quinta-feira, 30 de junho de 2011

"A year without rain" - Chapter 7

O resto do dia, não teve metade da animação que qualquer outro momento desde a chegada de Zac até segundos antes do comunicado da Sra. Fible. Carlos voltou ao trabalho inconformado por não poder fazer companhia a Vivian, ela ficou feliz ao ouvir isso do marido. Lucas passou à tarde, sem muita novidade, em frente à TV. E Zac foi ao orfanato ver as crianças, Vanessa ligou para Audrey, pedindo que a levasse dali para qualquer lugar e a animasse um pouco. A casa estava mais uma vez silenciosa.
Vanessa chegou um pouco tarde em casa, subiu ao quarto, passando pelo do irmão, olhou de relance, Zac estava sentado à cama, com a cabeça baixa e as mãos no rosto, pensativo. Ela procurou não incomodá-lo, passando direto. Abriu a porta, e havia mais uma carta no chão, ela agachou e abriu:
Não sei o que acontecerá amanhã. Não sei. Não tenho idéia de quem ele seja, talvez uma boa pessoa, talvez não, poderá querer apenas me ver e depois ir, ou pedir para eu ir com ele. Mas sei Vanessa, mas de uma sempre terei certeza, que aconteça o que acontecer, meu amor não morre.
“Agora onde estás? Com teus doces cantos e encantos.
Canta a mim, pois aguardo o sussurro de tuas palavras, cantadeira:
Em nosso recanto. Agora onde estás? Naquele canto. Sorrisos embaçam meu rosto ao te ver.
Do que são minhas palavras, do que valem, quando não tenho você a me inspirar em dizer um pouco mais?
“Canta a mim, cantadeira.”
Não sei daquilo. Tenho certeza disto. E gostaria de saber apenas:
Quando sua faísca virou fogo? E quando seu calor virou desejo?
Eu te amo. Mas isso não é um adeus.
Zac.
Ela fechou a carta, enxugando uma lágrima despercebida depois de ter molhado seu rosto. Sentou a mesa, e começou a escrever:
Não sei o que fiz para merecer tanto, deste jeito... Você só permitirá que eu te agarre o braço e não deixe você partir, acontecendo o que acontecer. Não vou dizer que quero que você vá, pois não quero. Mas não posso dizer isso, conheça-o, eu te peço, pois foi o que você sempre sonhou. Mas prometa voltar, prometa não me deixar. Pois se tu és meu ar, irá haver pouco para eu respirar. E se queres me deixar com mais receio em resposta as tuas doces palavras, darei ao troco.
“Dois corpos ardem em chamas ao sentir tão próxima presença.
Hesitam subitamente, pois não podem saciar este desejo. Não se permite, na verdade, nutrir este sentimento em conjunto, apesar de se amarem.
Amar sem razão, sem pensar que há fim... E não há! Estarão sempre juntos, mas não perto um do outro. “Não sabem por que, mas o fazem, pois se amam o suficiente para não permitir que o sentimento se afogue.”
Eu te amo.
Vanessa, your belle.
Ela então deixou lá, voltando ao quarto. Deitada a cama, olhando para embaixo da porta, se perguntando se havia mais, até quase pregar no sono encostada a parede ouviu o código, ele lhe dizia “Boa noite, pequena” Ela então sorriu, já adormecida.

"A year without rain" - Chapter 6

Estava próximo do horário de almoço, Zac e Vanessa prepararam antes que seus pais chegassem com Lucas. Para os dois, nada poderia se tornar entediante contanto que estivessem juntos. Zac se divertia com a distração de Vanessa, e Vanessa ria com a expressão de censura que ele fazia a ela. Sempre fora assim, ele tentava mostrar ser sério e ela sempre brincando com qualquer resquício.
Quando Vivian, Carlos e Lucas chegaram, a mesa já estava posta. Vivian ficou surpresa e simultaneamente satisfeita com tamanha dedicação de Vanessa, nunca a viu tão disposta a fazer tamanho serviço, e feliz. Carlos e Lucas pareceram nem perceber quem fez ou quem não fez, preocupavam-se apenas com a comida em frente e que deveriam degustá-la o mais rápido possível.
Enquanto comiam e conversavam, a companhia tocou.
- Ah! Deixem que eu atendo. – Vivian indagou.
Ao abrir a porta, franziu a sobrancelha com um olhar curioso ao avistar a... Como é mesmo o nome?
- Bom dia! Mas que surpresa, a senhora por aqui. Aconteceu alguma coisa?
Meu Deus... O nome.
- Bom dia, Sra. Vivian. Desculpe interrompe-la em um horário impróprio. Mas sim, é importante, podemos nos falar aqui fora, a sós?
Lembrei!
- Não prefere entrar, Sra. Fible? Podemos ir à sala, todos almoçam.
- Não, aqui fora está ótimo, por favor.
Vivian sentiu seu coração palpitar mais rápido, sem um por quê. Estranho, pensou. Fechou a porta, e sem pressa logo perguntou:
- O que houve?
- É o pai de Zac.
- O pai de Zac? Não havia ido embora? Deixado a mulher?
- Sim, mas... Ele voltou arrependido.
- E precisou de dezessete anos para se arrepender?
- Bem, eu não sei Vivian. Mas é o pai dele, e clama por seu direito de pai.
- Pai entre aspas. Pois pelo que eu sei, a única família que Zac teve, foram duas: Com a senhora e as crianças do orfanato, e aqui onde está bem.
- Eu sei. Mas é o pai dele.
- Você está certa... Meu Deus. Mas estava tudo tão bem. – Vivian baixara os olhos, triste. Zac era o que essa casa precisava e tão pouco chega já vai embora. Ah! O que dirá a todos? O que dirá a Vanessa?! Vanessa...
- Ele disse que virá buscar Zac amanhã mesmo.
- Ele não é o pai dele! Nós o criamos, do que vale sangue onde há coração?
- Eu sinto muito, Vivian. Todos nós sentimos, as crianças do orfanato estão péssimas também.
- Você o pesquisou? É um bom homem? Como irá criá-lo?
- Olhe... Nós podemos lutar pra que ele continue conosco. Conheço bons advogados que nos dariam até um desconto. Mas... Zac teria que concordar.
- Zac tem um coração tão bom, que esquece ou até não sabe que é o único com este tamanho. Ele não vai permitir que nós o obriguemos a não conhecer o próprio pai. Ele é louco para conhecer quem quer que seja da verdadeira família.
- Então, vai ver que o que precisam é de uma boa conversa. Bem, eu não vou mais tomar o seu tempo, e mais uma vez desculpe por chegar à má hora. Mas pensei que o melhor seria vir o mais rápido possível.
- Estava certa Fible, obrigada. Avisarei a todos agora mesmo, que estão aqui.
- Boa tarde, e rezaremos juntas para que dos males ao pior, ele esteja em boas mãos. E sim, quase ia me esquecendo! Qual o horário melhor para que ele chegue?
- Este mesmo, pois assim todos estarão.
- Certo.
Vivian sorriu, despediu-se, fechou a porta e logo voltou à mesa.
- Mãe! Já terminamos e você de papo. – Reclamara Lucas.
- Tudo bem – Ela sorriu sem graça - Perdi o apetite, querido.
Todos a olharam, esperando dizer alguma coisa.
- Precisamos ter aquela conversa entre família, que não temos a um bom tempo.
Continuaram todos na mesma posição, fitando o olhar.
- Quem esteve aqui foi a Sra. Fible. O... Pai de Zac pretende vê-lo.
No mesmo instante todos olharam para ele, e ele confuso, arregalou os olhos, pegando uma caderneta de seu bolso com um papel, escrevendo nervoso em grandes e um pouco tortas letras: “O QUE?” Olhando para quem estava ao seu lado, Vanessa.
- Zac... O seu pai. – Falara sem olhar em seus olhos, pois estava triste, mas tentava aparentar não estar, então sorriu sem graça.
Vivian continuou.
- Ele disse estar arrependido, Zac, e agora preparado para conhecer seu filho. Virá aqui amanhã para buscá-lo.
Zac mais uma vez, escreveu no mesmo papel embaixo e Vanessa leu em voz alta: “Vocês querem que eu vá?”
Veio então o coro “Não!”
- De maneira alguma, querido. Todos nós, eu creio, não sabemos se ficamos felizes ou tristes, sentimento estranho e engraçado, não? Mas, é o que você sempre quis. Então o que decidir, entenderemos. Queremos que você esteja bem.
Ele escreveu de volta e Vanessa, mas foi sua voz: “Vocês são a minha família. Eu queria conhecê-lo... Mas era quando eu não contava com ninguém. E vocês me acolheram, então já não me sinto mais incompleto.” Ele saiu indo ao seu quarto.
Vanessa quis ir atrás, mas Vivian pegou em seu braço - Deixe, ele precisa ficar só um pouco.
Silêncio.
- Mãe, eu não quero que ele vá. – Lucas o quebrou.
- Eu sei, querido.

"A year without rain" - Chapter 5

Ao amanhecer, estavam todos na mesa para o café da manhã. Vanessa avisara que não estava se sentindo muito bem para ir à escola hoje, ninguém perguntou nada. Seus pais terminaram, e logo foram trabalhar e o ônibus escolar apanhou Lucas. Vanessa ainda enrolava para comer mais, enquanto Zac lavava os pratos. Ele terminou se dirigindo a mesa, sentou ao seu lado apanhou um guardanapo e escreveu: “Tenho uma surpresa pra você. Quando terminar, vá ao seu quarto.” Ela sorriu, e assentiu olhando-o subir as escadas enquanto guardava o guardanapo em seu bolso.
Alguns minutos depois, abriu a porta e ele estava com seu violão sentado a cama, apontando para um papel a sua frente, ela sentou e o leu, havia o seguinte:
Espero que não se importe por eu ter pegado seu violão (Aprendi contigo, pequena curiosa, haha), mas o vi no canto e não resisti em tocar para você. Cante por favor, e sem dizer que há vergonha, pois adoro a sua voz. “Com teus doces cantos e encantos. Canta a mim, pois aguardo o sussurro de tuas palavras, cantadeira.”
Quando ele começou a tocar as primeiras notas, ela deu um daqueles sorrisos empolgantes que ele adorava respondendo-a com outro satisfatório de volta. E ela deitou na cama, com a carta na mão sem olhar para a letra, já a sabia de cor. No começo, cantava baixinho, mas logo perdia a vergonha, dando uma certa entonação: “I love you, I Love you, I Love you! That’s all want to say” Olhava para ele acima, e sorria. E quando ela já estava no último verso “And I Will say the only words I know that you’ll undest...” Ele parou de tocar, colocou o violão cuidadosamente ao lado. Ela o olhou curiosa, franzindo a sobrancelha, ele tocou seu rosto e se abaixou para seus lábios encontrarem os dela, ela se virou um pouco (não que beijá-lo pela primeira vez e ainda de cabeça para baixo tenha sido boníssimo, mas estava ficando um pouco desconfortável) para permitir que seus lábios entreabrissem aos dele e surgissem movimentos delicados de suas línguas.
Ele a beijou com força, puxando-a para si. Acariciou-lhe os seios, seguindo os movimentos simultâneos dos seus lábios urgentes contra os dela, alternando entre sutis mordiscadas sobre a região de seu lábio inferior e logo prosseguindo a massagear sua língua. Ela apertou-o com mais força, sentindo uma excitação crescente, quase que insuportável. Zac descia suas mãos até a barra de sua camisa, levantando-a devagar e parando entre os beijos para observá-la, sem ao menos acreditar. Ela ficara envergonhada, baixava a cabeça se cobrindo com um sorriso sem graça. Ele, com o dedo indicador, levantou o queixo dela para olhá-lo, e não precisou de mais nada, ela sabia que estava tudo bem e não havia motivos para nervosismo agora. Logo, voltaram a se beijar, em um ato, para ambos, urgente, e ele deitou sobre ela, puro e cuidadosamente, como se estivesse tocando em uma delicada rosa. Ao fazer amor, Vanessa sentiu a coisa mais excitante que jamais experimentara: uma explosão primitiva e selvagem que os sacudiu a ambos. Após, ela ficou por um bom tempo nos braços dele, apertando-o contra si e sentindo uma felicidade que nunca julgara possível.
Eles ficaram então, por um breve momento, abraçados um ao outro, ela deitou a cabeça em seu ombro e ele acariciava seus cabelos com um sorriso satisfatório aos lábios, parecia para os dois que aquele momento era uma fotografia imaginável, não deveria acabar em qualquer circunstância. Foi Vanessa que decidiu cortar o clima, quando do nada, pulou dali, virando-se pra ele, Zac tomara um susto, mas gostava quando ela ficava tão feliz do nada, por razão alguma. E então, disse “Sabe um lugar que eu sempre quis conhecer?” Ele balançou a cabeça, que não. “Barcelona... Acho tão lindo!” Ele sorriu, pegou em seu braço, a puxou para perto dela, encostou a cabeça perto da parede chamando-a, ela foi com um olhar confuso. E ele deu toques nela, uns mais largos outros mais curtos para lhe dizer “Te seqüestrarei qualquer dia para irmos até lá” Ela respondeu da mesma forma, dizendo “Promete?” “É uma promessa”. Eles se entreolharam, e quando viram, já estavam presos aos braços um do outro.

"A year without rain" - Chapter 4

A festa ocorria na casa de um dos amigos milionários de Vanessa. Quando chegaram, Zac observava atordoado todas aquelas garotas seminuas, virando barris de cerveja, no canto da parede, casais esperando a hora de um sexo explícito. E no fundo, um garoto com uma lata de coca-cola na face, ele não entendeu o pra quê. Quando foi tirada sua atenção, logo que Vanessa gritou: “Audrey!”
Audrey era sua melhor amiga, e já havia contado sobre Zac.
- Um! Então esse é o misterioso Zac? Prazer em conhecê-lo, querido. Quer uma cerveja?
Zac balançou a cabeça que não sorrindo sem jeito.
- Certo. – E logo olhou para Vanessa. – Bonito hein?
- AMIGA!
- Ok, ok.
Enquanto conversavam, Zac fez um gesto com as mãos para Vanessa perguntando-lhe se ela ou a amiga queriam que ele pegasse algo.
- Ah! Eu quero sim, uma cerveja, obrigada Zac. Quer alguma coisa Audrey?
- Não, não. Ele assentiu, e logo foi. Quando voltou, elas já não estavam lá. Zac franziu a sobrancelha, deixando a cerveja na mesa ao lado, e olhando para todos os arredores. E lá estava Audrey, conversando com algum outro garoto. Ele se dirigiu a ela, com um olhar preocupado.
- Ah Zac! Ela foi procurá-lo.
O garoto a quem acompanhava Audrey, perguntou curioso: - Quem? -Vanessa
- Ah! Eu a vi indo a algum lugar com Anderson.
Audrey no mesmo momento arregalou os olhos. Zac percebeu sua expressão, e fez um gesto com as mãos perguntando-lhe quem é. - Não o entendo querido.
Ele pegou uma caneta do bolso, e escreveu na toalha da mesa ao lado: “QUEM É?”
-O... Ex dela. Acho melhor irmos procurá-la, Vanessa deveria parar de acreditar tanto nas pessoas. Ele no mínimo deve tê-la feito acreditar que ele apenas queria pedir desculpas por tudo e que fossem...
Antes de terminar a frase, Zac já estava com um andar apressado à frente.
-... Amigos?
E logo ela, e o amigo que conversavam foram atrás.
Zac corria estonteado com o som da música misturado às luzes em seus olhos, até que viu de relance uma mão atravessando até atrás da parede, ele percebeu que era ela pela pulseira que usava. Simultaneamente, a imagem da cena veio a sua cabeça, Vanessa sorria pedindo que ele escolhesse qual das duas usaria.
Correu até lá, e ela estava com as mãos presas a quem ele supôs ser o Anderson a dele, juntos demais ele falava alguma coisa em seu ouvido... Ela enojava tentando se sair.
E quando Zac percebeu que voltou aos seus sentidos; o homem já estava no chão. Vanessa correu para abraçá-lo pedindo que a levasse embora dali.
Chega a casa, e cada um infelizmente deve ir para seu quarto. Tenta-se não fazer muito barulho, Vanessa já havia parado de chorar, os braços de Zac haviam reconfortado-lhe. Antes de deixá-la ao quarto, lhe deu um beijo na testa e com os gestos de suas mãos, disse-lhe que tudo iria ficar bem. Ela sorriu, mas com um olhar triste e entrou.
Os dois estavam deitados na cama, olhando para a parede, a única coisa que o separavam... Estavam tão pertos e ao mesmo tempo tão longe. Ele fez alguns toques, longos, curtos, e perguntou: “Está melhor?” “Sim, obrigada por tudo.” “Dorme bem, pequena. “Você também“ Eles dois então beijaram a parede simultaneamente, não sendo proposital.

