quarta-feira, 15 de junho de 2011

"A noite virou dia" - Chapter 8

Vanessa fechou a gráfica e olhou para o céu. Estava nublado, sinal de que iria chover. Ótimo, pensou ela. O dia esteve todo para chover e só cai quando ela está saindo. Onde estava Gary para lhe dar uma carona em uma horas dessas? Na verdade, Gary aparecia nas piores horas para piorar ainda mais. Talvez se ele aparecesse ali chovesse mais depressa. Vanessa achou melhor apressar o passo antes que a chuva a pegasse.
Por quê ela ainda pensava nessas coisas?
Foi só tentar se proteger que a chuva começou a cair. E não foi fraca, foi muito forte.
- Mau dia, mau dia, mau dia! -resmungou ela, tentando proteger os livros da faculdade. Se os molhasse, não teria como conseguir outros. Achou melhor guardá-los na gráfica e pegá-los logo cedo. Ela abriu a grade e logo em seguida a porta, colocando os livros cuidadosamente em cima do balcão. Vanessa agitou os braços, fato: ela já estava molhada. Não adiantava ficar ali dentro quando já estava completamente molhada. E é o que dizem; chuva forte não dá resfriado. Então ela arriscou, saiu da gráfica, trancou e tentou proteger a cabeça com... Nada. Tinha apenas seu casaco que não era impermeável. Então ela jogou o capuz molhado sobre a cabeça e foi andando. As ruas eram muito sinistras quando chovia. Não passava um carro. Além do quê, aquela era uma rua pouco movimentada até quando tinha um pouco de sol. Agora lá estava ela, andando com aquela chuva de vento forte, o céu estava totalmente cinza e o clima não estava favorável.
Vanessa enterrou as mãos nos bolsos do casaco. Sorte, April a preveniu e disse que seria melhor se levasse um casaco. Estava fazendo um frio daqueles. E agora mais, já que ela estava molhada. Aquele vento... Fato, ela ia pegar um resfriado sim. Pessoas idiotas! Se sabiam que chuva, não importa o peso, dá gripe, por que lhe davam falsas esperanças? De repente, ela parou de andar e olhou para um poste de luz aceso. Olhou ao redor e viu que estava na cidade. Damn! Ela havia andado tanto assim? Bom, já que os ônibus custavam a passar àquela hora, a solução era ir andando mesmo. Devia ser 2pm e já estava escurecendo. Ela só queria ver quando anoitecesse. As lojas estavam todas fechadas. Era um domingo e nos domingos, o comércio não ficava aberto por muito tempo. As pessoas iam curtir o dias, mas aquele era um dia impossível de se aproveitar.
Exceto aquelas pessoas que tem seus maridos e namorados. Dias de chuva são ótimos quando se está com eles. Mas Vanessa não tinha nem namorado e nem marido. Ela tirou o capuz e deu mais uma olhada.
Mas será a nossa senhora da papacosa!? Que lugar era aquele? Seria fácil de reconhecer se as lojas estivessem abertas, mas estava tudo fechado! Não tinha ninguém nas ruas, nem um vendedor de bijouterias baratas circulava por ali, indo para sua casa. Ela já estava a ponto de gritar quando um panfleto voou perto de seu rosto. Ela o agarrou e leu: PONCHO TATOO'S, OS MELHORES PREÇOS, OS MELHORES DESENHOS! PICABO STREET, ABERTO DE SEGUNDA À SABÁDO DAS 9AM ÀS 10PM, DOMINGOS DAS 9AM ÀS 1PM.
Ela riu e jogou o panfleto por ali mesmo, de onde ele veio. Não sabia por que, mas aquele era um bom momento. Estava praticamente perdida na cidade, sozinha, nem os mendigos estavam por ali. Ela sempre se sentiu sozinha. Mas aquele era um momento master. Estava realmente sozinha, no sentido figurado, sozinha em uma rua que ela até certo momento, não sabia qual era. Era uma daquelas ruas que os prédios eram bem antigos e a pintura era gasta [N/A: Recifenses, imaginem o centro da cidade, por ali, perto do Boa Vista e da Fun Fashion. Ou então perto do São Luiz, da ponte de ferro. É o tipo de cenário que eu quero].
