quinta-feira, 30 de junho de 2011

"A year without rain" - Chapter 3

23h03min. Vanessa pensou “Ele não vêm”. E os próximos dois minutos pareceram-lhe 2 horas. Ele bateu a porta devagar. Ela abriu, e o puxou para dentro silenciosamente, olhando para os lados. O olhou, e dirigiram-se a cama, para sentarem, ela acariciou seu rosto, estudando-o e ele sorriu. Pegou outro papel em branco na cabeceira ao lado e escreveu: (Sempre lhe parecendo que eles estão à longa distância para isso.)
“Você tem um sorriso lindo, Zac. Perdoe-me, mas prefiro e creio que o melhor é que mamãe ainda pense que não nos damos bem; se ela descobrir que estamos no falando muito ou que você vem ao meu quarto tão tarde, irá pensar bobagem, e meu pai não permitirá que fique.”
“Eu entendo, você sempre gosta de ter esse gostinho de estar fazendo algo errado, não? Torna o momento melhor para você, mesmo que não estejamos fazendo nada de errado. Comunicamo-nos por cartas como se morássemos longe, ou até mesmo fingir que não nos conhecemos”
“Pare de me decifrar. Além de sempre acertar, me mata de vergonha.”
“Suas bochechas ficam rosadas aos poucos, você abaixa a cabeça para disfarçar, mas não tem como não perceber, pequena curiosa.”
“Eu tenho uma idéia. Faz tempo que não brinco de forca... Desde a 7ª série. Seria divertido”
Enquanto eles faziam esse “bate papo”, passando o papel um para o outro, ela escrevia e ele não conseguia parar de olhá-la ou ela, vice-versa.
Vanessa pegou outro papel, desenhou um boneco de palito mal feito e borrado com uma borracha, escrevendo Cinco traços tortos.
Eles riam e brincava a noite inteira, ela ficara com muita raiva por nunca conseguir ganhar. Era incrível.
Ele escrevia: “Vai precisar treinar mais um pouco, pequena.”
Nessa brincadeirinha, Vanessa ficou horrorizada, pois já eram uma hora da manhã e ela devia ir para a escola no outro dia, aliás, mais tarde. Avisou isso a Zac, e ele assentiu com a cabeça, deu-lhe um beijo na testa e saiu do quarto devagar e cuidadoso com o barulho.
Na escola, Vanessa estava mais sonolenta, passou a maioria das aulas dormindo ou escrevendo algo que ela não deixava ninguém ver. Ela estava mais pensativa também, distraída. Teriam que chamá-la três vezes, ou na 4ª, gritando para ela perceber seu nome sendo chamado. Terminada a aula, todos foram embora apressadamente, menos Vanessa, que continuava em sua banca, a professora perguntou-lhe se ela não iria acompanhá-los, apontando aos alunos, ela cobriu o caderno e disse que logo mais. Estava estudando o Código Morse, anotando toda a relação do alfabeto e ao lado, como cada letra representava.
Ao chegar a casa, sua mãe ouviu atentamente o barulho da porta. “Querida? Chegou?” “Sim.” “Zac foi visitar as crianças do orfanato que morava. Já deve chegar para o jantar, vamos esperá-lo” “Ah, tanto faz. Vou até meu quarto.”
Subiu até seu quarto, passando pelo de Zac, seu irmão também não estava lá, tivera o visto na sala vendo qualquer desenho animado bobo que ele adora. Deixou o papel com todas as informações, pegou outro qualquer e escreveu:
“Encontrei mais uma forma para nos comunicar. Devo achar que já a conhece, de qualquer forma escrevi para você. Tentarei estudar os gestos futuramente. Procuro cada vez mais uma melhor forma de conversar com você Zac, é sempre reconfortante. Obrigada. De: sua pequena curiosa. xx”