"A year without rain" - Chapter 3

23h03min. Vanessa pensou “Ele não vêm”. E os próximos dois minutos pareceram-lhe 2 horas. Ele bateu a porta devagar. Ela abriu, e o puxou para dentro silenciosamente, olhando para os lados. O olhou, e dirigiram-se a cama, para sentarem, ela acariciou seu rosto, estudando-o e ele sorriu. Pegou outro papel em branco na cabeceira ao lado e escreveu: (Sempre lhe parecendo que eles estão à longa distância para isso.)
“Você tem um sorriso lindo, Zac. Perdoe-me, mas prefiro e creio que o melhor é que mamãe ainda pense que não nos damos bem; se ela descobrir que estamos no falando muito ou que você vem ao meu quarto tão tarde, irá pensar bobagem, e meu pai não permitirá que fique.”
“Eu entendo, você sempre gosta de ter esse gostinho de estar fazendo algo errado, não? Torna o momento melhor para você, mesmo que não estejamos fazendo nada de errado. Comunicamo-nos por cartas como se morássemos longe, ou até mesmo fingir que não nos conhecemos”
“Pare de me decifrar. Além de sempre acertar, me mata de vergonha.”
“Suas bochechas ficam rosadas aos poucos, você abaixa a cabeça para disfarçar, mas não tem como não perceber, pequena curiosa.”
“Eu tenho uma idéia. Faz tempo que não brinco de forca... Desde a 7ª série. Seria divertido”
Enquanto eles faziam esse “bate papo”, passando o papel um para o outro, ela escrevia e ele não conseguia parar de olhá-la ou ela, vice-versa.
Vanessa pegou outro papel, desenhou um boneco de palito mal feito e borrado com uma borracha, escrevendo Cinco traços tortos.
Eles riam e brincava a noite inteira, ela ficara com muita raiva por nunca conseguir ganhar. Era incrível.
Ele escrevia: “Vai precisar treinar mais um pouco, pequena.”
Nessa brincadeirinha, Vanessa ficou horrorizada, pois já eram uma hora da manhã e ela devia ir para a escola no outro dia, aliás, mais tarde. Avisou isso a Zac, e ele assentiu com a cabeça, deu-lhe um beijo na testa e saiu do quarto devagar e cuidadoso com o barulho.
Na escola, Vanessa estava mais sonolenta, passou a maioria das aulas dormindo ou escrevendo algo que ela não deixava ninguém ver. Ela estava mais pensativa também, distraída. Teriam que chamá-la três vezes, ou na 4ª, gritando para ela perceber seu nome sendo chamado. Terminada a aula, todos foram embora apressadamente, menos Vanessa, que continuava em sua banca, a professora perguntou-lhe se ela não iria acompanhá-los, apontando aos alunos, ela cobriu o caderno e disse que logo mais. Estava estudando o Código Morse, anotando toda a relação do alfabeto e ao lado, como cada letra representava.
Ao chegar a casa, sua mãe ouviu atentamente o barulho da porta. “Querida? Chegou?” “Sim.” “Zac foi visitar as crianças do orfanato que morava. Já deve chegar para o jantar, vamos esperá-lo” “Ah, tanto faz. Vou até meu quarto.”
Subiu até seu quarto, passando pelo de Zac, seu irmão também não estava lá, tivera o visto na sala vendo qualquer desenho animado bobo que ele adora. Deixou o papel com todas as informações, pegou outro qualquer e escreveu:
“Encontrei mais uma forma para nos comunicar. Devo achar que já a conhece, de qualquer forma escrevi para você. Tentarei estudar os gestos futuramente. Procuro cada vez mais uma melhor forma de conversar com você Zac, é sempre reconfortante. Obrigada. De: sua pequena curiosa. xx”

Enquanto isso, no andar de baixo, Vivian preparava o jantar, e seu marido, pai de Vanessa e Lucas, chegara mais cedo do trabalho. Carlos era um homem sério, quando preciso, pois é um pouco barrigudo, devido sua amada cerveja com os amigos numa tarde de domingo, assistindo a um bom jogo de futebol.
Voltara-se a Vivian querendo lhe falar:
- Vivian, ouviu umas risadas à noite? Não sabia se ainda estava acordada, não quis incomodá-la então esperei por perguntar-lhe hoje.
- Sim, também pensei o mesmo. Mas achei estranho... Era a risada de Vanessa.
- Estava com o garoto que você trouxe, não foi? Falei-te que isso não ia dar certo!
- Não querido, é lógico que não. Vanessa nem ao menos se deu bem com Zac, apesar de ser um ótimo garoto, você sabe muito bem disso e achava que tinha me entendido, me conhece e não me arrependo em momento algum de ter-lhe chamado para morar conosco. Ela deveria está no telefone, não canso de reclamar isso. Quando vir a conta...
- É. Sobra pra mim, converse com ela.
- Certo.
- Eu vou tomar meu banho, o jantar vai demorar?
- Não, não. Zac já deve chegar do orfanato, e iremos jantar logo mais.
- Esse menino aqui... São mais despesas nas minhas costas. É cada invenção.
Ele saiu resmungando, indo em direção ao banheiro... –CADÊ MINHA TOALHA?
- PROCURE!

Vivian baixou a cabeça, respirou e suspirou forte com as mãos no rosto, impaciente. Até que Lucas virou o rosto pra trás, tirando a atenção de seu programa e olhou pra ela:
- Mãe, que cheiro é esse?
Era o arroz, que esquecera no fogo, correu até o fogão, apagou, mas não restava mais nada.
Agachou-se no chão da cozinha, com a cabeça em seu colo, segurando as lágrimas. Não era besteira por se sentir assim neste momento, não, seu marido não a tratava tão bem como antes há tempos. Mas não poderia o deixar... O que seriam das crianças? Teria que ser forte e manter a imagem de uma notável “família feliz”. Tão preocupada com o mundo, era Vivian, com as pessoas, em confiar-lhes, em tentar agradar... Até que mal lhe sobrava tempo para pensar em si mesma. Enxugou o rosto e se levantou, um pouco atordoada olhou para a sala, Lucas estava assistindo a TV, Carlos não tinha saído do banheiro ainda... Deve está pensando em alguma de suas putas já que seu corpo de meia-idade não o agrada mais.
Terminou o Jantar, e deixou a mesa posta. Foi ao quarto, tomou um banho, mergulhando a cabeça em água fria, precisava. Ao terminar, se dirigiu ao quarto do lado, de Vanessa, bateu duas vezes.
- Filha? Posso entrar?
- Sim, mãe.
Vivian entrou, e fechou a porta rapidamente. Vanessa aparentava precisar de um pouco de ajuda quanto ao vestido para atacá-lo atrás. Olhou para a mãe, e sorriu: - Uma ajudinha?
- Claro. Mas querida, precisamos conversar um pouco.
Falara Vivian enquanto atacava cada botão, Vanessa estava distraída, pois ao mesmo tempo olhava para seu cabelo no espelho... O ajeitando. “Está ruim, acho que preciso cortá-lo, dar outra aparência”
- Vanessa, me escute!
Vivian já chegara ao quarto com um discurso pronto, séria, mas logo que olhou para a filha e viu o quanto não a via tão feliz, preocupada até com sua aparência, sorriu.
- Pra onde você vai?
- A uma festa
- Por que não leva Zac consigo? É uma boa chance para se reaproximarem - Ela piscou o olho para a filha e ela logo entendeu.
- Mãe... Foram as minhas risadas ontem à noite, não?
- Disse a seu pai que estava no telefone.
- Você é fantástica! Mas... E se o pessoal tiver preconceito? Sabe como são aquelas pessoas.
- Seus verdadeiros amigos a entenderão. Você diz que não, mas tem um coração bom, tão grande quanto o meu.
Vanessa sorriu, e logo se viram abraçadas.
- Obrigada.
Quando Vivian se foi, ela correu para a parede: - Vista s...ua melh...or roupa. Temos uma fes...ta.
- Perguntou-me se minha agenda estava livre?
- Sem graci...nhas. Não sei fazer ISS..o.
- Já estarei pronto.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

"A year without rain" - Chapter 2

Um tanto bom quanto belo garoto, com meros dezessete anos, branco, os olhos azuis refletiam mais brilhantes com qualquer luz que lhe dava algum contraste, cabelos cor de caramelo lisos e um nariz perfeitamente criado que chegava a chamar atenção. Ah, mas... Nunca saiu uma palavra do conjunto de seus dois lábios.
Vanessa sempre fora considerada desde o primário, aquela garota mais bela de sua classe, plausível a quem quer que a reconheça. Acostumada por fim, com todos os homens aos seus pés, porém nunca se deixando apaixonar. Primeiro sinal de fraqueza de uma mulher, ela dizia. Pois sabia que nenhum deles iria lhe retomar algum benefício, mas que evidente nunca iria deixar de viver ou ter alguém por essa razão. Admitia gostar de ter sempre alguém fazendo tudo que ela pede ou deseja.
De qualquer forma, a “fila” de Vanessa nunca parou de andar.
Cabelos longos e morenos, uma boca carnuda abaixo de olhos claros, em que nem mesmo ela sabia ao certo sua cor. Era verde, mas o contorno surpreendia ao se transformar em um azul celeste, magra, alta e esbelta. Desejável.
Zac ficou de dormir no quarto do irmão mais novo de Vanessa, Lucas.
Lucas o adorou, afinal... Não era de falar muito e “encher o saco”, bastava-lhe sua irmã.
Zac sempre estava em sua cama, escrevendo ou ouvindo músicas, lendo bons livros. Um dia, Vanessa passou no quarto olhando de relance e viu que ele lia Nietzsche. Ficou impressionada, por ainda existir homens inteligentes com uma mente tão aberta. Sempre educado, impressionava sempre a todos por não dar trabalho algum, mesmo não tendo recebido educação alguma, além do orfanato.
Vanessa nunca estava em casa, Zac a via da janela do quarto após avisar a mãe que iria para casa de sua amiga, e entrava em um carro com um homem mais velho.
Em um dia qualquer, céu nublado, iria chover talvez. Vivian pediu para que Vanessa subisse ao quarto, e avisasse a Zac que o jantar estava pronto. Ela entrou, ele olhou para ela e ela fez um gesto terrível com as mãos em direção a boca. Ele entendeu, rindo, pensando que ela deveria achar que ele é retardado. Ela ficou lá, sem entender, e andou franzindo as sobrancelhas, quando deixou um dos papeis dele cair. Ela se agachou para colocá-los no lugar, mas a sua curiosidade não a deixou em paz. Ela ficou tentada a ler. Havia o seguinte:
 “Fiquei sobranceiro a expor minha íntegra ventura, a quem eu mesmo não criava fantasias para chegar próximo de tamanho valor. Querido e admirável anjo a quem me resguardas, acordei e não o senti ao meu lado, onde fostes? Pois já se sucederam segundos, minutos e, por fim, passaram as intermináveis horas. Novamente me deixará só? Inconsciente, tomei um mergulho de minhas lágrimas. Não há luz, pois a que me era parte integral, se foi.” Vanessa nunca havia lido algo tão bonito e ao mesmo tempo... Triste. Estava quase derramando uma lágrima emocionada; quando sua mãe gritou: “Vanessa! Você não vai descer?” Ela levou um susto, e correu para descer as escadas, deixando o papel cair.
No dia seguinte, quando voltou da escola. Viu um possível bilhete em sua cabeceira. Era o poema de Zac, e havia escrito mais:
Não haverá problema algum em ficar com este, se realmente gostou, pequena curiosa. Nunca deixei ninguém os ler, foi um descuido meu, só peço que não espalhe ou use para outros fins. Guarde-o, agora é de responsabilidade sua conservá-lo. Este outro fiz após ter estudado-a, espero não ter sido rude em tomar tamanha liberdade.
“Devo parar de acreditar nas pessoas. Devo? Dizem que a culpa está em minha “bondade”; Mas adianta ser bom diante do mundo em que nos apresentam? Lêem-nos como bobinhos.”
Só espero que algum dia dê-me a chance de merecer sua confiança. E assim, farei o possível para não decepcionar-lhe.

Vanessa não dormiu aquela noite... Passou-a inteiro em claro lendo sem parar, cada palavra, para não correr o risco de esquecer cada seguimento, guardou-o em uma caixinha, trancando-a e escondendo-a atrás de suas roupas, dentro de seu guarda-roupa. Ela nunca havia encontrado alguém que teria entendido-lhe tanto em tão pouco tempo, sem nem ao menos terem trocado qualquer conversa; se ela merecia sua confiança, faria o possível para ele merecer o mesmo. Afinal, Zac sabia que poderia confiar nela, mesmo informado –sem querer– do que ela dizia, em relação a “estranhos” em sua casa.
À tarde, ela saiu de seu quarto, e devagar se dirigiu ao do irmão, a porta estava aberta e ela tentou passar despercebida, mas ao mesmo tempo olhando para os lados; não havia ninguém, e então escutou a música da abertura do Balão mágico “Lindo Balão Azul” .E um barulho na cozinha. Era Zac.
Ela entrou devagar, apesar de não fazer muita diferença, deixando em cima da cama, onde Zac dormia, o seguinte bilhete:
“Não posso deixar de informar que me encontrei decepcionada por você não mostrar aos outros este trabalho lindíssimo. Poderia te deixar famoso, se permitisse. Hahaha. Mas não há preocupação, estará aqui guardado como se tivesse trancado no meu próprio coração.”

Vanessa voltou ao seu quarto, vasculhou um de seus LP’s até escolher “Abbey Road”- The Beatles.
Deitada na cama, os olhos fecharam-se e sem perceber, apagou por uns dez minutos, acordando assustada. Olhou para os lados e viu um papel debaixo de sua porta, ela correu para abrir, mas Zac já não estava lá.
“Sempre soube que você não era uma má pessoa, nunca errei em quem senti que poderia confiar, mas você, no momento que a vi, foi a índole mais forte que já me chamou a atenção antes. Você é uma garota especial, Vanessa. Faz isso, com medo de decepcionar-se e sofrer, mas me impressiona já que és uma garota que gosta de correr tantos riscos.”
Ela devolveu por debaixo da porta dele, outro:
“Venha visitar-me aqui, às 23h03min. Quando todos estiverem dormindo, quero vê-lo. Até parece que trocamos cartas por morarmos tão longe”

quarta-feira, 15 de junho de 2011

"A year without rain" - Chapter 1

São Paulo, 1997.
- Mãe, o que há nessa caixinha? – Falara Bianca, seus olhos azuis brilhantes, encarando-a com um ar curioso. Tinha apenas 13 anos, tão doce, mas com uma curiosidade inquietante.
- Vou contar-lhe uma história, querida.

Barcelona, 1984.
- Vanessa... Ah, Vanessa! Quando será um pouco compreensiva com todos nós?
- Poupe-me com todo esse drama, mãe.
- Eu estou lhe pedindo. São só alguns dias! O que eu mais poderia ter feito?
Vanessa cruzou os braços, inconformada. A mãe suspirou revirando os olhos, já sem argumento algum.
- Tiro seu castigo.
- Fechado.