Ela ouviu um barulho estranho, vindo do outro lado da rua. Estremeceu ao se virar e ver um bêbado quebrar uma garrafa de cachaça. Só faltava essa... Antes estava sozinha, agora estava com um bêbado. E ele vinha cambaleando na direção dela. JesusMariaJoséSagradoPai, pensou ela. Vanessa olhou da esquerda para a direita e não tinha ninguém. E aquele homem vinha chegando mais perto. Ela deveria ter ficado ali por uns cinco minutos, tentando recordar que rua era aquela; mas agora não importava, ia sair dali. Pôs o capuz de volta e começou a andar depressa, olhando para trás e vendo o bêbado atravessar a rua, indo em sua direção.
Por quê coisas assim só aconteciam com ela? Agora ia ser estuprada e assaltada. Vanessa começou a murmurar todas as orações que conhecia, torcendo para que um carro aparecesse e atropelasse o bêbado. Quanmdo ela se virou novamente para ver o bêbado, ele estava sentado, encostado na perede por ali. Graças a Deus, ela pensou. Vanessa continuou andando até que ouviu um carro vir pela rua. Se virou e tirou o capuz. Era sua chance. Ia pedir uma carona. E daí se tia Marie do orfanato dizia que não era para pegar carona com estranhos? Agora, ela precisava de uma. Ergueu o polegar e foi para o meio da pista. Aquela pessoa ia ter que parar. Por bem ou por mal. Mas ela se surpreendeu ao ver o carro parar logo. Vanessa foi até a janela e bateu, para que a pessoa abrisse. E abriu. Parece que foi sorte. Um sorriso surgiu em seu rosto quando ela reconheceu a pessoa que dirigia.
- Vanessa?! -perguntou Marcos Mion, aquele amigo engraçado de Zac. Ela fechou os olhos e pousou a mão na testa, agradecendo aos santos. - O que você faz nessa rua esquisita e sozinha?
- Eu estou voltando da gráfica, mas com a chuva, o vento, a névoa e tudo mais, acho que não reconheço a rua. -ela explicou.
Marcos deu uma olhada nela e viu que estava molhada. E a chuva continuava a cair cada vez mais forte.
- Como você se perdeu? Você saiu da gráfica e não reconheceu a rua? -ele perguntou indignado.
- Não. Eu fui andando pelo caminho de sempre. Já que na maioria das vezes Gary me dá uma carona para casa, eu tive que vir a pé. Não havia sinal de ônibus pela rua. -ela tornou a explicar.
- Vixe. -ele exclamou. - Vem garota, você está tremendo. Entra aí! -ele desligou as trancas.
- Mas eu estou molhada! Vou molhar seus bancos.
- Deixa disso. -ele disse. - Entra logo.
Ela sorriu e deu a volta, entrando e sentindo o ar quente e o cheiro bom do carro de Marcos. Ele também estava completamente coberto por casacos. O frio era imenso.
- Obrigada. -ela disse. O rapaz abanou o ar.
- Não agradece. Escuta, estamos bem perto da minha casa. Nós vamos pra lá, você troca essa roupa. Com esse frio, você pode pegar uma pneumonia. -ele disse.
- Eu não quero te dar trabalho...
- Não tem conversa. Nós vamos pra lá pra você poder se esquentar. -ele disse por fim. Vanessa sorriu e concordou.

Marcos abriu a porta do apartamento e ligou a luz, jogando a chave do carro na estante. Vanessa entrou atrás dele olhando ao redor. Era um apartamento muito espaçoso. E bonito. Os móveis não eram dos mais sofisticados, mas era tudo muito limpo e organizado.
- Bonito lugar. -ela disse. Marcos sorriu e voltou do corredor com uma muda de roupas.
- Gracias. -Vanessa riu e ele estendeu as roupas. - Peguei o meu casaco mais quente pra ti, toalha e uma calça bem folgada. O banheiro é no final do corredor. Toma um banho quente que eu faço um café pra gente. - ele disse e a garota pegou as roupas seguindo o caminho do banheiro. Ela entrou e se trancou lá dentro. Banheiro limpo, era um bom sinal. Se despiu e entrou no box, ligando o chuveiro e sentindo a água cair quente em sua cabeça. Ela começou a tremer instantaneamente. Era a melhor sensação de todas. Aquela água quente... Não dava vontade de sair dali.
