quarta-feira, 15 de junho de 2011

"A noite virou dia" - Chapter 6

- Verdade?
- Verdade.
- Não acredito.
- Acredite.
- Meu Deeeeus, e o que você fez?
- Bem... -Vanessa estava contando que havia saído com Zac na noite anterior à Betsy. - Exatamente o que eu lhe disse. A gente foi ao café não sei das quantas e depois ele me levou em casa.
Betsy estava indo com Vanessa para a gráfica. A amiga havia lhe prometido que ficaria com ela por lá para ajudar.
- Estou vendo que você ficou bastante balançada com essa noite. -Betsy disse sorrindo. Vanessa abanou o ar.
- Nada disso. Estou só... Contente por ele ter me ligado. -ela disse sorrindo e abrindo a porta da gráfica. April pegou as coisas dela e saiu:
- Não faça descontos. -entrou no carro e partiu. April estava passando por grandes dificuldades na gráfica.
Vanessa e Betsy se instalaram por ali e começaram a conversar sobre diversas coisas.
- Você me disse que desde que saiu do St. Paul não pensava em mais ninguém a não ser ele. -a outra disse. Vanessa suspirou. Era verdade.
- Sim eu disse. -ela falou. - Mas, Betsy... Eu estou um pouco confusa, eu não sei bem...
- Não sabe o quê? -Betsy oerguntou maliciosa. Vanessa riu.
- Reencontrei o Zac agora. Entende?
- Se ele te chamou pra sair... Amiga...
Vanessa estapeou Betsy, que soltou uma exclamação.
- Não fala desse jeito! Eu te juro que não sei o que pensar. Quero dizer, ele é meu ex namorado, a gente não se via há três anos e... Ah, você me entende!
Elas riram e viram um primeiro cliente entrar.