Vanessa e sua mãe, Vivian, não se davam muito bem, eram bastante diferentes. A visão do caráter humano de cada era um tanto desigual.
Vivian trabalhava em uma casa de reabilitação para pessoas especiais. Vanessa não admitia que sua mãe pudesse ser extremamente bondosa com todos, não que isso seja ruim, mas a tornava besta para certas coisas. Por dar confiança demais em quem quer que seja. Vanessa cria que a qualquer momento, se um mendigo lhe pedisse alguma moeda, ela o levaria para jantar em casa.
E então, esse dia que tanto temia chegou: Sua mãe trouxe alguém consigo.
Eis a seguinte explicação por decidir trazê-lo:
Vivian precisava levar algumas roupas para concerto. Estava um pouco irritada por uma briga besta que tivera com Vanessa mais cedo, então entrou na primeira casa avistada; havia um garoto como atendente fazendo algumas anotações, perguntou-lhe:
- Por favor, gostaria de saber quanto fica este montante.
Ele continuou com a cabeça abaixada, fazendo suas devidas anotações. Ele a fitou por um momento, curioso sem entender se estava realmente falando com ele.
- Sim, sim! Você mesmo. O que é?! Não pode falar?! – Ela empurrou seu braço.
Ele então a olhou, com um ar desentendido, fez um sinal de “espere” com as mãos e saiu. Ela já irritada, resmungou:
- Mal educado! Não poderia me responder?
Então, ela percebeu que todos a olhavam de olhos arregalados, censurando-a.
Voltou uma mulher mais velha, com um olhar sério:
- Algum problema, senhora?
- Vocês têm um atendente muito mal educado. Nem ao menos quis me responder.
- A senhora sabe onde está não? Esta é uma casa onde as crianças do orfanato Lírio do Vale nos ajudam. Zac é mudo, ele nunca poderá responder-lhe por mais que quisesse ajudar.
Vivian ficou pasma, sem saber o que dizer... Como poderia ter sido tão rude com uma criança? Nunca tinha passado por tamanho constrangimento. Pediu desculpas, acarretou suas coisas e saiu, sem qualquer reação.
Não dormiu aquela noite pensando no garoto, esperou amanhecer e voltou ao local perguntando pela senhora mais velha com o olhar sério. Ela compareceu.
- Voltou? O que quer?
-Você é a responsável pelas crianças? - Certamente. Por que a pergunta?
- Eu gostaria de adotar Zac. Sinto-me péssima pelo ocorrido, não conseguiria viver com esse peso na consciência. Preciso retribuir, e esse seria o mínimo que ele deve merecer.
- Como devo saber que posso confiar em você? Zac é um garoto muito especial. Nos dois sentidos. Tanto por ser “diferente” quanto por ser muito inteligente e bondoso.
-Eu moro aqui perto. Poderá visitá-lo e ver como está todos os dias. Ele poderá vir aqui, e continuar o trabalho se preferir. Apesar de não precisar, o que receber, claro, fica com ele.
- Zac precisa mesmo de uma família, ele já tem dezessete anos e ninguém nunca o adotou... Quando nasceu procedente de uma mãe pobre e viciada em qualquer tipo de droga, lícita, ilícita, permitida ou proibida; o deixou para ignorar as despesas que teriam por ser especial. Entretanto o entregou ao mundo, foi passado de mão em mão; tanto sujas quanto limpas, até chegar aqui. Graças a Deus, não sei o que seria dele hoje se não tivessem o mandado. Consequentemente chegou um pouco mais velho, os pais preocupam-se em procurar apenas por crianças novíssimas. Quanto mais crescem, mais vão perdendo as esperanças, coitadas.
- Oh, coitado... Mas então, dê-me esta chance! Por favor, Senhora... Fible, certo?
Nome estranho, Vivian pensou. Tanto faz.
- Sim, sim. Passe no orfanato as cinco desta tarde. Assinará alguns papeis, mas deixe para pegá-lo amanhã para poder se despedir das outras crianças. Oh, sentirão sua falta... Já estou até vendo, todas irão querer dormir com ele, no mesmo chão.
- Eu espero que dê tudo certo, em relação à minha família, e principalmente a nós dois.
E assim, Zac pôde finalmente dar um “Oi” ao seu novo lar.

Mini-Fic: "Ain't no mountain high enough"

É como uma tempestade contra a janela.
Me persegue como uma sombra.
Eu nadarei um oceano sem fim,
Até que você traga de volta a sua devoção.
É como se eu vivesse 100 vidas.

A chuva não parava mesmo assim, Vanessa continuava seu caminho era como se nada estivesse acontecendo, como se a tempestade não passasse de uma mera brisa de verão contra seu corpo frágil e tremulo. A mulher parecia não sentir o vento cortante contra sua face nem se assustava com os raios no céu encoberto por nuvens negras.
Os pingos de chuva molhavam seu cabelo sem que ela se desse conta, pensava unicamente em Zac , em como perdera sua chance por motivos bobos, confiou que seu amor por ele seria suficiente para provar que dizia a verdade e foi decepcionada. Ele estava mais preocupado com sua imagem como cantor do Wildcats com que o mal que ambos sofriam.

Ainda procurando por aquela que é a certa.
Veja, seguir em frente não está funcionando;
Você acendeu o fogo que eu estou queimando.
E tudo que eu posso fazer é proteger isso,
Uma vida pelo bem do meu orgulho!

Zac acendeu o fogo da lareira de sua casa lá fora a tempestade desafiava aqueles que tentassem enfrentá-la, esperava que Vanessa estivesse bem. “Droga! Estou pensando nela de novo, por quê?”
Já fazia algumas horas que a flagrara em sua casa com outro, justo ela a mulher que escolheu para amar com outro, não conseguia entender em que tinha falhado para ela o trair assim.
Passou a mão pelos cabelos cor de caramelo despenteando, como ocorria sempre que cantava com os outros do Wildcats, tudo aconteceu tão rápido que pensou ser um pesadelo ver sua namorada ali beijando outro.
O orgulho a fez expulsá-la de lá mesmo com a chuva que caía, queria se vingar da traição, ferir Vanessa como ela o tinha ferido talvez assim curasse a dor que sentia.
Enquanto todos os outros me deixaram pensando.

Nós poderíamos ser mais do que apenas maravilhosos.
Eu acho que estou me segurando à minha fé.
Uma esperança sólida, estou me dirigindo a sua direção.
E rastejar por cima de tudo isso é tão tentador;

Não iria voltar, não pediria perdão, afinal não fizera nada de errado, fora Nick Jonas que agarrara e não tinha culpa se ele não acreditava nela. Preferia crer em uma mentira do que na verdade, na sua verdade.
Nunca perdoaria Nick Jonas a quem pensara ser seu amigo quase como um irmão por tê-la feito passar por tudo aquilo.
A Ferrari de Nick Jonas parou, ele abriu a porta, Vanessa sequer olhou. Esperou ele dizer todas as mentiras.

Eu não pude ver, eu devo ter acreditado em uma mentira.
Se eu admitisse isso, você me deixaria fazer as coisas direito?
Está tudo perdido? Oh não. Nós poderíamos ser mais do que;
Nós poderíamos ser mais do que maravilhosos

Querendo esquecê-la ligou a televisão, precisava de algo para não pensar na dor que sentia, será que um dia essa dor acabaria?
O que viu não o fez esquecer, se viu na TV, olhou em volta e notou que a câmera estava ligada, com raiva foi desligá-la. Com certeza Vanessa gravava alguma coisa.
“- Não vou ver isso!” - dizia a si mesmo, mas a curiosidade o venceu. Colocou as imagens que ela fez, ali estava ela, que horas atrás era sua namorada perfeita que o completava.
- Zac eu te amo tanto, o que temos juntos é tão maravilhoso.
- Mentira! – gritou só na sala.
De repente Nick Jonas apareceu no vídeo, os dois falavam alto discutiam. - Vanessa esse cantor não serve para você!
- Eu amo o Zac, compreenda Nick Jonas .
- Eu te amo, vou te dar mundo! – ele a agarrou a força.
- Me solta, seu louco. - naquele momento ele a beijou.
“- Ela não me traiu, acreditei numa mentira que ele inventou, preciso achar Vanessa !”
Saiu correndo com as chaves do carro, tinha que encontrá–la não importava como, pediria perdão, imploraria se fosse o caso, mas tinha que tê-la de volta.

E tudo que eu posso fazer é proteger isso,
Uma vida pelo bem do meu orgulho!
Enquanto todos os outros me deixaram pensando
Diretamente para o jeito como estou me sentindo,
Oh, nós poderíamos ser mais do que apenas maravilhosos!

Nick Jonas falava coisas que não faziam mais sentindo, tudo que tinha estava perdido! Amava uma pessoa que não a queria, preferia acreditar numa mentira do que nela, ali estava na chuva com a água lavando sua alma.
- Entre no carro Vanessa, vou cuidar de você!
- Não vou a lugar nenhum com você! Me enganou, pensei que fosse meu amigo.
- Anda, não vou discutir com você! Aquele cara não te merece, eu vou cuidar de você! – ele a puxou pelo braço.
- Larga minha mulher! Deixe Vanessa em paz.
- Zac! – o brilho de esperança surgiu em seus olhos.
- Você viu o beijo, sabe que nós temos um caso.
- Não é verdade. - Vanessa se defendeu.
- Não vou acreditar em você, Nick Jonas , suas mentiras não me convencem! – foi até Vanessa – Desculpe, por favor, me diga que não está tudo perdido.
- Não está, Zac! – ela foi na direção dele.
- Fique longe dela! - ele a abraçou.
Ficaram alguns momentos abraçados deixando que as águas da tempestade lavassem a dor que sentiram.
- Você está tremendo meu amor, vamos para casa.
- Sim, vamos...
Mais tarde os dois estavam abraçados em frente a lareira depois de terem se amado.
- O que temos é maravilhoso!
- Muito mais que maravilhoso, Zac , eu te amo!
- Eu sei e vou cuidar disso para sempre! – a beijou.
Lá fora a tempestade tinha passado deixando um lindo nascer de um novo dia.

~THE END~

Mini-Fic: "1, 2, 3, Goodbye"

O ano de 1915 se inicia, mas as coisas continuam as mesmas para Vanessa. A guerra continuava e seu marido estava lutando no front ocidental especificamente na França. Ela nunca foi patriota, não acreditava em uma nação unida e forte. Ela achava a guerra uma coisa estúpida, apenas uma luta de poderio entre os governantes. Uma guerra feita pelos governos e os do alto comando militar que ficavam em seus gabinetes enquanto soldados rasos e tenentes lutavam. Mas ao contrário dela, seu marido Zac acreditava que era seu dever defender sua pátria e as nações aliadas, ele acreditava na mãe pátria e por esse motivo os dois tiveram uma terrível briga que fez com que ele fosse pra França sem ao menos uma despedida. Os meses passaram e Zac, que havia alcançado o posto de tenente, não mandava nenhuma carta. As noticias que Vanessa tinha dele eram pelas cartas de John que era um amigo de ambos e que estava no mesmo regimento de Zac. Tudo que ela sabia é que ele estava bem e que era considerado um herói de guerra por ter matado muitos alemães. Ela mandava cartas pra ele, dizendo que o amava que sentia sua falta e implorava por uma resposta. Mas ele mantinha o silêncio. Ela estava desesperada com medo de que a qualquer momento viesse a notícia de que ele não sobreviveu. Para seu maior desespero, ela estava grávida, havia descoberto dias depois que ele partiu. Mas ela não havia contado isso nas cartas. Ela sentia medo de perdê-lo, de se ver sozinha com aquela criança que logo chegaria. Ela tinha medo de se tornar uma viúva de guerra. Fernanda estava abatida, comia pouco e passava a maior parte do dia sentada na grande poltrona marrom na sala que era de Sam, ou então se deitava na cama esperando que o sono levasse a sua dor.
Como de costume bem cedo Vanessa foi dormir, mas acordou às 3 da manhã gritando. Mais uma vez ela havia tido pesadelos onde via Zac em uma trincheira sendo fuzilado. Havia se tornado constante os pesadelos onde ela via Zac morrendo. Ela se sentou na cama, depositou a mão sobre a barriga e começou a chorar. Depois de muito tempo de choro onde desesperada ela pedia a Deus que cuidasse de Zac, tentou voltar a dormir, mas não conseguia. Levantou-se foi até a varanda e ficou observando o lago que tinha na frente da casa. Ela e Zac estavam casados há pouco mais de dois anos e ele havia construído aquela casa pra eles. Era uma enorme casa de dois andares com um lago em frente, e que ficava afastada da cidade. Da casa só se via o lago, a estrada que levava a cidade e árvores. Uma dessas árvores, a mais velha e majestosa, foi testemunha do pedido de casamento feito por Zac. Vanessa olhava pro lago e se lembrava do verão do ano anterior em que ela e Zac nadavam todas as manhãs. Lembrava-se das noites quentes em que ela e Zac dormiam na varanda sob as estrelas. Cada canto daquela casa fazia ela se lembrar dele. Suas manias, seus gostos, seu jeito e seu cheiro. Seu cheiro estava impregnado em suas roupas e principalmente em seu travesseiro, mas ela tinha medo que a qualquer momento o cheiro dele desaparecesse. Vanessa passou a manhã sentada na poltrona marrom tricotando. Imaginando se Zac estaria pelo menos usando as luvas e o gorro que ela tinha feito pra ele e havia mandado no natal. Ela estava concentrada, quando ouviu Juliet a chamando. Juliet era esposa de John e ela sempre levava para Vanessa as cartas que John mandava pra ela, pois ele sempre mandava noticias de Zac. Vanessa se levantou e correu para a porta, abraçando Juliet.
- Que bom que veio. – Vanessa disse sorrindo.
- Assim que as cartas chegam, eu corro pra cá. Sei quão aflita você está.
- Obrigada Juliet.
- Mas tenho novidades – Juliet disse com um sorriso.
- Boas notícias pelo jeito.
- Ótimas na verdade. Tenho uma carta pra você. Enviada pelo Zac.
- Zac me mandou uma carta? – Van disse com os olhos marejados.
- Parece que ele finalmente criou juízo. – Juliet entregou a carta para Van sorrindo – Tenho que ir, só passei pra te entregar.
- Obrigada por tudo Juliet. – Van disse e Juliet sorriu.
- Até logo e se cuide. – Juliet disse abraçando Van.
- Até.
Van então se sentou na poltrona marrom, tirou a carta do envelope e começou a ler.

Olá meu amor,
Sinto a sua falta. Eu me sinto incompleto, pois meu coração está ai com você. Há muito tempo o meu coração não me pertence, pois eu o dei pra você. Eu te amo Van e você é a única razão pela qual eu levanto todas as manhãs.
Me perdoe por te fazer passar esses meses de sofrimento. A covardia e o orgulho me impediram de mandar uma carta. E a cada dia se tornava mais difícil escrever. Me perdoe por esquecer que o meu amor por você é maior que qualquer outra coisa e só agora eu me dei conta disso. Peço perdão pelas vezes que fui grosso, que acordei mal-humorado, pelas vezes que te disse coisas ruins, peço perdão pelas minhas falhas. Eu sou falho, mas meu amor por você não. Ele não vai passar ou findar. Ele continua e continuará forte independente da distância e do tempo. Mesmo que montes se abalem e os outeiros sejam removidos, meu amor por você é infalível. E é esse amor infalível que me dá forças.
A luta fica cada vez mais difícil. Atolados na lama, sem descanso. Logo que cheguei não conseguia dormir com o barulho das bombas e metralhadoras, o som dos camaradas agonizando na terra de ninguém. Mas agora estou tão exausto que o barulho não atrapalha meu sono. A cada ofensiva vejo mais camaradas morrendo. Morrendo sem direito a um enterro ou qualquer coisa digna. Os corpos apodrecem na terra de ninguém, ficam ali na lama espalhando o fedor. Com o inverno e a neve as coisas melhoram um pouco, amenizando o fedor e trazendo um pouco de esperança. Por falar em inverno, obrigado por mandar luvas e cachecóis tecidos por você. Seu cheiro neles revigorou minhas forças.
Em meio ao caos temos que nos apegar a pequenas alegrias e as lembranças. Lembranças de tempos felizes. Eu fico repassando em minha mente cada momento do seu lado. O dia que nos conhecemos no casamento de sua prima, você entediada não aceitava dançar com ninguém. E por algum motivo você resolveu me dar uma chance. Lembro do dia em que te pedi em casamento em frente à grande e velha árvore perto do lago. Lembro de cada dia que passei construindo nossa casa e imaginando nossos filhos. Nossa lua de mel naquele pequeno hotel na Rua Vavin em Paris. Nossa primeira noite juntos. E todas as noites depois dessa. Sinto tanto a sua falta que meu coração dói.
Mas em meio a todas as dificuldades da guerra, um milagre aconteceu na véspera de natal. Estávamos na trincheira esperando que a qualquer momento acontecesse uma ofensiva alemã. Então algo estranho aconteceu. Os alemães começaram a espalhar árvores de natal em sua trincheira. E algum tempo depois um homem com uma bela voz começou a cantar. Ele cantava uma versão alemã da música Silent Night. O homem cantando era Walter Kirchhoff, um famoso tenor alemão. E o tenente francês que apreciava muito seu trabalho começou a aplaudi-lo, sendo acompanhado de todos os combatentes. Kirchhoff então foi até a terra de ninguém carregando uma árvore de natal para ver quem o aplaudia. E tanto nós ingleses quanto os franceses saímos das trincheiras para aplaudi-lo ainda mais. Foi como um milagre de natal. Era como se não existisse guerra. Inimigos se uniram na terra de ninguém. Conversamos, trocamos coisas e mostramos fotos de família. Concordamos em fazer uma missa juntos e até os ateus participaram apenas para que pudéssemos estar todos juntos. No dia seguinte enterramos os mortos e até jogamos futebol. Fiz amizade com alguns alemães e depois dessa experiência entendo o que sempre me disse. Essa guerra não faz sentido. Somos iguais. Homens comuns com saudade de casa lutando por uma pátria que não se importa.
Você está certa. A guerra é uma estupidez. Pareço mais com os alemães que sofrem os mesmo males que eu nessas trincheiras do que com os ingleses que sentam a mesa gritando “morte aos alemães”. Meu amor perdoe-me por ter preferido a pátria. Isso foi muito estúpido. A pátria não me acorda todas as manhãs com um sorriso. A pátria não faz meus dias felizes. Você faz. E eu te amo por isso Van e te amo pela pessoa maravilhosa que você é.
Tudo que eu mais quero é voltar para casa. Mas ao mesmo tempo em que sinto essa certeza de te reencontrar, eu também sinto medo. Temo por mim e pelos meus homens. Se os comandantes descobrirem sobre a trégua, todos nós seremos severamente punidos. Eles não entenderiam o que se passou aqui. Mas saiba que mesmo se eu for punido pelo que houve, eu não me arrependerei nem por um segundo por ter feito o certo.
Van, eu te amo e tudo o que quero é estar com você. Quero passar o resto dos meus dias do seu lado minha alegria preciosa. Quero ter muitos filhos com você e nós dedicaremos todo o nosso amor a eles. Espero logo estar com você para então poder te ter e te abraçar.
Com amor,
Zac.