Vanessa demorou mais uns minutos no banho e saiu, pegando a toalha que Marcos lhe entregara. Se olhou no espelho e viu que estava mais pálida do que já era. Linda, uma gata, arrasando. Ela pensou irônica.Vestiu o casaco enorme de Marcos e a calça, penteou o cabelo e saiu.
- Meu café é um pouco forte! -ele exclamou da cozinha. Vanessa estava olhando alguns porta retratos na sala.
- Eu adoro café forte. -respondeu e parou o dedo em uma foto onde estavam Marcos, Luan, Zac e duas garotas. Estavam todos sorridentes. Ela não pôde deixar de reparar em Zac e na garota ao seu lado. Estavam abraçados. Alicia, ela pensou. Só poderia ser. Era muito bonita. Tinha uns olhos azuis incríveis.
- O café. -Marcos disse e entregou uma caneca branca a Vanessa. Ela estava intrigada.
- Quem é? -perguntou apontando para a garota ao lado de Zac.
- Alicia. Noiva de Zac. -ele disse. Vanessa voltou a observar a foto. Era a garotra mais bonita que já vira.
- Como eles se conheceram? -ela perguntou se virando, olhando Marcos e dando um gole no café. O rapaz balançou a cabeça e coçou a nuca.
- Não sei bem... Acho que a Alicia era amiga da prima de Luan. -ele disse simplesmente. - Vem, senta aqui.
Ela foi até o sofá e sentou ao lado dele. Marcos ligou a tv e a olhou.
- Passou o frio? -ele perguntou. Vanessa passou a mão pelos cabelos e balançou a cabeça afirmativamente.
- Agora tá me dando sono. -ela disse e eles riram. Marcos olhou para a varanda e viu que o céu ainda estava nublado. E ainda chovia.
- Essa chuva vai custar a passsar. -disse.
- April deve estar preocupada. -Vanessa comentou lembrando da irmã. - Eu já deveria estar em casa.
- Ela não ligou pra você? -ele perguntou.
- Não, deixei tudo na gráfica, pra não molhar, sabe. -Vanessa disse olhando dentro da caneca, o restinho de café.
- Por que você não ficou lá até a chuva passar, mulher?! -Marcos perguntou incrédulo. Vanessa sorriu.
- Eu já estava molhada. E se eu ficasse lá, não ia sair tão cedo. Olha, a chuva ainda está caindo.
Marcos pousou a caneca vazia na mesinha de centro e cruzou os braços.
- Sua tonta. Você poderia ter ligado para alguém ou ter chamado um táxi! -ele exclamou. Vanessa coçou a cabeça se achando realmente tonta. Sua cabeça estava tão desconcertada esses dias.
- Não pensei nisso. Eu estou avoada ultimamente. -ela disse e Marcos riu. - Eu queria ir pra casa e dormir. Deus, eu tenho que estudar ainda. -ela disse.
- Terminou? -o outro perguntou.
- É. Terminei. -Vanessa respondeu. Marcos levantou e pegou a caneca dela, levando para a cozinha.
- Eu te levo em casa. -disse. Vanessa hesitou.
- Imagina! Eu pego um ônibus, imagina se eu vou te incomodar de novo. -ela retrucou. Mas Marcos já estava pegando a carteira e a chave do carro.
- Vamos lá. -ele disse e Vanessa revirou os olhos. Ela pegou a sacola com suas roupas molhadas e ia saindo do apartamento ao lado de Marcos.
- Mion! -alguém exclamou saindo do elevador, mas Vanessa não viu quem era. - Eu tentei te ligar ontem, mas...
Ela virou e viu com quem Marcos falava. Era Zac. Era uma situação bem esquisita. Vanessa estava saindo com Marcos com apartamento dele e eles encontram Zac saindo do elevador. O rapaz olhou pra Vanessa e franziu a testa.
