quinta-feira, 30 de junho de 2011

"A year without rain" - Chapter 6

Estava próximo do horário de almoço, Zac e Vanessa prepararam antes que seus pais chegassem com Lucas. Para os dois, nada poderia se tornar entediante contanto que estivessem juntos. Zac se divertia com a distração de Vanessa, e Vanessa ria com a expressão de censura que ele fazia a ela. Sempre fora assim, ele tentava mostrar ser sério e ela sempre brincando com qualquer resquício.
Quando Vivian, Carlos e Lucas chegaram, a mesa já estava posta. Vivian ficou surpresa e simultaneamente satisfeita com tamanha dedicação de Vanessa, nunca a viu tão disposta a fazer tamanho serviço, e feliz. Carlos e Lucas pareceram nem perceber quem fez ou quem não fez, preocupavam-se apenas com a comida em frente e que deveriam degustá-la o mais rápido possível.
Enquanto comiam e conversavam, a companhia tocou.
- Ah! Deixem que eu atendo. – Vivian indagou.
Ao abrir a porta, franziu a sobrancelha com um olhar curioso ao avistar a... Como é mesmo o nome?
- Bom dia! Mas que surpresa, a senhora por aqui. Aconteceu alguma coisa?
Meu Deus... O nome.
- Bom dia, Sra. Vivian. Desculpe interrompe-la em um horário impróprio. Mas sim, é importante, podemos nos falar aqui fora, a sós?
Lembrei!
- Não prefere entrar, Sra. Fible? Podemos ir à sala, todos almoçam.
- Não, aqui fora está ótimo, por favor.
Vivian sentiu seu coração palpitar mais rápido, sem um por quê. Estranho, pensou. Fechou a porta, e sem pressa logo perguntou:
- O que houve?
- É o pai de Zac.
- O pai de Zac? Não havia ido embora? Deixado a mulher?
- Sim, mas... Ele voltou arrependido.
- E precisou de dezessete anos para se arrepender?
- Bem, eu não sei Vivian. Mas é o pai dele, e clama por seu direito de pai.
- Pai entre aspas. Pois pelo que eu sei, a única família que Zac teve, foram duas: Com a senhora e as crianças do orfanato, e aqui onde está bem.
- Eu sei. Mas é o pai dele.
- Você está certa... Meu Deus. Mas estava tudo tão bem. – Vivian baixara os olhos, triste. Zac era o que essa casa precisava e tão pouco chega já vai embora. Ah! O que dirá a todos? O que dirá a Vanessa?! Vanessa...
- Ele disse que virá buscar Zac amanhã mesmo.
- Ele não é o pai dele! Nós o criamos, do que vale sangue onde há coração?
- Eu sinto muito, Vivian. Todos nós sentimos, as crianças do orfanato estão péssimas também.
- Você o pesquisou? É um bom homem? Como irá criá-lo?
- Olhe... Nós podemos lutar pra que ele continue conosco. Conheço bons advogados que nos dariam até um desconto. Mas... Zac teria que concordar.
- Zac tem um coração tão bom, que esquece ou até não sabe que é o único com este tamanho. Ele não vai permitir que nós o obriguemos a não conhecer o próprio pai. Ele é louco para conhecer quem quer que seja da verdadeira família.
- Então, vai ver que o que precisam é de uma boa conversa. Bem, eu não vou mais tomar o seu tempo, e mais uma vez desculpe por chegar à má hora. Mas pensei que o melhor seria vir o mais rápido possível.
- Estava certa Fible, obrigada. Avisarei a todos agora mesmo, que estão aqui.
- Boa tarde, e rezaremos juntas para que dos males ao pior, ele esteja em boas mãos. E sim, quase ia me esquecendo! Qual o horário melhor para que ele chegue?
- Este mesmo, pois assim todos estarão.
- Certo.
Vivian sorriu, despediu-se, fechou a porta e logo voltou à mesa.
- Mãe! Já terminamos e você de papo. – Reclamara Lucas.
- Tudo bem – Ela sorriu sem graça - Perdi o apetite, querido.
Todos a olharam, esperando dizer alguma coisa.
- Precisamos ter aquela conversa entre família, que não temos a um bom tempo.
Continuaram todos na mesma posição, fitando o olhar.
- Quem esteve aqui foi a Sra. Fible. O... Pai de Zac pretende vê-lo.
No mesmo instante todos olharam para ele, e ele confuso, arregalou os olhos, pegando uma caderneta de seu bolso com um papel, escrevendo nervoso em grandes e um pouco tortas letras: “O QUE?” Olhando para quem estava ao seu lado, Vanessa.
- Zac... O seu pai. – Falara sem olhar em seus olhos, pois estava triste, mas tentava aparentar não estar, então sorriu sem graça.
Vivian continuou.
- Ele disse estar arrependido, Zac, e agora preparado para conhecer seu filho. Virá aqui amanhã para buscá-lo.
Zac mais uma vez, escreveu no mesmo papel embaixo e Vanessa leu em voz alta: “Vocês querem que eu vá?”
Veio então o coro “Não!”
- De maneira alguma, querido. Todos nós, eu creio, não sabemos se ficamos felizes ou tristes, sentimento estranho e engraçado, não? Mas, é o que você sempre quis. Então o que decidir, entenderemos. Queremos que você esteja bem.
Ele escreveu de volta e Vanessa, mas foi sua voz: “Vocês são a minha família. Eu queria conhecê-lo... Mas era quando eu não contava com ninguém. E vocês me acolheram, então já não me sinto mais incompleto.” Ele saiu indo ao seu quarto.
Vanessa quis ir atrás, mas Vivian pegou em seu braço - Deixe, ele precisa ficar só um pouco.
Silêncio.
- Mãe, eu não quero que ele vá. – Lucas o quebrou.
- Eu sei, querido.

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