Após ler a carta Vanessa sentiu seu coração voltar a bater, era como se o mundo voltasse a girar. Ela estava feliz por saber que Zac havia vencido seu orgulho. Estava feliz por saber que depois de meses ela finalmente sentia que Zac voltara a ser o homem que ela um dia decidiu amar. Vanessa se levantou e foi até a varanda olhando a estrada e imaginando o dia em que ele voltaria para casa. E então sentiu como se algo estivesse esmagando seu coração ao pensar na possibilidade de Zac não voltar. Ele poderia morrer em uma batalha ou então ser punido pelas tréguas. Ela começou a chorar desesperada e perdendo as forças se sentou no chão. Ela ficou chorando com a cabeça baixa algum tempo e quando levantou, seu olhar fixou naquela grande árvore que havia sido testemunha do pedido de casamento. Ela então se lembrou das palavras que Zac disse aquele dia. Lembrou-se dele dizendo que sempre a amaria e protegeria e que nada poderia separá-los, pois o amor que os unia era mais forte que a morte. Ao se lembrar disso Vanessa teve sua esperança renovada. Ela sabia que Zac seria forte e resistiria. Ela sabia que o amor da sua vida daria um jeito de voltar para casa e inteiro. Ela colocou as mãos sobre sua barriga ainda sentada e passou a imaginar o dia em que Zac descobrisse que será pai. E isso seria na hora certa e do jeito certo, quando ele voltasse e não através de um pedaço de papel. Vanessa sorriu imaginando o belo sorriso de Zac ao vê-la grávida e sentiu o bebê se mexer.
- Seu pai vai voltar logo para nós. Ele não medirá esforços para voltar para casa. E então nós vamos te amar e seremos uma família muito feliz. – Van disse olhando para a barriga e sorrindo.
Vanessa se levantou e foi se sentar perto da árvore tão importante para ela e Zac. Ela ficou ali sorrindo jogando pedrinhas no lago. Ela sabia que Zac voltaria para casa. E ela esperaria por ele mesmo que demorasse dias ou anos. Ela estaria ali na casa deles esperando para que pudessem continuar a vida de onde pararam. Ela amava Zac e tinha certeza do amor dele por ela. Um amor infalível, mais forte que a morte que superaria até as dificuldades impostas por uma guerra.

~THE END~

"A noite virou dia" - Chapter 11 _ Finish '

Zac suspirou e voltou para dentro do restaurante. Sua cabeça estava cheia. Dentro daquela recepção havia uma Alicia muito feliz por estar se casando com ele, do lado de fora havia uma Vanessa perdida, muito triste pelo mesmo casamento. Ele definitivamente não sabia o que fazer. Entrou e chamou Gary à um canto.
- Liga para a Vanessa. -disse. Gary franziu a testa sem entender.
- Pra quê?
- Ela saiu do restaurante... Está escuro lá fora... E... -Zac suspirou. Não teria como dizer que Vanessa havia saído com raiva dele. - Bom, ela discutiu comigo.
Gary soltou um assobio baixo.
- Xis da questão. Ela brigou com você e não comigo. -Gary deu umas tapinhas no ombro de Zac e sorriu. - Arregaça as mangas e sai pra procurar a donzela perdida, meu amigo.
Zac fechou os olhos e coçou a testa.
- Mas eu não posso sair daqui, Levine. Esqueceu que quem está casando sou eu? -Zac perguntou. - Vai ser lindo se eu sair daqui pra procurar uma garota.
Gary soltou outro assobio baixo seguido de uma gargalhada.
- Zac, cara... Ela não é uma garota. Ela é a Vanessa! Qual o seu problema? -Gary perguntou aborrecido. Zac revirou os olhos e se manteve calmo.
- Problema nenhum. -ele puxou o celular do bolso e discou, se afastando. Zac pôde perceber que Gary vinha atrás e virou para encarar o outro. - Ela não atende.
Zac passou as mãos nos cabelos e logo em seguida, pôs as mãos na cintura. Gary olhou para ele e percebeu a aflição do amigo.
- Ei cara, ela não deve ter ido muito longe. -disse pousando a mão no ombro dele. - Por quê vocês brigaram?
- Não brigamos. Eu fiquei calado. Ela que brigou comigo. -Zac disse. - Ela não concorda com o casamento. Acabou de deixar isso bem claro.
Gary bufou.
- Claro que ela não concorda Zac. Você acha mesmo que Vanessa não sente mais nada por você? -ele perguntou e gargalhou irônico. - Ela é uma moça muito bonita. Simpática e amável. Você tem noção de quantos garotos da faculdade, fora o assumido Jonathan Lewis, gostariam de ter algo com ela? -Gary pigarreou. - Claro, a Vanessa é dura, ela não deixa passar, mas... Ela gosta de você.
Zac abaixou a cabeça e suspirou. Vanessa fez questão de deixar clara a afirmação de Gary.
- Eu sei. -ele disse. - Eu também gosto muito muito muito dela, Gary. -Zac o olhou. - Mas eu não posso fazer nada. Eu não tenho peito suficiente para cancelar o casamento.
Gary abaixou o olhar e sacudiu os ombros.
- Você que sabe... -ele puxou o celular do bolso. - Eu vou ligar pra ela. -Gary discou o número e pôs o celular na orelha. - Se ela for singela o suficiente vai atender.
Zac concordou e Gary esperou que ela atendesse...
- Alô?! Vanessa? -ele sorriu para Zac, que respirou aliviado. - Onde você está?
Gary coçou a nuca e fixou o olhar nos pés de Zac.
- Volta pra cá. Deixe de suas frescu... Frescura sim! -Gary bradou. - Frescura! Okay Vanessa, você já me fez ficar com raiva. Fique aí, eu vou te encontrar. -Gary desligou o telefone.
- Onde ela está? -perguntou Zac.
- Na praça Joseph Turton. Eu preciso gritar com ela. Vanessa precisa aprender a ser menos idiota. -Gary revirou os olhos e Zac não disse mais nada.

Quero matar o Efron, Vanessa pensava sentada no banco daquela praça escura. E daí se ela podia ser assaltada? Não fazia questão disso.
- Sua tonta. -ela se virou e viu Gary sentando. - Quando você vai aprender a ser gente? Digo; Vanessa!!! Acorda!!!
Ela franziu a testa e tentou imaginar o que ele estava querendo com aquela conversa.
- Deixe de ser imbecil! -Gary exclamou. - O Zac vai casar, você não precisa ficar chorando perto dele para que ele perceba que você não concorda, ele já sabe disso!
- Espere um instante. -Vanessa indagou. - O que você pensa que está dizendo? Espere um instante... -ela sorriu. - Está mesmo me chamando de imbecil? Qual foi, Garetth? O que você quer com isso?
- Você o deixou confuso! -Gary bradou. - Você queria que o Zac cancelasse o casamento dele?!
Mas ein? Gary estava louco?
- Não Gary, eu apenas saí da recepção. -ela levantou e apontou o dedo para o irmão. - Ele veio atrás de mim, ele quis saber o que estava havendo. Eu não, entende? Se ele quiser casar com aquela riquinha azeda, ele case. Eu não tenho nada a ver, eu sou apenas uma amiga que ele cordialmente convidou para o casamento! Nada mais! -ela exclamou e foi andando para fora da praça. Gary levantou com um impulso e foi atrás.
- Você deixou clara a sua oposição ao casamento!
Vanessa virou bruscamente.
- Mas é claro! Você acha que eu quero ver o Zac beijando e abraçando a Alicia por aí? -Vanessa perdeu a expressão firme. Agora ela demonstrava uma tristeza estranha. - Eu não queria destruir o casamento dele, de maneira nenhuma. Eu nunca quis isso. Em momento algum!
Ela abaixou o olhar e suspirou.
- Eu não estou feliz em vê-lo se casar, Gary. -disse a garota tristonha. Gary puxou Vanessa para um abraço. Ele sabia o quanto aquilo tudo era doloroso para ela.
- Vamos voltar para o jantar. -ele pediu. Vanessa negou com a cabeça.
- Não quero voltar pra lá.
- Vanessa, você não pode evitá-los para sempre. Zac é nosso amigo, ele vai casar com ela. É claro que você vai vê-los sempre. Você não pode simplesmente se afastar. -Gary disse. Vanessa sabia disso. Também sabia que não estava pronta para ver Zac casado com outra.
- Eu não quero enfrentar essa situação. -ela confidenciou.
- Mas vai ter que enfrentar. -Gary disse. - Nós sabemos o quanto foi dificil para o Zac conciliar o reencontro de vocês com o casamento. Mas ele conseguiu! Felizmente ele virou a página. Digo, felizmente para ele. -Gary pigarreou. - E é isso que você deve fazer. Foi forte o que vocês tiveram e foi um grande aprendizado para os dois. Mas infelizmente passou. Zac está tentando seguir em frente, e você também deve seguir. -Gary disse ao ver a cara triste da irmã. - Portanto, nós vamos voltar pra lá e você vai ser simpática com eles. Vai pedir desculpas à Alicia e vai cumprimentar o Zac.
- Você não pode me pedir para não ter raiva dele. -a garota disse.
- Posso. -Gary rebateu. - Posso pedir para você se controlar.
Ele sorriu amigavelmente e apertou mais o abraço, beijando a testa de Vanessa.
- Vamos voltar. -disse. Ela concordou finalmente e eles voltaram para o jantar.

Eles entraram e procuraram pelos amigos, os encontraram em um instante. Werther apontou para eles animado, exclamando "estão ali!". Então ele, Amy, Selena, Keith e Zac foram até lá.
- Ô coração! Onde você estava? -perguntou Icaro.
- Pensando. -ela respondeu.
- Ficamos preocupados quando vocês sumiram. -Amy disse alisando o braço da amiga.
- Mas está tudo okay pessoal, eu só precisava respirar. -Vanessa disse sorrindo.
- E levar um choque de realidade ein? -Gary perguntou vendo a garota sorrir. Zac suspirou e levantou a cabeça para olhá-la pela primeira vez, porém não disse nada.
Vanessa o olhou como se fosse dizer algo também, mas não abriu a boca. Os outros se entreolharam e Selena se pronunciou:
- Vou pegar uns docinhos. Alguém quer?
- Eu! -disseram Amy, Keith, Icaro e Gary, saindo junto com Selena.
Vanessa cruzou os braços e passou os dedos pelos cabelos, vendo os amigos se afastarem.
- Você está okay? -ele perguntou. Vanessa balançou a cabeça respondendo à pergunta. A tensão entre eles era mais do que perceptível.
Zac suspirou antes de dizer mais alguma coisa.
- Eu quero muito te dizer umas coisas. -falou. - Mas antes eu preciso dizer à Alicia quer vou levar você em casa, por que você está com dor de cabeça, certo? -ele perguntou divertido.
- Você não prec... -Vanessa ia dizendo.
- Ops. Não se trata e você. Se trata de mim. -ele a interrompeu. - Não saia daqui. Por favor. -ele disse e saiu.
Vanessa andou um pouco por ali e esperou que Zac voltasse. Aquela situação não era a melhor. O rapaz voltou logo e ela avisou a Gary que ia embora.
- Entre. -Zac abriu a porta do carro para que ela pudesse entrar. A garota o fez. Ele deu a partida e foi guiando o carro por um caminho esquisito.
- Erm... Minha casa não vai por aqui. -Vanessa disse estranhando o caminho.
- Eu sei. Não se preocupe, não vou fazer nada com você. -ele acrescentou ao ver a cara espantada da garota.
Zac parou o carro em uma praça muito bem iluminada, mas não muito bem conhecida por Vanessa. Eles desceram e sentaram em um banco ali.
- Então. -Vanessa falou. Zac foi direto.
- Então... -ele fez uma pausa. - Eu não queria que você tivesse tanta raiva de mim. -ele começou. - Eu te procurei. Você precisa acreditar em mim, eu te procurei muito! E eu fi...
- Zac. -Vanessa o interrompeu. - Por favor, não me peça desculpas. Você não me deve desculpas. -ela suspirou.
Zac a estudava atentamente ouvindo todas as palavras dela.
- Você não me deve explicações e nem nada. -ela coçou o canto do nariz e continuou. - Você tem todo o direito de ser feliz com quem desejar. Eu tenho que entender isso. Você não está errado.
Ele abaixou o olhar e absorveu as informações. Agora sim ele não sabia o que dizer.
- Mas você disse hoje mais cedo que...
- O que eu disse? Ah, impulsivamente, você quer dizer. -ela sorriu. - Digamos que eu pensei alto demais.
Eles riram e ela levantou, abrindo os braços.
- Eu te desejo sorte, Zac. -ele entendeu e a abraçou. Aquele era um abraço muito estranho. Zac fechou os olhos e a abraçou sinceramente. Ele também pôde sentir o quanto Vanessa estava sendo verdadeira. - Eu quero que você seja muito feliz. -eles se separaram e Zac pôde ver algumas lágrimas percorrendo o rosto de Vanessa. Mas ela estava sorrindo! - Você e a Alicia serão muito felizes.
A emoção era muita por parte de ambos. Ele sorriu e passou o polegar em cima das lágrimas da garota, enxugando-as.
- Obrigado. Você também será muito feliz. -Zac disse.
Vanessa sorriu e parou para olhá-lo por uns instantes. Ela tinha esquecido de como era boa a sensação de pousar os olhos sobre ele e perceber mais uma vez o tamanho da importância que ele tinha na vida dela. Vanessa amava Zac. Amava muito. Duvidava que um dia fosse deixar de amar, mas se ele havia encontrado alguém tão boa pra ele como ela fora, que ele fosse feliz. Ela tudo o que ela desejava.
A garota se aproximou involuntáriamente e passou a mão pelos cabelos de Zac, que não se moveu. Ele fechou os olhos e sentiu Vanessa acariciar seu rosto. Ela ainda passava as mãos pelos cabelos dele levemente, quando Zac abriu os olhos e segurou o rosto dela com uma das mãos, encostando rápidamente suas bocas.
Vanessa fechou os olhos e deixou que sua mão despencasse da cabeça dele. Zac entrelaçou sua mão na dela carinhosamente e sentiu sua língua tocar a dela. Aquele parecia ser o melhor beijo. Os dois estavam sensibilizados, eles não queriam que aquele fosse o beijo mais intenso. Só precisavam que fosse o mais sincero.
Ela passou a acariciar os cabelos dele com as duas mãos, pousando os cotovelos no ombro de Zac. O garoto passava os dedos pelas costas dela, passando seu nariz de leve pelo dela. Zac beijou o canto da boca dela lentamente e foi chegando até a boca, beijando-a novamente em seguida. Ela ainda acariciava seus cabelos e ele puxou uma das mãos de Vanessa, separando-se dela.
Zac foi guiando-a até o carro, onde ele encaixou sua mão nos cabelos dela e a beijou. O que parecia ser o último beijo.
Eles entraram no carro e ele a levou para casa, voltando para o jantar em seguida.