- Mas ein? -ele perguntou sem entender. Vanessa olhou pra Marcos e o mesmo bufou, começando a rir silenciosamente. Ao ver tal cena, ela começou a rir também. Os ombros de Marcos subiam e desciam cada vez mais. Vanessa pôs as mãos na boca e tentou controlar o riso. Zac ainda olhava de um para outro, sem entender nada. De repente, Marcos começou a rir abertamente A risada dele era tão cointagiante que ela começou a rir junto.
- Vocês querem me dizer qual é a graça? -Zac perguntou seco. Marcos tentava parar de rir e falar, mas tiodas as vezes que ele olhava Zac, ria ainda mais. O outro se virou para Vanessa, que agora estava encostada à porta de Marcos, se acabando em risadas. - Vanessa!
- Zac! -ela disse entre risos. - Bom te ver também! -e riu mais.
- Não foi um cumprimento! Foi uma exclamação! Uma advertência! -ele disse. Marcos se recompôs e tossiu, dando a mão para Vanessa se ajeitar.
- Calma meu chapa. -ele disse a Zac.
- O que ela está fazendo com as suas roupas? -Zac perguntava reparando nas roupas que Vanessa usava.
- Ei cara, cala a boca. Me deixa falar! -Marcos disse sorrindo. - Eu encontrei a Vanessa tomando uma chuva forte na rua. Ela ia ficar doente se eu não a tivesse feito trocar de roupa.
- Verdade. Eu saí da gráfica debaixo de chuva. Como eu sou monga, não pensei em chamar um táxi e vim a pé. -ela disse simplesmente. - Mas aí, eu me perdi pela cidade. Tipo, não reconheci a rua. Estava tudo deserto, não tinha ninguém. Comércio fechado... E aí eu parei pra ver se me situava... Mas apareceu um bêbado. Fiquei tremendo de medo. Por sorte, o Marcos apareceu.
Zac olhava para os dois, desconfiado.
- Sério brô, pode confiar. Mas então, o que você queria? -Marcos desconversou. Zac coçou o queixo e olhou pra ele.
- O CD que você ia me dar. Mas esquece. Onde vocês vão? -ele tornou a perguntar. - Está chovendo.
- Nós sabemos seu mamão. Por isso, estou levando a Vanessa em casa. -o outro disse revirando os olhos. Vanessa sorriu e Zac olhou pra ela.
- Pode deixar, Marcos. Eu levo. -disse. Vanessa olhou de Zac pra Marcos.
- Mas... -Marcos a olhou indeciso. - Tudo bem?
Vanessa deu de ombros.
- Só quero chegar em casa.
- Certo, eu te levo. Quando eu voltar passo aqui, Marcos. -Zac disse e Marcos ergueu o polegar.
- Mais uma vez obrigada. -Vanessa disse a Marcos. - Te devolvo suas roupas bem depressa! -ela riu.
- Sem pressa. -ele abanou o ar e eles se despediram.
Vanessa entrou com Zac no elevador e ele apertou o botão.
Silêncio.
Antes ela estava rindo por Marcos ter levado a situação na esportiva, mas era muito chato. Zac observava o chão com as mãos para trás, calado. De repente, a garota lembrou da foto que vira na estante de Marcos.
- Ela é bonita. -Vanessa disse. Zac ergueu a cabeça e a encarou.
- Quem? -perguntou. Ela girou os olhos e suspirou.
- Sua noiva. -Vanessa respondeu no mesmo instante que o elevador chegou à garagem do prédio de Marcos. Eles foram andando até o carro de Zac, que vacilou ao ouvir o que Vanessa tinha dito.
- Você... Eu não entendo, como você a viu? -Ele perguntou abrindo a porta e vendo Vanessa entrar do outro lado.
- Uma foto na estante do Marcos. Ele disse que era ela. -a garota pôs o cinto e fungou. Droga, seu nariz estava entupido. - Muito bonita. De verdade.
Zac parecia não saber o que dizer. Tinha a cabeça baixa, com a mão na chave. Não teve outra opção a não ser olhar para Vanessa e dizer:
- Obrigada. -e ligou o carro.