Enquanto isso, no andar de baixo, Vivian preparava o jantar, e seu marido, pai de Vanessa e Lucas, chegara mais cedo do trabalho. Carlos era um homem sério, quando preciso, pois é um pouco barrigudo, devido sua amada cerveja com os amigos numa tarde de domingo, assistindo a um bom jogo de futebol.
Voltara-se a Vivian querendo lhe falar:
- Vivian, ouviu umas risadas à noite? Não sabia se ainda estava acordada, não quis incomodá-la então esperei por perguntar-lhe hoje.
- Sim, também pensei o mesmo. Mas achei estranho... Era a risada de Vanessa.
- Estava com o garoto que você trouxe, não foi? Falei-te que isso não ia dar certo!
- Não querido, é lógico que não. Vanessa nem ao menos se deu bem com Zac, apesar de ser um ótimo garoto, você sabe muito bem disso e achava que tinha me entendido, me conhece e não me arrependo em momento algum de ter-lhe chamado para morar conosco. Ela deveria está no telefone, não canso de reclamar isso. Quando vir a conta...
- É. Sobra pra mim, converse com ela.
- Certo.
- Eu vou tomar meu banho, o jantar vai demorar?
- Não, não. Zac já deve chegar do orfanato, e iremos jantar logo mais.
- Esse menino aqui... São mais despesas nas minhas costas. É cada invenção.
Ele saiu resmungando, indo em direção ao banheiro... –CADÊ MINHA TOALHA?
- PROCURE!

Vivian baixou a cabeça, respirou e suspirou forte com as mãos no rosto, impaciente. Até que Lucas virou o rosto pra trás, tirando a atenção de seu programa e olhou pra ela:
- Mãe, que cheiro é esse?
Era o arroz, que esquecera no fogo, correu até o fogão, apagou, mas não restava mais nada.
Agachou-se no chão da cozinha, com a cabeça em seu colo, segurando as lágrimas. Não era besteira por se sentir assim neste momento, não, seu marido não a tratava tão bem como antes há tempos. Mas não poderia o deixar... O que seriam das crianças? Teria que ser forte e manter a imagem de uma notável “família feliz”. Tão preocupada com o mundo, era Vivian, com as pessoas, em confiar-lhes, em tentar agradar... Até que mal lhe sobrava tempo para pensar em si mesma. Enxugou o rosto e se levantou, um pouco atordoada olhou para a sala, Lucas estava assistindo a TV, Carlos não tinha saído do banheiro ainda... Deve está pensando em alguma de suas putas já que seu corpo de meia-idade não o agrada mais.
Terminou o Jantar, e deixou a mesa posta. Foi ao quarto, tomou um banho, mergulhando a cabeça em água fria, precisava. Ao terminar, se dirigiu ao quarto do lado, de Vanessa, bateu duas vezes.
- Filha? Posso entrar?
- Sim, mãe.
Vivian entrou, e fechou a porta rapidamente. Vanessa aparentava precisar de um pouco de ajuda quanto ao vestido para atacá-lo atrás. Olhou para a mãe, e sorriu: - Uma ajudinha?
- Claro. Mas querida, precisamos conversar um pouco.
Falara Vivian enquanto atacava cada botão, Vanessa estava distraída, pois ao mesmo tempo olhava para seu cabelo no espelho... O ajeitando. “Está ruim, acho que preciso cortá-lo, dar outra aparência”
- Vanessa, me escute!
Vivian já chegara ao quarto com um discurso pronto, séria, mas logo que olhou para a filha e viu o quanto não a via tão feliz, preocupada até com sua aparência, sorriu.
- Pra onde você vai?
- A uma festa
- Por que não leva Zac consigo? É uma boa chance para se reaproximarem - Ela piscou o olho para a filha e ela logo entendeu.
- Mãe... Foram as minhas risadas ontem à noite, não?
- Disse a seu pai que estava no telefone.
- Você é fantástica! Mas... E se o pessoal tiver preconceito? Sabe como são aquelas pessoas.
- Seus verdadeiros amigos a entenderão. Você diz que não, mas tem um coração bom, tão grande quanto o meu.
Vanessa sorriu, e logo se viram abraçadas.
- Obrigada.
Quando Vivian se foi, ela correu para a parede: - Vista s...ua melh...or roupa. Temos uma fes...ta.
- Perguntou-me se minha agenda estava livre?
- Sem graci...nhas. Não sei fazer ISS..o.
- Já estarei pronto.

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