- É amanhã. -dizia Gary enquanto levava Vanessa para a gráfica. Era uma sexta-feira e o casamento de Zac seria naquele sábado. Vanessa não estava muito contente com aquela idéia, mas teria que ir. Durante todo o caminho ela fechava os olhos e pensava voltar o tempo umas horas, para o exato momento em que os dois estavam na praça estranha.
- É. É amanhã. -ela concordou com um meio sorriso desanimado.
Gary a olhou e soltou um suspiro.
- Você vai, não vai? -ele perguntou cansado.
- Sim. -Vanessa respondeu simplesmente.
Eles passaram um tempo calados e ele a deixou na gráfica.
Vanessa passou praticamente o dia inteiro ouvindo músicas que ela não ouvia havia algum tempo, lendo umas revistas e livros antigos e só. Ninguém apareceu para cumprimentá-la e nem nada. Ela chegou a se sentir solitária e esquecida por causa disso, mas afastou esses pensamentos rapidamente.
Eram mais ou menos umas 5 PM quando o celular de Vanessa tocou. Ela foi relutante atender. Estava com muita preguiça.
- Alô.
- Vanessa? Ei babaganuche, vamos para a reunião de despedida do Zac. -era Gary. Ela revirou os olhos impaciente. Mas já não haviam acabado todas as reuniões de despedida.
- Outra? Meu Deus, esses dois estão querendo o quê? -ela perguntou. Gary deu uma risadinha e disse:
- Mas essa é interna. Só entre amigos.
- Não estou a fim de reunião nenhuma.
- Mas você vem. Estamos aqui na casa do Luan. É uma casa bem grande, você acha logo... -ele ia dizendo.
- Você acha que eu vou a pé? -Vanessa gargalhou. - Gary, poupe-me!
- Mas é pertinho trû, você chega em um segundo! Vai pela comercial... Depois você dobra a esquerda e tem uma casa de muro amarelo bem grande. Você chega aqui em dez minutos.
Vanessa riu.
- Trû, é? -perguntou ainda rindo. - Okay então, peixe. Eu vou ver o que faço por você.
Ela ouviu alguém dizer algo do outro lado e Gary falou:
- Marcos está dizendo que pode ir buscar você.
- Excelente! Que ele venha agora! -ela exclamou e desligou o telefone. Ia fechar a gráfica.
Mais uma festa para o casal 86. Que droga, aquilo. O que eles dois tinham de mais para ganhar tantas festas assim? Nada de mais oras! Eram dois patetas que iam casar, só isso!
Bem... O só isso do momento era o que Vanessa mais desejava. Ela arrumou as coisas e sentou no meio fio, com a gráfica fechada, para esperar Marcos. Em cinco minutos ele apareceu ali, sorridente.
- Vanessa-chan! -ele exclamou abrindo a porta pra ela. Vanessa entrou sorrindo.
- Marcos-kun! -ela disse. Marcos sorriu e pisou no acelerador do carro.
- Como vai? -perguntou o rapaz.
- Ótima, e você? -mentira. Ela não estava bem, era visivel.
- Hm... Com algumas dúvidas. -Marcos falou. - Escute, preciso de uma ajudinha sua.
Vanessa o olhou curiosa.
- Manda ver. -ela disse.
- Bem... -Marcos tossiu. - A Selena... Me fala dela.
Vanessa gargalhou e limpou a garganta.
- Você está interessado na Selena? -ela perguntou.
- Erm... Digamos que sim. -Marcos respondeu corando imediatamente.
- Já falou com ela? Digo, só ela pode falar tão bem dela mesma pra você.
- Já tentei! -Marcos exclamou. - Ela só me dá patada!
Vanessa riu alto. Era típico de Selena quando estava interessada em alguém.
- Okay Mion, vamos, vou ver em quê posso te ajudar. -ele estacionou o carro e eles desceram.
- Valeu Vanessa-chan! -ele agradeceu.
- Por nada, Marcos-kun! -ela exclamou eles entraram na casa de enorme muro amarelo, onde morava Luan.

Eles passaram alguns instantes conversando, comendo uma deliciosa torta feita pela mãe de Alicia e falando muito. Vanessa e Zac pareciam estar sendo evitados - um pelo outro. A garota não queria olhar para ele. E ele não queria olhá-la. Vanessa havia falado com Selena sobre Marcos, mas a moça riu e disse que Vanessa não parecia nada nada com Marcos, o que a mesma estranhou. Selena lhe mandara uma indireta, ou seja, Marcos deveria ter ido falar com ela pessoalmente. Vanessa disse isso ao rapaz, mas ele teve medo de apanhar, então os dois ficaram na estaca zero como todo aquele grupo.
- Quê isso gente, que festa desanimada. -retrucou Icaro. - Ânimo!!!!
- Mas ein? -Vanessa riu. - Fazer muita festa é terrível por causa disso. Chega uma hora que cansa. -ela disse e Zac lhe lançou um olhar de reprovação. Mas ela estava sendo apenas sincera!
Certo, Alicia havia combinado a pequena festa interna, para que ela pudesse se acostumar com os amigos de Zac - uma idéia muito idiota segundo Vanessa.
Ela não sabia se havia implicado com a festinha de Alicia por quê achava a idéia realmente idiota ou por que a noiva de Zac havia planejado. Os dois eram bons motivos para ela.
Vanessa não estava em seus melhores dias. Ela sentia que aquele era o último dia. Último dia de quê era o que ela queria saber, mas de qualquer forma, ela estava se sentindo aliviada. Não sabia se era por que tinha acabado de ler pela sexta vez seu livro tão amado "O retrato de Dorian Gray" [N/A: tenho uma obsessão imensa por este livro], ou por que aquela era uma sexta-feira. Mas um alívio imenso estava tomando conta de seu corpo. Não, não era felicidade. Ela estava longe de se sentir feliz.
Vanessa abaixou a cabeça e suspirou profundamente. É amanhã, ela repetiu aquilo para sí mesma. No dia seguinte ela afastaria de sua mente todas as possibilidades, chances e sonhos que habitavam em sua mente. Ela não se conformava, mas teria que aceitar. Era o único jeito.
Seus pensamentos estavam horríveis. A autora não estava conseguindo passar o que queria no momento [N/A: 8D]; mas Vanessa estava lá, aguentando todo aquele papo chato simplesmente por quê não podia discordar de nada. Mas ein? Ela teria que fingir gostar de tudo aquilo quando ela queria que todos explodissem? Na semana anterior ela havia aceitado tudo numa boa, mas pensando novamente... Era uma grande merda aceitar aquilo calada! Vanessa bufou e um sorriso sarcástico surgiu em seu rosto. Ela sentiu vontade de matar Alicia. Digo, quem aquela garota pensava que era para tirar o Zac de Vanessa assim? Ela lançou um olhar fulminante à Alicia e levantou do banco no quintal de Luan, entrando na casa e rumando para a porta.
- Vanessa!!!! -Luan, que estava na cozinha, a viu passar e foi atrás. - Pra onde você vai, garota?
- Quero respirar um pouco, chan. -ela sorriu amarelo pra ele e prendeu os cabelos. - Até outro dia.
- Até amanhã, no casamento. -Luan falou. Vanessa abaixou a cabeça e ergueu novamente.
- Não. Não vamos nos ver amanhã. -ela disse e sorriu mais amarelo ainda, saindo da casa do rapaz. Luan estranhou o comportamento da moça e foi até o quintal.
- Ei gente, por quê a Vanessa foi embora? -Luan perguntou confuso. Os outros se entreolharam sem entender e coçaram suas nucas.
- Ela foi embora?
- Foi sim. -Luan disse olhando para trás. - Acabei de falar com ela na cozinha, ela disse que precisava respirar.
- Eu vi quando ela saiu, mas eu pensava que ela tinha ido ao banheiro, ou coisa parecida. -disse Amy.
- Está escuro, gente! -exclamou Keith.
- Que mania que ela tem de sair à noite! -disse Gary.
- Pessoal, agora eu fiquei preocupada. -falou Selena. - O Keith tem razão, está escuro.
Eles ficaram calados por um instante e Luan disse:
- Ela também me falou que não vai ao casamento.
- Ai gente, fiquei arrepiada agora! -Amy disse passando as mãos pelos braços. Zac coçou os olhos e olhou para Gary, que fitava o chão.
- Não é melhor alguém sair para procurá-la? -Icaro propôs.
- Ela me disse que precisava respirar. -Luan disse.
- Que tal nós ligarmos pra ela? Saber onde ela está. -disse Amy. Gary achou a idéia um tanto quanto sensata e discou para Vanessa, mas ela não atendia.
Discou novamente, e ela tornou a não atender.
- Ela não atende. -ele disse desligando o celular. Zac pegou o seu e começou a discar para ela também. Alicia o olhou de esguelha, mas não disse nada.
- Nós não precisamos ir atrás dela. -disse Marcos. - Quero dizer, está escuro, eu sei, mas ela sabe muito bem o que faz. Se ela disse ao Luan que precisava respirar, é por quê precisa de um tempo sozinha.
Parando para pensar desse modo, Marcos tinha razão. Vanessa deveria estar precisando de um tempo.
Zac não concordava com aquela idéia. Os outros se aquietaram - Selena ainda estava muito preocupada, mas ela achou que Marcos estava certo. Zac tossiu e levantou frenético. Ele foi até a cozinha, tomou um gole de água e voltou. Ninguém falava nada. Ele não aguentou mais - levantou novamente e foi na direção da porta, iria procurá-la sozinho.
Ele pegou a carteira e a chave do carro, mas foi impedido de sair por uma voz suave que soou no cômodo:
- Você vai atrás dela, não é?
Zac se virou e deu de cara com Alicia. Seu coração deu um palpite no minuto em que a viu. A garota tinha uma expressão desconhecida até então por Zac... Era um misto de desconfiança com crença. Coisa esquisita. Ele andou até Alicia e balançou a cabeça afirmativamente.
- Sim. -Zac abaixou a cabeça e piscou algumas vezes. - Alicia, eu...
- Precisa me dizer algumas coisas. Não é? -ela perguntou. Zac ergueu a cabeça e fitou a moça. Agora ele reconhecia sua expressão. Era como se Alicia já soubesse de tudo. Era como se ela pudesse adivinhar todas as palavras que ele usaria.
Zac balançou a cabeça afirmativamente e suspirou.
- Eu vou... -ele começou, mas Alicia o interrompeu:
- Diga que vai parar de pensar nela! -exclamou. - Que vai viver comigo desejando estar comigo, diga isso! -ela pediu.
Mas o que era aquilo? Parecia mais que Zac estava passando por um teste. Um teste um tanto quanto cruel. Ele abaixou a cabeça num movimento rápido e ergueu novamente, sorrindo para Alicia. Um sorriso derrotado. E mais uma vez, ela parecia saber o que ele iria dizer:
- Não posso. -Zac disse simplesmente. - Eu estaria mentindo pra você.
A garota piscou algumas vezes e o estudou por um instante, esperando que ele falasse.
- A Vanessa foi minha primeira... Ela foi a primeira! -Zac exclamou. - Só houve você além dela, mais ninguém! E... acredita.... Que eu não sinto vontade de ficar com mais ninguém?
Alicia fechou os olhos. Talvez para absorver bem as palavras.
- Quando eu saí do lar, ela já tinha ido. E eu fiquei tão feliz por estar saindo de lá, mas tão feliz; que eu fiz planos! Eu juro, eu fiz planos para quando eu encontrasse com ela aqui fora! -ele disse e deu uma risada nervosa. - Eu procurei por ela incessantemente. Procurei, mas devo ter procurado errado... Pois quando eu menos esperava eu a encontrei. Em uma gráfica. -ele bufou e sorriu. - Mas... Eu estava decidido a achá-la. Porém eu não achei. E decidi que procurar mais só ia atrasar a minha vida. -Zac abaixou a cabeça e fitou os pés. - Eu me acostumei com a idéia de sair com outras garotas. Pra mim não havia acabado ali no orfanato. Para mim, continuava aqui fora! E eu achava que era nosso destino, já que ela saiu e logo depois eu saí também!
Alicia ouvia tudo atentamente, com a eterna expressão de quem já sabia cada palavra de Zac.
- Eu juro. -ele pegou nas mãos dela. - Eu só me comprometi com você por quê eu senti algo verdadeiro, entende? Eu achava que com você eu poderia sentir algo parecido com o que eu sentia por ela. -Zac suspirou. - Eu não teria tido algo com você, não teria sequer marcado casamento com você se eu não quisesse muito. Você foi tão boa pra mim quanto a Vanessa foi, Alicia. -ele disse acariciando a cabeça da garota.
- Não nos compare. -ela disse.
- Eu tentei conciliar tudo direitinho. Eu a encontrei depois de alguns aninhos! Mas eu já tinha você, eu não podia simplesmente terminar contigo, é crueldade! Mas chegou em um ponto em que o meu coração está falando mais alto que a minha consciência. -ele disse e beijou as costas da mão de Alicia. A mesma sorriu e passou suas mãos pelo rosto dele.
- Você também foi muito bom pra mim, Efron. Mas eu sabia, do momento em que eu vi a Vanessa, que não era comigo que você deveria casar. -ela disse, mas disse prendendo todas as suas lágrimas. - Eu a odeio por estar levando você pra longe de mim, Zac, mas... É o que você quer. Não é?
Zac sorriu compreensivo e abaixou a cabeça, sacudindo-a afirmativamente.
- Sim. -respondeu.
- Então vai lá. Por mim você não iria. Se dependesse apenas de mim... -ela sorriu. - Mas não sou eu quem decide o final dessa briga.
Zac envolveu Alicia em um abraço, apertado. Ela era muito especial para ele.
- Ver que você pelo menos me entende já é uma grande vitória. -ele beijou o topo da cabeça da garota e fixou seu olhar nos olhos dela. - Ei, uma parte de mim vai estar sempre com você, okay? Não esqueça disso.
Alicia balançou a cabeça e enxugou as lágrimas que desceram sorrateiras.
- O que nós vamos dizer para eles? -Alicia perguntou. Zac coçou a cabeça confuso e tossiu.
- Diga que o noivo fugiu. -ele falou e Alicia sorriu. Como Zac a fazia sorrir numa hora como aquela? - Eles vão querer me matar.
- Não vão. Eu não deixo. -ela disse e Zac lhe deu outro abraço. - Agora vai lá. Vai, vai garoto!
Zac sorriu e parou na porta, olhando a outra.
- Que foi? -Alicia perguntou.
- Obrigado. -Zac agradeceu. - Por tudo.
- Por nada. -ela respondeu com a voz pastosa.
Zac suspirou e saiu da casa de Luan. Não estava se sentindo bem por ter tido aquela conversa com Alicia. Ela não merecia isso. Mas ele não podia enganar a si mesmo. Não era justo com ele, não era justo com ela.
Alicia piscou algumas vezes e foi até o quintal, sem se preocupar com as lágrimas. Pegou sua bolsa e chamou Marcos a um canto.
- Me leva em casa? -ela pediu. Marcos franziu a sobrancelha e percebeu que a garota chorava.
- Onde está o Zac? -perguntou.
- Ele foi embora. -ela sacudiu a cabeça afirmativamente. Marcos abaixou a cabeça e sorriu levemente. Sabia qual o sentido real daquela frase. Zac havia tomado um rumo na sua vida. Que bom pra ele, pensou Marcos.
- E você? Como está? -ele perguntou à Alicia, preocupado.
- Eu vou sobreviver. -ela disse e sorriu. Ela tinha que aceitar. Zac não iria ser feliz se casasse com ela.