Eles passaram metade da viagem calados. Só se falaram quando Vanessa comentou que Betsy havia tido ataques quando contou das lembranças de Luan. Zac riu e disse mais alguma coisa sobre a banda. Eles fizeram uma parada na gráfica para que Vanessa pudesse pegar as coisas que havia deixado lá.
Logo eles estavam sentados no sofá da casa dela. Não tinha ninguém. April deveria estar na casa de sua mãe e Gary com Roxane. Vanessa pegou a caixinha onde guardava alguns papéis e levou até a sala. Tirou um papel meio amarelado e entregou a Zac, que o pegou sorrindo.
- Minha letra era terrível. -ele disse lendo a carta que entregou a Vanessa no dia que ela saiu do orfanato. - Deus do céu, eu escrevi muita besteira.
Ela o olhou indignada.
- Então você acha tudo isso uma grande besteira?
- Não! -Zac riu. - Não foi isso o que eu quis dizer.
Vanessa também sorriu ao vê-lo corar.
- Eu sei.
Eles se calaram por um instante e Zac voltou a ler. Vanessa levantou e foi à cozinha, dizendo:
- Vou fazer um chá. Sinto que preciso de um. -ela comentou e Zac dobrou o papel novamente, mexendo no conteúdo da caixa. Papéis, cartões, fotos e derivados. Ele pegou um papel preto que estava dobrado por ali e abriu curioso. Devia ser um texto. Estava escrito em prata com uma letra bonita, que ele reconhecia muito bem, era de Vanessa. Não mudava, aquela letra. Ele leu:

Eu não dou a mínima para você
Nada pode mudar minha mente, sem chance
Eu estou feliz por deixar você ir embora
Não penso em você à noite
Eu estou feliz em estar sozinha, está certo
Mas isso era ontem.
E agora eu estou te ligando às 3 da manhã
E eu estou aqui na frente da sua porta
Acho que o meu coração não aguenta mais
Eu tenho tenho medo de ficar louca de novo
Eu só queria que fosse como era antes
Acho que meu coração não aguenta mais que isso.
Eu não dou a mínima para o que você faz
Eu vou ficar com você de novo
E é assim que esta noite vai terminar
Você disse que precisa de um tempo
O quanto demora para você ver que nós
Somos muito mais que almas gêmeas?

Ele piscou algumas vezes antes de passar os olhos pelo papel mais uma vez e o dobrou. Ela deveria gostar bastante daquele texto. Estava anexado a uma flor seca por um clipse.
Zac leu o papel mais uma vez e sentiu um aperto. Será que estava falando dele? Era muito óbvio. Vanessa voltou e lhe entregou uma xícara.
- Você que escreveu? -ele perguntou entregando o papel a ela. Vanessa ficou vermelha de uma hora pra outra.
- Sim. -respondeu depressa.
- Não sabia que você escrevia. -ele disse dando um gole do chá.
- Escrevo... às vezes eu tenho uns colapsos. -a garota disse rindo.
- Ficou muito bom. -Zac disse sinceramente. Vanessa abaixou a cabeça e ajeitou o cabelo.
- Valeu, mas... Não gosto muito do que eu escrevo. -ela comentou. Ele pegou o papel de volta.
- Copia pra mim? -perguntou. Vanessa franziu a testa e soltou um "tsc!".
- Deixa disso, Zac!
- Eu adorei, escreve pra mim! Vou guardar na minha caixinha de recordações do lar. -ela olhou torto pra ele. - Eu também tenho uma.
Vanessa pegou o papel e levantou, voltando com um papel e uma caneta. Sentou na mesa e começou a escrever o texto do papel preto para o papel de carta que ela havia pego.
Ao terminar, levantou e entregou a Zac, todo dobradinho. Ele levantou e agradeceu.
- Bom, acho que vou indo. -disse guardando o papel no bolso.
- Obrigada pela carona.
- De nada.
Vanessa abriu a porta e Zac saiu.
- Tchau. -ele disse olhando pra ela. Vanessa sorriu e acenou de volta. Zac entrou no carro e deu a partida.
Por quê ele havia lhe pedido o texto? Intuição, talvez? Sim, pois ela havia escrito tudo aquilo pensando exatamente nele.

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