.
Vivian trabalhava em uma casa de reabilitação para pessoas especiais. Vanessa não admitia que sua mãe pudesse ser extremamente bondosa com todos, não que isso seja ruim, mas a tornava besta para certas coisas. Por dar confiança demais em quem quer que seja. Vanessa cria que a qualquer momento, se um mendigo lhe pedisse alguma moeda, ela o levaria para jantar em casa.
E então, esse dia que tanto temia chegou: Sua mãe trouxe alguém consigo.
Eis a seguinte explicação por decidir trazê-lo:
Vivian precisava levar algumas roupas para concerto. Estava um pouco irritada por uma briga besta que tivera com Vanessa mais cedo, então entrou na primeira casa avistada; havia um garoto como atendente fazendo algumas anotações, perguntou-lhe:
- Por favor, gostaria de saber quanto fica este montante.
Ele continuou com a cabeça abaixada, fazendo suas devidas anotações. Ele a fitou por um momento, curioso sem entender se estava realmente falando com ele.
- Sim, sim! Você mesmo. O que é?! Não pode falar?! – Ela empurrou seu braço.
Ele então a olhou, com um ar desentendido, fez um sinal de “espere” com as mãos e saiu. Ela já irritada, resmungou:
- Mal educado! Não poderia me responder?
Então, ela percebeu que todos a olhavam de olhos arregalados, censurando-a.
Voltou uma mulher mais velha, com um olhar sério:
- Algum problema, senhora?
- Vocês têm um atendente muito mal educado. Nem ao menos quis me responder.
- A senhora sabe onde está não? Esta é uma casa onde as crianças do orfanato Lírio do Vale nos ajudam. Zac é mudo, ele nunca poderá responder-lhe por mais que quisesse ajudar.
Vivian ficou pasma, sem saber o que dizer... Como poderia ter sido tão rude com uma criança? Nunca tinha passado por tamanho constrangimento. Pediu desculpas, acarretou suas coisas e saiu, sem qualquer reação.
Não dormiu aquela noite pensando no garoto, esperou amanhecer e voltou ao local perguntando pela senhora mais velha com o olhar sério. Ela compareceu.
- Voltou? O que quer?
-Você é a responsável pelas crianças? - Certamente. Por que a pergunta?
- Eu gostaria de adotar Zac. Sinto-me péssima pelo ocorrido, não conseguiria viver com esse peso na consciência. Preciso retribuir, e esse seria o mínimo que ele deve merecer.
- Como devo saber que posso confiar em você? Zac é um garoto muito especial. Nos dois sentidos. Tanto por ser “diferente” quanto por ser muito inteligente e bondoso.
-Eu moro aqui perto. Poderá visitá-lo e ver como está todos os dias. Ele poderá vir aqui, e continuar o trabalho se preferir. Apesar de não precisar, o que receber, claro, fica com ele.
- Zac precisa mesmo de uma família, ele já tem dezessete anos e ninguém nunca o adotou... Quando nasceu procedente de uma mãe pobre e viciada em qualquer tipo de droga, lícita, ilícita, permitida ou proibida; o deixou para ignorar as despesas que teriam por ser especial. Entretanto o entregou ao mundo, foi passado de mão em mão; tanto sujas quanto limpas, até chegar aqui. Graças a Deus, não sei o que seria dele hoje se não tivessem o mandado. Consequentemente chegou um pouco mais velho, os pais preocupam-se em procurar apenas por crianças novíssimas. Quanto mais crescem, mais vão perdendo as esperanças, coitadas.
- Oh, coitado... Mas então, dê-me esta chance! Por favor, Senhora... Fible, certo?
Nome estranho, Vivian pensou. Tanto faz.
- Sim, sim. Passe no orfanato as cinco desta tarde. Assinará alguns papeis, mas deixe para pegá-lo amanhã para poder se despedir das outras crianças. Oh, sentirão sua falta... Já estou até vendo, todas irão querer dormir com ele, no mesmo chão.
- Eu espero que dê tudo certo, em relação à minha família, e principalmente a nós dois.
E assim, Zac pôde finalmente dar um “Oi” ao seu novo lar.