Vanessa estava sentada em um muro. Não um muro qualquer, mas o muro de um velho casebre marrom que era usado como esconderijo, quando ela estava no lar. Quando ela brigava com Zac, Vanessa pulava o muro do orfanato e um quarteirão dali, ficava o velho casebre marrom. Ela achava que aquele era um lugar bastante assustador à noite. Mas durante o dia era o lugar mais bonito de todos. Talvez por causa da árvore majestosa que ficava ali. Zac sempre a encontrava alguns minutos depois.
Ela havia saído da casa de Luan muito chateada. Por mais que ela tentasse se convencer, era realmente ridículo aceitar aquela situação e ficar amiguinha de Alicia. Além de ela ser uma garota ridícula, riquinha mimada e uma bela inútil que só servia de manequim para novos modelos de roupa e maquiagem, Alicia era sem dúvidas muito simpatiquinha. E Vanessa nunca gostou de gente mais simpática que ela.
Precisava respirar. E já havia decidido. Não iria ao casamento idiota dos dois.
- É assim que um homem deve ser. -soou uma voz. Vanessa olhou para o lado e viu Zac, com as mãos nos bolsos. Ela passou as costas das mãos sobre os olhos e desceu do muro. Idiotice ir pensar justo naquele lugar.
- Como disse? -ela perguntou. Zac se aproximou alguns passos e repetiu:
- É assim que um homem deve ser. -ele finalmente pôde olhar nos olhos de Vanessa. - Dedicido, porém, firme, forte e sensato.
- Belas palavras. Mas eu não estou a fim de ouvi-las. Guarde-as para alguém mais decidido, firme, forte e sensato. -Vanessa disse com a cabeça baixa.
Zac estreitou os olhos e deu mais alguns passos. Ela estava estranha.
- Hei Vanessa-chan, o que houve com você? -ele perguntou.
- Não me chame assim. -ela o olhou. Não estava com raiva. Só ficava chateada ao ver certas atitudes de Zac. Por quê ele fora procurá-la? - Você deveria estar em sua brilhante festa de despedida.
Zac abaixou a cabeça e sorriu.
- Não há mais festa de despedida. -ele respondeu. Vanessa abriu os olhos surpresa e respirou fundo.
- Não há? -perguntou.
- Não. -Zac respondeu. - O noivo fugiu para tentar reconquistar uma outra garota.
Zac sorriu e coçou a nuca. Vanessa abaixou a cabeça e sentiu sua boca tremer. Fugiu? Como assim? Será que ele estava... De repente, ela sentiu um frio, um vento suave que balançava seus cabelos sem desespero.
O garoto se moveu um pouco e ela ergueu a cabeça. Zac estava indo embora?
- Ei, menina. -ele disse antes de andar. - Quero muito te dar algo. Amanhã. Às duas da tarde. Aqui, neste mesmo lugar.
Ele estava marcando um encontro com ela? Mas o dia seguinte era sábado! E sábado era...
- Você vai casar amanhã, Efron. -ela disse tentando parecer firme e esconder sua insegurança. Tudo aquilo era muito estranho.
- Eu já te disse, garota. -Zac disse com os olhos fechados e o rosto virado para baixo. - Não vai mais ter casamento.
Ela arfava, sem conseguir entender o que era aquilo. Por que Zac estava sendo tão paciente? E por que ele estava dizendo que não ia mais casar? O que havia acontecido? Na verdade, o que estava acontecendo?
- Não... vai mais ter... casamento?
- Não. -Zac ergueu a cabeça e a encarou, com uns olhos firmes. - Preciso dar algo para você amanhã. Neste mesmo local, às duas. Por favor, venha. -ele disse e se virou totalmente, passando a andar.
Vanessa cerrou os punhos e os dentes. O que Zac estava querendo com aquilo?

A casa estava silenciosa aquela manhã. Era sábado, e era dia de reprise de anime na tv. Onde estava Gary? Ele nunca perdia as reprises de FMA [N/A: Fullmetal Alchemist]. Vanessa andou um pouco pelo corredor e desceu as escadas. Ainda estava muito sonolenta. Olhou no relógio de parede e viu que eram dez da manhã. Gary estaria na gráfica? Sim, ele estava lá. Ela havia ficado no dia anterior.
Vanessa comeu alguma coisa e entrou no banheiro.
Alguns minutos depois, ela estava inutilmente sentada na frente da tv, vendo as reprises de FMA que Gary deveria estar assistindo. Vanessa piscou algumas vezes com os olhos pousados sobre a tv. Na verdade, ela não estava assistindo. Não estava entendendo nada daquilo. Só sabia que um garoto loiro e um robô apareciam muito; mas não se preocupou em saber mais do que isso.
Ela bocejou e se deitou no sofá. Tinha presa na mente uma música suave que havia escutado na noite anterior. Assim que chegou em casa, Gary estava assistindo um de seus animes estranhos. Vanessa não falou com ele, pois sabia que Gary ia fazer muitas perguntas, então decidiu subir. A garota se aprontou para dormir e ao deitar, ouviu aquela música lenta, suave e incrívelmente bonita. Ela sentiu os olhos pesados e relutou. Mas acabou dormindo ao som da música lenta. E agora, a mesma musiquinha de anime não lhe saía da cabeça. Lembrando da música, ela sentiu-se sonolenta novamente... E adormeceu.
- HEY! -Gary chegou em casa fazendo barulho. - Vanessa! Eu queria mesmo falar com você! Mas agora não posso, tenho que tentar ver o final das reprises! Vanessa! Vanessa? Vanessa...! -Gary olhou para a garota dormindo no sofá e sorriu, ao ver que ela estava assistindo seus desenhos. - Você gostou? -ele perguntou para à garota adormecida. - Todo mundo curte FMA.
Vanessa se mexeu um pouco assim que Gary sentou no sofá ao seu lado.
- Okay. -ele deu alguns empurrões na garota. - Acorda. Acorda!
Ela murmurou alguma coisa e abriu os olhos lentamente. Vanessa se levantou e esfregou os olhos, vendo a tv ligada e Gary ao seu lado.
- Bom dia Vanessa-chan. -ele disse sorrindo. A garota estreitou os olhos e bufou.
- Baka. -ela resmungou. - Gary-nii-san! -bradou. - Precisava me acordar?
- Precisava sim oras. -ele disse. - Eu preciso te contar das fofocas de ontem.
- Eu já sei que eles terminaram de uma hora para outra. -Vanessa falou. Gary arregalou os olhos.
- Já sabe?
- É. Sei. Zac me disse. Aliás... Que horas? -ela perguntou preocupada. Gary molhou em seu relógio de pulso e disse:
- Duas e dez. Mas ein, como você já sabe?
- DUAS E DEZ? -ela berrou assustada. Lembrou-se do pedido de Zac. "Por favor, venha". Vanessa levantou e coçou a cabeça agitada. - TENHO QUE CORRER!
Ela subiu apressada e Gary ficou sentado no sofá, sem entender nada:
- Calma aí guria, onde você vai?
- Tenho que fazer umas coisas. -Vanessa disse simplesmente e desceu. - Tchau.
A porta fechou com um estrondo e Gary girou a cabeça, voltando a ver o anime. Onde ela teria ido?

Vanessa correu até o velho casebre marrom. Ela havia dormido e graças à Gary acordara bem em tempo. Se não fosse ele...
- Mas o quê...? -ela se perguntou chegando ao casebre e não encontrando Zac ali. Já eram duas e vinte e ele não estava ali? Mas ela havia se apressado pensando que estava atrasada!
Abaixou a cabeça dando uma risada desdenhosa. Será que Zac a tinha enganado? Dizendo que precisava lhe mostrar algo, e na verdade querendo apenas rir dela?
- Onde você está, Efron? -ela murmurou para si mesma. - Fale na minha frente.
Nesse ponto, ela já tinha certeza de que ele estava escondido, rindo da cara patética dela. Mas que opinião idiota. Por quê Zac faria isso?
- Eu não faria isso. -ela ouviu e se virou, vendo Zac descer da grande árvore que ficava ali. Vanessa sentiu uma pontada ansiosa na barriga e prendeu a respiração ao vê-lo se aproximar.
- Não faria? -ela perguntou. Que estranho. Foi tudo muito rápido. Ela acordou, percebeu que estava atrasada, correu até lá, se decepcionou ao não ver Zac, e agora ele pulava de uma árvore grande. Que esquisito. Parecia mais um daqueles animes fantasiosos que Gary adorava assistir. [N/A: Eu também sou fanaticamente viciada em animes ok].
- Eu não faria o que você estava pensando que eu faria. -ele disse sorrindo. Aquele sorriso.
Mas, como ele sabia o que ela estava pensando? Vanessa piscou algumas vezes e viu Zac chegar mais perto dela.
- Como? -ela perguntou novamente, sentindo-se patética. Zac riu achando graça na timidez dela.
- Olá, tudo bem?
"Agora foi", pensou Vanessa. O que ele estava fazendo? Ela precisava bater na cara dele e perguntar berrando: EI SEU BAKA, O QUE VOCÊ ESTÁ TENTANDO DIZER?!
- Tudo sim. -mas respondeu normalmente. Porém, ficou calada.
- Certinho. -ele falou. Zac tossiu e olhou para o céu. - Olha só... Que bonito.
Vanessa olhou para o céu e sorriu. Estava bem azul. As nuvens estavam bem limpas, brancas. E o sol não estava tão forte. Mas o quê ele pretendia olhando o sol? Ela continuou calada e Zac foi forçado a falar:
- Eu devo estar sensível... -disse. Ela o olhou, meio contrariada e esperou que ele terminasse. - Meu sobrinho estava vendo um desenho ontem quando fui para casa. E tocou um música muito triste. Não consigo tirar da cabeça. -disse. Vanessa se sentiu frágil de repente. Será que era a... Mesma música? - Eu me senti nostálgico.
- Impossível. -ela murmurou. - Eu também ouvi uma música de anime ontem. Bem triste, suave... E me senti da mesma forma. Me senti vazia... Meio em choque. -ela disse. Zac estreitou os olhos e sorriu.
Ele tirou um papel do bolso e desdobrou. Olhando para ela.
- Olha... Eu fiz umas modificações, mas... Marcos e Luan adoraram. Nós chamamos a música de 3AM. -ele entregou a ela um papel. Vanessa imediatamente reconheceu aquelas palavras. Era seu poema. Ela sorriu involuntariamente e abaixou a cabeça, dobrando o papel.
- Que bom.
- Vanessa. -ele disse percebendo a aflição dela. - Algo te incomoda, eu vejo.
Claro que incomodava. Ela estava maluca para perguntar sobre Alicia, mas não queria se mostrar tão interessada.
- É... É que eu fiquei com uma dúvida... -ela começou.
- Qual?
- Quando você disse... Que não teria mais casamento... Eu não entendi. -ela coçou a cabeça impaciente. - Muito confuso, por favor, me explique.
- Eu rompi com a Alicia. -ele suspirou. - Percebi que iria apenas ficar pior se casasse com ela. Ela não iria diminuir a minha dor, iria apenas fazê-la crescer.
Ao ouvir aquilo, Vanessa se sentiu forte. Talvez por Alicia ter sido insultada.
- Espero que você tenha tomado a decisão certa. -Vanessa disse sinceramente, abaixando a cabeça. Zac sorriu e passou as mãos pelos cabelos, indo até ela.
- Eu tenho certeza que tomei. -ele pegou no queixo dela com os dedos e levantou sua cabeça. - Eu precisava fazer isso.
- Fazer...? -ela perguntou sentindo-se ansiosa.
- Olhar nos seus olhos sem me sentir culpado. -ele falou sorrindo suavemente para ela. - Pensar em você sem me sentir culpado e te ligar sem me sentir culpado. -ele fez uma pausa, suspirou e terminou. - Ficar com você. Sem sentir culpa alguma.
Vanessa abaixou a cabeça e engoliu em seco. Estava tentando agir friamente ao que Zac estava dizendo, mas era impossível. Ele a encarava firmemente. Significava que ele estava decidido.
- Por quê você não me olha? -ele perguntou para ela.
- Por que eu não sei quando você fala a verdade. -Vanessa disparou.
- Bom, você pode saber agora. Olhe. Mas olhe bem. -Zac desafiou. Vanessa suspirou e ergueu a cabeça, olhando-o bem. - Okay, agora me diga se estou mentindo quando digo que... Seus olhos são adoráveis.
Vanessa sorriu ao ouvir aquelas palavras.
- Não. -ela respondeu. Zac sorriu e continuou:
- E me diga... Se eu estou mentindo... Quando digo... Que o céu é azul e os morcegos são pretinhos... Panranranranran! -ele cantou. Vanessa riu e respondeu novamente:
- Não, você não está mentindo.
O rapaz se aproximou mais dela e pôs uma de suas na nuca dela, encostando a boca no ouvido de Vanessa:
- Me diga que você está mentindo quando diz que não perdoa.
- Mas eu não disse que não te perdoaria. -ela indagou.
- Precaução. -Zac disse rindo. Vanessa riu e envolveu os braços no tronco dele.
- Estou mentindo. -disse.
Ele sorriu e a estudou por uns instantes. Ele parecia querer não tirar os olhos dela. A sensação era tão boa... Ele se sentia mais leve... Mais seguro. Era como se a simples presença dela fizesse todo o seu dia.
- Eu não sei como vai ser daqui pra frente... Os pais da Alicia vão me castrar, não sei o que pode acontecer... -ele disse passando os dedos pela bochecha dela. - Mas eu admito que procurei errado.
Vanessa franziu a testa confusa.
- Procurou errado?
- Sim. Eu deveria ter procurado você no centro da cidade. -ele disse e Vanessa caiu na risada, achando que aquele era o comentário mais idiota de todos.
- Gosh Zac, que horror! Péssima piada! -ela disse.
- Eu sei! Eu gosto de piadas idiotas. -ele disse sorridente.
Eles pararam de sorrir e voltaram a se olhar.
- Eu marquei aqui com você por que precisava saber se... Se você ia me evitar. -falou ele. - Você é a única com quem eu me vejo daqui há vinte anos.
Vanessa sorriu com aquele comentário e abaixou o olhar.
- Pensei que nunca mais ia ter você tão perto assim. -ela disse encostando a testa no peito dele.
- Eu também. -ele fechou os olhos e sorriu. Era aquele. Era aquele sentimento que ele tanto adorava. Aquilo que ele pensou que poderia sentir ao abraçar Alicia... Aquilo tudo que ele pensava que Alicia poderia suprir. Mas não, estava errado. Aquele era um tipo de sentimento que ele só sentia com Vanessa.
Ela, de repente, começou a pensar em certas coisas... Certas coisas meio estranhas, mas até significativas.
- Zac... -ela murmurou. - E agora?
- E agora?
- E agora? Digo, você terminou com a Alicia e está aqui, abraçado comigo. -falou ela. - Como esse episódio termina?
Zac suspirou e pensou... Como terminaria?
- Bom... Os Power Rangers aparecem e salvam todo mundo. Fim. -ele disse cômico. Vanessa mordeu seu braço e Zac soltou uma exclamação. - Maluca!
- Falando sério! -ela disse.
- Okay... Acho que... -Zac suspirou e lembrou de tudo o que havia acontecido desde que ele conhecera Vanessa, no maternal, até aquele dia. Era incrível! Como ele não enjoava dela? Por quê o que ele sentia por ela simplesmente não acabava? Certo, Vanessa foi seu primeiro amor... E talvez, o primeiro e único. - Nós ficamos aqui por um tempo.
Ele começou a acariciar os cabelos dela com uma mão, enquanto a outra deslizava pelas costas dela. Vanessa brincava com os cabelos de Zac, ouvindo o que ele dizia.
- Ficamos aqui?
- Sim. -respondeu ele. - Nós ficamos aqui e esperamos o próximo passo.
- E qual será o próximo passo? -a garota perguntou.
- Eu te beijo... -ele disse sorrindo. - Você me beija... E a história termina, como uma história comum, oras!
- É só isso? -ela perguntou. Zac balançou a cabeça afirmativamente e sorriu, encostando sua boca na de Vanessa suavemente. Ela fechou os olhos e envolveu os braços no pescoço dele.
Aqueles não eram os maiores amantes de toda a história. E nem aquele era o casebre mais velho de todos. E aquele sol não era o mais brilhante de todos, nem a história deles era a mais bonita.
Mas talvez, aquela história, fosse a mais verdadeira. Zac procurou por Vanessa e no último segundo, ele a encontrou. Talvez ele possa ter feito muitas coisas erradas, talvez tenha magoado profundamente Alicia e tenha vacilado algumas vezes com seus amigos, mas... Se Vanessa estava com ele, nada mais importava.
E era apenas isso que ele queria. Terminar aquela história que eles construíram juntos, ao lado dela.

~THE END~

"A noite virou dia" - Chapter 10

Parecia mais um dia. Apenas uma sexta-feira. Daquelas frias e cinzentas que os ingleses estão tão acostumados, mas... Não era uma sexta-feira comum para uma certa garota; estudante de química industrial.
Vanessa Hudgens não era a melhor das moças da região. Era boa nos estudos, trabalhava decentemente e não reclamava da vida pacata que levava. Mas ultimamente, sua vidinha pacata e normal havia se tornado um tanto quanto turbulenta e medonha. Na semana anterior, Zac a tinha convidado para o jantar de ensaio do seu casamento.
Vanessa não queria ir. Ela não queria ir, não queria mesmo! A vontade que ela tinha por estar sendo obrigada a ir, era de rasgar uma almofada e depois morder alguém e depois berrar e berrar de raiva!
- Ninguém está lhe obrigando a ir ao jantar dele. -Madeline disse enquanto ela, Vanessa e Betsy conversavam na gráfica.
- Sim! Mas se eu não for, o Zac vai ficar muito chateado. Ou seja, eu não quero ir, mas vou ter de ir para não deixá-lo triste. Entendem? -ela rangeu os dentes. - Eu não quero ir!
- Ai garota, pare com isso! -Betsy disse. - Escute, você vai ao jantar do Zac, vai ser muito simpática com a bruaca e depois vai desejar toda felicidade que puder a eles. Certo?
Certo? Era muito simples falar. Super simples.
- Não é tão fácil quanto parece. -Vanessa comentou triste. - Não quero desejar felicidade à eles, Betz, não quero!
Madeline passou a mão pelos ombros da amiga, em sinal de conforto. Ela tinha toda razão. Não era nada agradável.
- Nós sabemos que você não quer ir ao jantar, mas você precisa ir, correto? -perguntou Madeline. Vanessa suspirou e afirmou com a cabeça. - Ok, vá ao ensaio. Divirta-se e não fique se achando triste demais para sorrir e curtir o momento.
- Isso. Você já tem o vestido? -perguntou Betsy.
- Sim, tenho. Mas gente... Vamos fazer o seguinte; eu fiquei doente... Estou gripada e não posso ir ao jantar... Por favor! -Vanessa implorava vendo Betsy e Madeline balançarem a cabeça achando aquela idéia muito idiota.
- Vanessa; cresça, pare e pense. -Madeline disse firme. - Você vai se esconder em casa por quê o Zac está se casando? Vocês se separaram, é muito triste. E você o ama, mais triste ainda. Mas o que você pode fazer? Nada! Absolutamente nada. Mesmo que seja dura e fria, esta é a verdade: ele encontrou uma outra pessoa que o faz bem. -terminou ela decidida.
Vanessa fungou e prendeu os cabelos.
- Pode ser cruel, mas ela tem razão. -Betsy disse receosa. Madeline sempre soube dar choques de realidade nas amigas nos piores momentos. E sempre dava certo.
- Sei que ela tem razão. -Vanessa disse. - Eu deveria estar no salão de beleza, fazendo minhas unhas e cabelos e tudo que tenho direito, mas não posso sair daqui.
Madeline bufou e Betsy riu.
- Se nós fizermos um penteado bonito, dá pra disfarçar seu cabelo. Suas unhas, você mesma pode fazer.
- Não sei fazer as unhas.
Madeline revirou os olhos e pegou a bolsa.
- Não arrume desculpas para não ir ao jantar. Você vai. Ponto final e exclamação. Preciso ir pra casa tenho muitos projetos pra terminar. Beijo, beijo, meninas. -ela disse e Vanessa e Betsy se despediram vendo Madeline sair da gráfica. Betsy se virou para a outra.
- Vou fazer suas unhas.
- Mas ein? -perguntou Vanessa sem entender, com a sobrancelha franzida.
- Vou fazer suas unhas, eu disse. -Betsy repetiu. - Vou comprar uns esmaltes aqui na lojinha de cabelos que tem ao lado. -ela piscou. - Sorte estarmos no centro!

Vanessa estava em casa. De frente ao espelho.
Estava horrorosa naquele vestido.
Seu cabelo estava um desastre.
Suas unhas estavam bonitas - Betsy havia caprichado.
Mas o resto, estava uma negação.
Como ela pretendia ir à um jantar de ensaio daquele jeito? Sem condições! Ela ainda tinha tempo de desistir?
- Anda Vanessa, se não nos apressarmos vamos nos atrasar. -Gary apareceu no quarto dela e parou para olhá-la. - Você está horrível.
Vanessa bufou, achando graça e suspirou, olhando o irmão. Ele sim estava bonito. Vestia uma camisa social branca e um paletó cinza. Uma calça também cinza e tênis. Tênis?
- Garetth, o que você pensa que está fazendo? Vai ao jantar de tênis?
Gary olhou para os próprios pés e sorriu.
- Esporte fino, sua anta. Eu não tenho sapatos sociais, então, vai meu tênis mesmo. -respondeu contente. - E você, por quê está tão formal?
O rapaz deu uma olhada no vestido longo que Vanessa vestia e nos sapatos. Ela estava muito esquisita.
- Hey baby, me deixa ver seu guarda roupas. -ele disse como se entendesse do assunto. - Vamos encontrar algo adequado para o jantar de ensaio de Zac Efron. Ele disse que não precisava ir tão formal assim, ein.
Vanessa sentou na cama e de repente, April entrou no quarto com um tipo de capa nas mãos.
- Vanessa meu amor, fique de pé. -ela disse instantaneamente. Gary parou de procurar por uma roupa e ficou observando o que April iria fazer.
- O que houve? -perguntou a garota confusa enquanto April a puxava pelo braço sem delicadeza.
A mulher tirou a capa dos braços e Vanessa pôde ver que havia um cabide. Deveria ser uma peça de roupa.
- Encontrei algo perfeito para você. -April disse sorridente. - Passei pela loja e parece que seu nome estava escrito na etiqueta.
Ela tirou a capa e mostrou um lindo sobretudo roxo. Não era um sobretudo mórbido. April ergueu a peça no ar e mediu, para ver se dava em Vanessa. A capa roxa chegava até três dedos antes do joelho, ou seja, não era um sobretudo mórbido. Vanessa olhou aquilo com os olhos brilhando. Era lindo!
- Deus, April! É lindo! -ela pegou o sobretudo e o vestiu. Estava perfeito.
- Sabia que você ia gostar. Sabe, eu achei adequado para o jantar, por quê Gary me disse que seria esporte fino, e esse não é um sobretudo feito para servir de agasalho. É um sobretudo feito para ser um tipo de blazer um pouco mais longo, não sei explicar. -April disse ajeitando a peça no corpo de Vanessa. - Você precisa encontrar um vestido que seja acima do joelho, para combinar com o sobretudo.
Gary se aproximou com um vestido preto em uma mão e um outro vestido azul claro na outra.
- Eu gostei desses. -ele estendeu um vestido tomara-que-caia preto para April, que analisou bem. O vestido parecia ter sido feito para o sobretudo roxo.
- Este aqui é ótimo. -April disse satisfeita.
- Mas April... Eu vou de preto e roxo ao jantar? Credo, vão pensar que estou agourando. -Vanessa disse amedrontada. Gary bufou e abanou o ar.
- Não vão não. Anda, vai se trocar.
- E depois desça, eu vou refazer esse cabelo e essa maquiagem. -April soltou uma exclamação engraçada. - Você estava querendo parecer um espantalho, Vanessa?
April disse e saiu do quarto, resmungando. Gary sorriu e guardou o vestido azul. Antes que ele pudesse dizer algo, April voltou e deixou em cima da cama de Vanessa, uma caixa de sapatos.
- E também encontrei estes. Bico fino perfeito. -ela deu uma piscadela e tornou a descer. Vanessa abriu a caixa e tirou de dentro um par de escarpim roxo.
- Ela fez questão de combinar. -Gary comentou e pegou um dos sapatos. Eram brilhantes, bonitos. - Quero saber quanto a April gastou nisso.
- Tanto faz. Sei que é tudo muito lindo e eu quero vestir logo. Antes que a gente se atrase. -ela disse expulsando Gary do quarto.

- Deixe-os soltos. -April dizia enquanto terminava de modelar o cabelo de Vanessa. - Não invente um penteado horroroso como aquele. Deixe-os soltos. O cabelo tem que ficar solto, sua teimosa!
Vanessa bufou e se olhou no espelho.
Era outra visão. Totalmente diferente daquela que ela havia tido há dez minutos. A roupa estava perfeita. O vestido curto tomara-que-caia preto, o sobretudo também curto roxo, os sapatos roxos. Até a maquiagem estava perfeita! April havia lhe dado uma corrente de prata que também era linda.
- Nossa. Eu estou uma gata! -ela exclamou sorridente. Gary sorriu.
- Está mesmo. Se não fosse a gente... -ele apontou para sí e para April. - ...você estava ferrada.
Vanessa sorriu e resolveu deixar os cabelos soltos.
- Tudo bem, Gary, vamos indo. -ela pegou a bolsa tira-colo preta que tinha e Gary pegou a chave do carro, mas foi parado por April.
- Nem pense que está tudo certo, ouviu Garetth? -ela exclamou. - Você ainda não me pagou pelo conserto da xerox!
O rapaz encolheu os ombros e saiu pela porta. Vanessa sorriu, enquanto entravam no carro.
- Que foi? -ele perguntou.
- Você quebrou a xerox. -ela soltou uma gargalhada. - Não consigo acreditar que um marmanjo como você quebrou a xerox umas cinco vezes!
Gary fechou a cara e deu a partida no carro.

- TOM CRUISE!
- ONDE?
Vanessa deu uma tapa na cabeça de Gary.
- Pedala Gary! -ela exclamou. - Tom Cruise não está aqui!
- Mas você disse!
Ela bufou.
- Eu quis dizer "cruz credo".
- Se você queria dizer "cruz credo", por quê disse "tom cruise"?
Vanessa revirou os olhos e suspirou. Eles ainda estavam dentro do carro, parados na frente do Krabster's.
- É que eu e as garotas, quando queremos dizer algo como "credo" ou "cruz credo", nós falamos "tom cruise" por quê uma vez, nosso formoso colega Jonathan Lewis ouviu Madeline berrar "cruz credo" e entendeu "cruise, quieto". -ela sorriu. - Lewis é tão idiota que pensou que fosse mesmo Tom Cruise.
Gary abriu a boca.
- E por quê você gritou 'Tom Cruise'?
- Sei lá. Por que estamos prestes a ver a noiva do Zac. Eu não queria sequer encontrar com ela. -Vanessa de cabeça baixa.
- Hey babaganuche, não fique triste. Você está um arraso, vamos descer e você vai cumprimentar a Alicia direito, cumprimentar o Zac e ficar na boa. -Gary desceu do carro e Vanessa fez o mesmo. Ele trancou as portas e guardou a chave no bolso.
Eles passaram pela porta do restaurante chiquérrérrimo e ele estava muito bem enfeitado. Havia milhares de rosas brancas no local. Rosas nas mesas. Buquês de rosas brancas nas mesas de canto, pétalas de rosas pela mesa. Era repleto de rosas brancas. Assim que eles entraram, a primeira coisa que viram foi muita gente. Havia realmente muita gente. Todos estavam incrivelmente bem vestidos. Pessoas elegantes. E havia vários rapazes de tênis, no mesmo estilo de Gary. Vanessa pensou que ela fosse a única a usar tons fortes no jantar, pois havia uma garota com um vestido rosa choque, outra garota com uma blusa branca e uma saia vermelha, e uma mulher com um vestido rosa com preto. Ela sorriu e passou os dedos pelos cabelos.
- Você vê alguém conhecido? -Gary perguntou passando os olhos pelo local novamente.
- Bem ali. -Vanessa apontou Marcos e Luan indo na direção deles, sorridentes. Gary sorriu e apertou a mão de Marcos e depois a de Luan.
- E aí cara! -ele exclamou.
- Firmeza, e contigo? -Marcos perguntou.
- Boa. -Gary respondeu e olhou para Luan. - Grande Santana.
- Fala Levine. -Luan disse sorrindo. Ele girou os olhos e os parou em Vanessa. - Vanessa.
- Luan. -ela disse beijando as bochechas do rapaz.
- Olá! Vanessa! -Marcos disse abrindo os braços e abraçando a garota, em seguida, beijando suas bochechas. Ela riu com a empolgação de Marcos.
- Olá Marcos. -respondeu.
- Você está linda. -ele disse simpático e Vanessa sorriu, agradecida.
- Obrigada! E você também. -falou ela, dando uma olhada no que Marcos vestia. Era praticamente a mesma coisa que todos os rapazes dali. Camisa social, paletó e tênis. Marcos usava um all star. Segundo Vanessa, era o all star mais sujo que ela já havia tido a oportunidade de ver. Marcos sorriu pomposo.
- Gratificante saber disso! -eles riram e Luan tirou as mãos dos bolsos.
- Vocês já falaram com o Zac e a Alicia? -ele perguntou. Vanessa sentiu uma pontada no fundo da alma(?) e tentou manter-se firme. Teria que falar com eles.
- Ainda não. Vamos esperar o resto do pessoal chegar. -Gary disse.
- Ah não, eles já chegaram. -Luan disse. - Está falando de Icaro, Keith, Amy e Selena?
- Sim, eles. -Gary respondeu.
- Então já estão aqui. Eles estão conversando com os dois, se quiserem... -Marcos disse.
- E por quê vocês não estão lá? -Vanessa perguntou.
- Por quê nós viemos ver se uns amigos nossos haviam chegado. -Luan explicou. - Mas então. Marcos leva vocês lá.
- Sigam minhas mãos! -Marcos disse animado, levando Gary e Vanessa. O local era imenso. Havia uma mesa enorme, onde três mulheres estavam sentadas. Devia ser a mesa dos noivos. Ela olhou para cima e viu que havia um primeiro andar, mas que não era tão grande. Havia uma varanda enorme que dava para a igualmente enorme mesa.
- Ali. -Marcos apontou um grupo de pessoas conversando animadamente. Vanessa sentiu mais uma pontada ao reconhecer Keith e Amy. Todos estavam muito bonitos. - Vou voltar pra lá. Tchau, tchau pessoas.
- Tchau Marcos. -eles responderam e Gary apressou o passo.
- Meus fãs, eu chegueeeei! Yeah, muito obrigado! -Gary disse com os braços abertos. Amy, Selena, Keith, Icaro, Zac e a moça absurdamente bonita que estava ao seu lado - deveria ser Alicia - viraram para olhá-lo. Instantaneamente, eles exclamaram "Gary!" e foram, um por um, abraçar o escandaloso que havia se pronunciado. Vanessa ficou um pouco afastada, olhando a cena sem poder deixar de sorrir.
- Vanessa? -perguntou Amy Heathewell, sua grande amiga.
- Amy! Que bom te ver! -Vanessa exclamou alegre. Amy abriu a boca e foi abraçá-la.
- Querida, você está um arraso! -ela passou os olhos pela roupa de Vanessa e sorriu. - Esse sobretudo roxo é o que há, onde você comprou?
- Nem sei, foi April. -Vanessa disse sincera e Amy deu de ombros.
- Você está um tanto quanto roxa hoje! -ela disse e Vanessa sorriu.
- E você está muito verde hoje! -devolveu olhando o vestidinho verde de Amy, que sorriu, jogando os cabelos, numa pose altamente perua.
- Obrigada amiga. -elas riram e Selena se aproximou.
- Vanessazusca! -e a abraçou. - Que modelito fabuloso é esse, garota?
Vanessa sorriu.
- April me arranjou um mundo roxo. -ela disse e as garotas riram. - Você está perfeita hoje babaganuche.
Selena sorriu e deu um tapinha nos cabelos.
- Sabe né? Tem que ser.
Elas riram mais e Vanessa as chamou mais pra perto.
- E a bruaca? -ela sussurrou, quase um suspiro. - Digo, a noiva do Zac.
Selena e Amy se entreolharam.
- Ela é muito bonita, é simpática, muito gente boa, não empacou com a gente em nada. -Amy disse. Vanessa suspirou.
- Ela é legal?
- Uou! -Selena exclamou. - Muito. Ela é ótima! -a garota parou por um instante. - Claro... Digo, ela é muito legal. Não vejo motivos pra você não tratá-la bem. Ela está louca pra te conhecer.
Vanessa balançou a cabeça afirmativamente e ia dizer algo mais, quando Icaro Werther exclamou:
- Saia da toca moça, deixe-me ver você.
Vanessa girou os olhos e as amigas riram, deixando Vanessa passar e ir cumprimentar Icaro.
- Tudo bem, coração? -ele perguntou ainda abraçado à Vanessa. Ela e Icaro sempre foram ótimos confidentes.
- Tudo ótimo, pulmão. -ela disse e Icaro riu.
- Eu tinha esquecido dessa, juro! Não fiz de propósito! -ele a largou e começou a rir.
Quando eles tinham uns 15, 16 anos, se cumprimentavam muitas vezes assim. Coração e pulmão.
- Oi gata, como vai? Quer dar uma volta e ver se esqueceu seu sapatinho na minha casa? -Keith disse com seu ar de canalha, indo abraçá-la. Vanessa lhe deu uma tapa no braço e o abraçou, sorrindo.
- Prefiro ficar aqui, obrigada. -ela disse e eles riram. - Que lugar bonito. -ela disse olhando ao redor.
- Né?! -Amy concordou.
Vanessa sabia que Zac estava esperando que ela fosse falar com ele, mas ela não ia fazer isso. Não queria ser simpática com a noiva dele, não queria falar com ele. Estava ali pela consideração que tinha por ele, não por quê apoiava o casal e queria que eles fossem felizes. Ela olhou algumas vezes - de esguelha - para ele e viu que em instantes, ele dava uma olhadinha nela.
- Você não vem falar comigo, Vanessa? -ela ouviu uma voz e rapidamente reconheceu. Fechou os olhos com força. Por quê estava sentindo tanta raiva dele naquele momento? Virou-se, sorrindo forçadamente. Ela não queria que as pessoas pensassem que seu sorriso era verdadeiro; fez para perceberem que era falso.
- Olá Efron. -e o abraçou. Um abraço relâmpago. - Que decoração bonita. -sorriu falsamente outra vez. Zac percebeu a tensão na voz de Vanessa e suspirou, pondo as mãos nos bolsos.
- Er, obrigada. Mas foi a Alicia que planejou tudo. -ele disse. Vanessa sentiu mais uma pontinha de raiva ao ouvir aquele nome. Se não tivesse se esforçando para não ser transparente, já teria cerrado os dentes e fechado os punhos. - Por falar nela... - Zac disse. - Vou te apresentar.
Vanessa abaixou a cabeça indiferente e começou a pensar... 'Seja educada. Educadamente fria'.
Zac voltou com uma moça linda. Muito linda. E muito bem vestida. Ela tinha um rosto tão simpático que Vanessa até pensou em desistir de ser fria. Mas permaneceu forte.
- Bem... -Zac falou. - Vanessa, me deixe te apresentar Alicia. Alicia, esta é Vanessa.
Vanessa finalmente ergueu a cabeça e sorriu, o mais forçado que pôde.
- Olá Vanessa! -Alicia disse, beijando as bochechas de Vanessa. - Finalmente estou te conhecendo!
- Oi... -Vanessa deu uma olhada proposital de cima a baixo em Alicia, que a olhou permanecendo com seu sorriso. - ...Alicia.
A outra olhou para Zac esperando alguma atitude, vendo que Vanessa não ia dizer mais nada.
- Zac me fala muito de você. -Alicia tornou a dizer sorrindo.
- Verdade? -Vanessa riu irônica. - Acredita que ele não ia me falar de você?
Ela lançou um olhar mortal à Zac e suspirou. Na verdade, ela havia sido uma otária. Alicia não tinha nada a ver com sua raiva. A culpa não era dela. Era de Zac. Então, Vanessa tentou consertar, mas Alicia falou primeiro:
- Como assim? -ela perguntou sem entender, olhando de Vanessa para Zac - que olhava para Vanessa sem entender nada também.
- Ele nos encontrou e em vez de nos falar que estava noivo, como qualquer ser humano faria, ele não disse nada! Esperou que nós descobrissemos! -Vanessa exclamou dando um sorriso mais verdadeiro. Alicia sorriu e olhou Zac novamente.
- Por quê você não contou a eles, Zac?
O rapaz vacilou e coçou o olho. Vanessa sorriu satisfeita, vendo que o tinha colocado em uma saia justa. Se ele falasse que havia esquecido, ela não ia gostar. Se ele dissesse que não quis contar, ela ia achar pior ainda, e se ele dissesse que "tanto faria contar ou não", Alicia ia ficar muito chateada.
- Bem, eu achei que seria melhor se eu contasse depois. -Zac disse passando a mão pela nuca. Vanessa soltou uma risada, mais irônica do que a primeira.
- Bem, eu achei melhor se enganasse meus amigos, ele quis dizer. -ela disse imitando a voz dele. Alicia franziu a testa, achando tudo aquilo muito estranho. - Mas tudo bem, ele contou e eu estou aqui finalmente te conhecendo. -ela sorriu e Alicia voltou a sorrir, parecendo esquecer o assunto anterior. - A decoração ficou incrível.
- Você achou? -Alicia perguntou com as sobrancelhas arqueadas. - Zac não queria que eu pusesse flores, mas eu insisti.
- O Zac nunca quer nada. -Vanessa não podia perder as chances de detonar com Zac quando ela queria matá-lo! Estava gostando daquilo.
Alicia sorriu.
- Você se importa se eu fizer uma pergunta? -ela perguntou. Vanessa franziu a testa e negou.
- Não, pode perguntar.
- Eu amei seu sobretudo. Qual foi a loja que você o comprou? -Alicia perguntou em voz baixa. Vanessa sorriu e pôs a mão na boca.
- Minha querida, você vai me perdoar, mas eu não sei! Foi minha irmã que comprou, eu não sei qual a loja! -disse sincera.
- Que pena. Mas é muito bonito.
- Obrigada. -Vanessa disse. Alicia olhou pra Zac e disse:
- Zac e eu estávamos pensando em passar a lua de mel em Potugal, o que você acha? -ela perguntou. - Amy e Selena disseram que preferem Estados Unidos.
Mentira. Ela ia ter mesmo que responder àquela pergunta? Que tal na terra do nunca?
- Neverland parece uma ótima opção. -ela disse sorridente. Vanessa lançou outro olhar mortal a Zac e OLHE SÓ! Este foi correspondido. Ele a olhava com a mesma intensidade. A garota sorriu e abaixou a cabeça. - Portugal é melhor.
Alicia sorriu.
- Eu digo isso pra ele, mas ele não quer! -ela disse abraçando Zac. Vanessa apertou os olhos. Ela virou o olhar e viu Marcos e Luan tentando abrir um pacote de presente. Eles estavam roubando os presentes de Zac? Mas não havia presentes no jantar.
- Com licença, Alicia. -ela sorriu e Alicia balançou a cabeça. Vanessa deu as costas e suspirou, indo até Marcos e Luan.
Amy, Selena, Icaro, Keith e Gary - que assistiram toda a conversa boquiabertos - se aproximaram de Zac quando Alicia foi falar com sua mãe.
- Cara, o que foi isso? -Werther perguntou. Zac pôs as mãos na cintura, por dentro do paletó e sacudiu a cabeça negativamente.
- Não sei.
- A Vanessa foi super fria. -Keith disse.
- Não. Foi super mal-educada, isso sim. -Gary disse furioso. - Pode deixar, eu vou ter uma conversi...
- Não. Nada disso. Deixa ela descarregar a raiva dela. -Zac abaixou a cabeça e passou os dedos pela boca, pensativo.
Amy e Selena se entreolharam.
- Zac, ela não queria vir. -Selena disse. - Ela estava super desanimada.
- Ela veio obrigada? -ele perguntou. - Não, não. Eu a convidei naquele dia que fomos à sua casa! -ele disse para Gary.
- Eu sei cara. Mas você tinha que ver, ela estava horrível! Quando eu entrei no quarto pra chamá-la, ela estava horrorosa. -Gary disse fazendo caretas. Amy abafou uma risadinha.
- Mas ela está bem vestida. -Zac disse.
- Por sorte, April chegou em casa com aquele sobretudo roxo e os sapatos. Eu escolhi o vestido e a April arrumou o cabelo dela. Se não fosse a gente, ela iria vir terrivelmente feia. -Gary terminou e Zac viu Vanessa gargalhar ao lado de Marcos e Luan, que estavam com uma caixa embrulhada na mão. Por quê ela estava agindo daquele jeito? Ele olhou no relógio, tentando afastar aqueles pensamentos e viu que já eram oito horas.
- Por Deus, nós temos que fazer os brindes! -ele disse. - Vão sentar na mesa de vocês! Coloquei vocês bem na minha frente. -ele apontou uma mesa e foi correndo pra outro lado. Selena sorriu carinhosamente ao ver Zac correr.
- Que lindo gente, o Zac vai casar.
- Verdade. O Zac vai casar com outra. -Icaro disse recebendo uma palmada de Amy. - Que foi? Mas é outra mesmo. Eu cresci vendo ele e Vanessa juntos, agora, ele vai casar com outra? Pra mim é outra sim.
Amy deu de ombros e foram sentar.
Vanessa procurou pelos amigos ao ouvir um tilintar. Marcos e Luan foram sentar em uma mesa e ela foi sentar junto dos amigos. Todos os convidados sentaram e fixaram o olhar na mesa central, onde Zac, Alicia, os pais dela de um lado, e os pais dele - muito velhinhos - do outro.
- Bem... Acho que podemos começar os brindes. -Zac disse pegando uma taça. Ele arqueou as sobrancelhas e suspirou. - Uau. Casamento é uma pressão. -ele disse e todos os convidados riram. - Verdade! Você tem que pensar na cerimônia, na festa, na casa... Em tudo! Mas apesar dos pesares, eu estou feliz. -ele olhou para Alicia, que sorria. - Eu encontrei essa pessoa incrível, maravilhosa, linda... Que... Que vai lavar as minhas cuecas quando nos mudarmos. -mais risos por todo o local e Alicia fez uma careta. - Há muito tempo eu não amava alguém. Eu já tinha até perdido as esperanças, eu pensava que iria viver sozinho por todo o sempre. Pensava que seria meu carma. -ele parou e deu um longo suspiro. - Mas aí, eu fui à uma loja comprar CD virgem... Bendito dia que o Marcos me pediu aquela cópia de Final Fantasy! -Zac exclamou e todos gargalharam. - Valeu Marcos! -Marcos ergueu o polegar e sorriu. - E então... Conheci Alicia. Nossa. Foi instantaneo. Eu não tive tempo de pensar, já estava apaixonado por ela.
Ele a olhou, carinhosamente e Alicia suspirou sorridente e feliz. Feliz. Ela deveria estar muito feliz.
Bastava.
Vanessa levantou da mesa sem pensar duas vezes e saiu pelos fundos. As pessoas nem repararam, estavam muito ocupados ouvindo os dizeres de Zac. As palavras dele ainda ecoavam pelo salão. Ela não queria ouvir mais nada. A primeira coisa que pensou foi em matá-lo. Mas ao ouvir "há muito tempo eu não amava alguém", ela decidiu se matar. A partir desse momento, passou a prender as lágrimas.
Abriu uma porta e foi parar na rua. Não era bem uma rua, era um beco. Um beco dos esquisitos. Era iluminado, mas era estranho. Vanessa olhou de um lado para outro e não viu nada.
A sensação era horrível. Estava em um lugar que não queria estar, estava se sentindo péssima e queria arrancar todos os seus cabelos. A raiva de Zac aumentara cem vezes. As lágrimas corriam pelo seu rosto silenciosamente. Ela não sabia por quê estava reagindo daquele jeito, sabia muito bem que Zac ia casar, por quê não aceitava o fato simplesmente, como deveria? Daquele ponto, não podia mais ouvir nada que viesse de dentro do restaurante. De repente levou um susto ao sentir alguém puxar seu braço com força e fazê-la virar bruscamente. Era Zac.
- O que deu em você? Ficou maluca?! -ele perguntou furioso. Ele deve ter percebido que ela estava chorando, pois percorreu todo o caminho da lágrima com os olhos, que parou no queixo dela.
- Você está me machucando. -ela tentou dizer, mas Zac estava muito irritado.
- Você pirou garota? -perguntou ele.
- Me largue! -Vanessa pediu.
- Não vou largar coisa nenhuma. -ele disse com a voz baixa. - Você foi muito grossa com a Alicia.
- Não sou obrigada a ser simpática com ninguém.
- Mas não pode ser estúpida com todos! -ele exclamou. - Droga Vanessa, se você não queria vir, que não viesse!
Ele finalmente a largou. Vanessa massageou o braço e tentou impedir novas lágrimas de descerem, mas já era tarde.
- Não ia fazer falta, não é? -ela perguntou. Zac pôs as mãos na cintura e a encarou.
- Se você veio pra não falar direito com ninguém e bancar a poderosa, não. Não ia fazer falta. -ele fechou os olhos. - Te convidei por quê você é muito importante pra mim, Vanessa. E esse também é um momento muito importante pra mim, e eu iria ficar muito, mas muito triste se você não estivesse aqui. Iria ficar muito triste se nenhum de vocês viesse.
Vanessa soltou uma gargalhada irônica.
- Agora eu sou uma simples amiga, não é? -ela perguntou sentindo as lágrimas voltarem.
- Não, você é uma amiga que eu gosto muito, não é uma simples amiga. -Zac disse. Vanessa não conseguiu prender seus sentimentos por muito tempo.
Ela olhou para Zac e começou a chorar. Abertamente.
Zac desfranziu a testa e fez menção de se aproximar, mas Vanessa se afastou dele. Ela pôs a mão na boca e tentou fazer as lágrimas pararem de cair.
- Não chegue perto. -ela disse. - Não chegue perto!
Ele não sabia o que fazer. Não sabia o que dizer, não sabia de nada! E ela cada vez mais, sentia vontade de gritar. Queria gritar o mais alto que conseguisse, mas não era possível.
- Vanessa, o que aconteceu com você? -Zac perguntou sinceramente. Vanessa não queria. Não queria, mas estava com muita raiva dele.
- Não aconteceu nada, Zac, não aconteceu NADA! -ela berrou, já sem paciência. - Volte pra lá. Sua noiva deve estar lhe esperando. -ela disse com desdém.
Zac abaixou a cabeça e compreendeu o motivo da raiva de Vanessa.
- Você está bonita hoje. -ele disse simples.
Filho da mãe, Vanessa pensou. Como ele tinha coragem de zombar dela daquele jeito? Por que ele fazia isso?
- Eu odeio você Zac, eu odeio! -ela exclamou. - Eu odeio meus pais. Se eles não tivessem me deixado naquele orfanato idiota eu nunca ia saber que você existe, NUNCA! -ela começou a falar coisas sem sentido, até. - Não me arrependo de nada, mas se eu pudesse me arrepender e voltar, eu não teria aceitado seu pedido àquele dia. Há muito, muito tempo atrás, não é mesmo? -ela perguntou tristemente. - Não foi isso o que você disse? Que não amava ninguém há muito tempo? DECEPÇÃO! Essa é a palavra, Zac. -ela enxugou os olhos e foi andando para a saída do beco, que dava para a rua. Sim, pois se era o beco do restaurante, tinha que dar para a rua. Zac estapeou a testa e tentou ir atrás dela. Não ia dizer nada. Ela tinha que falar tudo o que queria.
- Pra onde você vai? -ele perguntou.
- PRO INFERNO! -ela berrou e sumiu, assim que saiu do beco.
Zac chutou uma lata de lixo que estava por ali e fechou os olhos com força. Ela não tinha razão. Ela não tinha, mas precisava pensar que tinha.
Ele estava casando. Ele ia casar com Alicia e gostava dela. E ela também gostava dele. Mas Vanessa... Vanessa era aquilo que ele sentia desde os seis anos de idade. Vanessa era quem ele havia passado a vida amando e que jurou amar pra sempre, mas... Havia uma diferença entre Vanessa e Alicia.
Alicia era quem ele havia conhecido e quem havia cuidado dele por dois anos. Quem havia o apoiando no pior momento de todos. E ele gostava dela.
Vanessa... Ah, Vanessa era apenas uma pra ele. Não havia mais ninguém quando ele estava com ela. Ela era seus sentimentos. Sim, por quê ele não a amava. Ele a sentia. Ele não conseguia mais amá-la, era demais! Ele queria mais, e mais, e mais. E achava que amor era muito pouco para o que ele sentia. À noite, ele costumava sentir um vazio. Um aperto no peito. Zac sabia o que era. Era a ausência dela.
Ministério do Zac adverte: Ficar muito tempo sem Vanessa causa problemas sérios de depressão.
Era exatamente assim que ele se sentia. Muito mal. De certa forma, ele não sabia o que pensar. Não podia terminar com Alicia. Ele não podia fazer uma coisa dessas. Ele não podia cancelar o casamento.
A única coisa que ele podia fazer era ouvir Vanessa xingá-lo e vê-la chorar sem poder fazer nada. Embora ele quisesse abraçá-la, confortá-la ampará-la e estar lá sempre. Embora ele quisesse amá-la como sempre havia amado, ele só podia olhar e se castigar, pois a culpa de tudo isso - ele tinha que admitir - era dele.
Não que Zac estivesse arrependido de estar com Alicia, de maneira nenhuma.
Mas o que ele sentia por Vanessa ultrapassava tudo o que ele sentia e poderia um dia sentir por Alicia.