Vanessa e Betsy passaram o dia inteiro na gráfica, até que Gary e Roxane apareceram por lá.
- Oi oi moças. -Gary disse.
- Oi. -Betsy disse suspirando ao olhar pra Gary. Vanessa levantou e foi cumprimentar sua cunhada.
- Coisa fofa, como vai?
- Muuuuito bem. Nós só passamos aqui pra dar um oi mesmo, estamos saindo. -Roxane explicou.
- Que legal, onde vocês vão?
- Não sabemos ainda... Qualquer pub ou café, pra qualquer lugar. Passamos vários fins de semana só em raves e boates, hoje nós vamos descansar um pouco disso tudo. -Gary disse e eles riram. - Vamos?
- Sim, vamos. -Roxy ergueu os olhos e mandou beijos pras duas. - Tchau meninas.
- Tchau! -elas acenaram e eles saíram da gráfica. Após ouvir o carro partindo, Vanessa olhou incrédula pra Betsy.
- Você é uma horrorosa!
A outra pôs as mãos no peito sem entender.
- Eu?! Mas o que eu fiz?!
- Não faça essa cara! Você adora cantar o Gary que eu sei. -Vanessa disse com os olhos estreitos. Betsy sorriu.
- Também né... Ô meu Deus que foi te dar um irmão gato desses! -ela exclamou e Vanessa sorriu.
- Deus e a April né? -falou. Betsy concordou e olhou no relógio.
- Oito horas. A April não disse que vocês iam fechar a gráfica todos os dias às oito?
Vanessa deu uma olhada no relógio e concordou com a amiga.
- Verdade. Tá na nossa hora, vamos? -ela perguntou e pegou as coisas, desligando todos os aparelhos.
- Vamos. -Betsy foi desligando as coisas e de repente, o celular de Vanessa tocou.
- Ai cacilda! -ela vasculhou a bolsa e tirou o celular, olhando no visor e ficando roxa.
- Quem é? -Betsy perguntou curiosa.
- Zac! -Vanessa exclamou. - Termina de desligar e fecha tudo. -ela jogou as chaves para Betsy e saiu da loja, atendendo o celular. - Alô.
- Oe!
- Oe?
- Oe!
- Zac?
- Oe!
Vanessa franziu a testa e ficou um tempo calada. Mas ein? O que ele estava dizendo? Ela ouviu uma gargalhada do outro lado da linha.
- Oe! Sou eu!
Ela sorriu.
- Ai garoto, cê fica falando desse jeito eu não te entendo! -ela disse e ouviu Zac rir mais.
- Então, tudo okay com você?
- Okay. Estou saindo da gráfica agora, Betsy está fechando tudo pra mim.
- E o que você vai fazer agora? -ele perguntou. Vanessa coçou o nariz e respondeu:
- Sei lá... Bem que eu queria fazer alguma coisa, hoje é sexta e faz séculos que passo a sexta em casa.
- Ahh ótimo. Eu quero te apresentar algumas pessoas. -ele disse.
- Pessoas? Que pessoas? -Vanessa perguntou vendo Betsy sair da gráfica com as chaves.
- Umas pessoas. Não sai da gráfica que eu te pego aí okay? Sem mais nem menos, eu estou indo. Tchau. -e desligou. Vanessa fitou o celular e olhou para a amiga.
- Meu Deus. -disse.
- Que ele disse? -Betsy perguntou. Vanessa passou os dedos pelos cabelos e olhou para a amiga.
- Que está vindo me buscar aqui. Disse que queria me mostrar umas pessoas, não sei.
- Ahhhh moleeeeque! Segura esssaaaa! -Betsy exclamou dando uns empurrõezinhos em Vanessa, que dava altas gargalhadas.
- Sua maluca!
- Mas me diz, esse Zac não trabalha não é? -a outra perguntou.
- Ahn, trabalha sim. Eu acho. Ele tem uma banda. -Vanessa respondeu indiferente. Betsy abriu a boca e exclamou:
- Jura? O que ele toca?
- Não sei. Deus, me perdoa. Eu esqueci de comentar isso com você. -Vanessa dizia.
- Comentar o quê garota?
- O nome da banda dele é Busted. -Vanessa disse escondendo o rosto com as mãos. Betsy soltou mais algumas exclamações e deu um empurrão maior na amiga.
- Sua, sua, sua! Não me diz que ele é o Zac do Busted!?
- Não sei, acho que sim! Se o nome da banda dele é Busted e o nome dele é Zac, acho que essa é a banda dele ué! -elas riram e Betsy pulou.
- Nããããão acredito!
- Eu nunca ouvi falar dessa banda, como você gosta tanto deles? -Vanessa perguntou.
- Amiga, eu tenho o dom de descobrir bandas boas, anota aí. Bom, se ele vem te pegar, eu não saio daqui. Tenho que ver o Zac! -Betsy disse e elas riram, sentando no meio fio por ali mesmo.
Naquele tempo, Vanessa lembrou da carta que Zac lhe dera no dia que ela partiu. Ela adorava ler. Lia praticamente todos os dias, era bom lembrar de tudo que ela havia passado com ele no St. Paul, afinal, era algo que ela fazia questão de não esquecer.
- Aquele ali é o carro dele? -Betsy perguntou. Vanessa levantou e deu uma olhada.
- Acho que sim. Levanta aí. -ela disse e a outra levantou. Elas viram o carro parar ali e o motor cessar. Betsy soltou um pigarro e alguém conhecido desceu. Vanessa sorriu e viu Zac se aproximar olhando pros lados.
- Olá estranha. -ele disse a abraçando e beijando sua bochecha.
- Estranha? -Vanessa perguntou vendo Zac levar um cigarro à boca. Ela coçou a cabeça. - Desde quando você fuma?
Zac olhou de Vanessa para o cigarro. Ele tragou uma última vez e jogou o cigarro fora, pisando nele. O rapaz levantou a cabeça e sorriu.
- Se você não quiser eu não fumo oras. -disse. Vanessa sorriu e apontou pra Betsy, fazendo Zac a olhar.
- Betsy. Betsy, Zac. -ela apontou para os dois. Betsy estendeu a mão para que Zac a apertasse.
- Oi Betsy. -ele disse. - Betsy, esse nome tem uma ótima sonora ein? Betsy... Betsy... Betsy!
Zac exclamou e eles riram.
- Minha mãe também gosta desse nome. -a garota disse. - Mas então, eu vou indo. Ônibus a essa hora é péssimo de encontrar.
- A Betsy é sua fã! -Vanessa exclamou, recebendo olhares temerosos da amiga. - Na verdade ela gosta da sua banda.
- Jura? Que legal cara... -Zac exclamou. - Pra onde você vai agora?
- Eu? Er... Vou pra casa. -Betsy disse.
- Sim, eu sei. Onde é sua casa? -ele tornou a perguntar.
- Ah, é duas ruas depois da minha. -Vanessa explicou.
- Entra aí, eu te deixo lá e tal. -ele disse abrindo a porta de trás pra que Betsy entrasse.
- Quê isso cara, nem precisa...
- Entra rapaz! -Zac ordenou e a garota entrou, sorrindo. - Tu entra ai. -ele disse pra Vanessa, que abriu a porta do carona na frente e entrou.
Zac entrou e deu a partida no carro.
- Quem você vai me apresentar? -Vanessa perguntou curiosa. Zac bufou.
- Curioooosa! Bom, espera. A gente vai chegar lá e você vai saber. -ele respondeu.
Uns minutos depois, o carro estava parado na frente da casa de Betsy e eles estavam se despedindo dela.
- Manda um beijo pro Luan! -Betsy disse e Zac gargalhou.
- Mando! Tchau tchau Betsy. -ele respondeu.
- Juízo. -Betsy disse e Vanessa lhe deu um abraço.
- A gente se vê segunda-feira. -disse.
- Eu te ligo antes.
Ela acenou e entrou no carro novamente.
Zac olhou pra Vanessa enquanto dirigia e abaixou a cabeça em seguida. Ela o olhou e sorriu.
- Que foi? -perguntou.
- Você vai muito à praia?
- Por quê?
- Não sei, só uma pergunta. -ele deu de ombros.
- Não gosto muito de praia.
- Você era maluca pra ir na praia. -Zac disse e Vanessa coçou o nariz.
- Me desencantei depois que fui. -eles riram.
- Enfim, vou te apresentar a duas pessoas que querem bastante te conhecer. -falou ele. Vanessa franziu a testa, confusa.
- Quem? -ela perguntou. Zac diminuiu a velocidade e parou o carro.
- Uns amigos meus. -ele abriu a porta, vendo a outra fazer o mesmo. Ele ativou o alarme e Vanessa olhou ao redor. Estavam na praia. Era sim a praia, ela sentia o vento. Mentirosa, ela adorava a praia! Zac se pôs ao lado dela e enfiou as mãos nos bolsos.
- Seus amigos são vendedores de picolé? -ela perguntou. Zac riu.
- Mesmo se fossem não ia fazer sentido vender picolé a noite. -ele disse. - A praia é um ótimo lugar quando anoitece.
Ela concordava. Deu mais uma olhada ao redor e suspirou, era verdade. A praia era linda a noite. As luzes vindas dos postes e dos restaurantes que ficavam à beira mar. E dos prédios e das locações próximas dali. Era tudo muito iluminado. E o céu ajudava.
- Verdade. -Vanessa disse. Zac a olhou e depois, deu uma olhada em um restaurante Mexicano que ficava do outro lado da rua.
- Nós vamos pra lá. -ele apontou. - Vamos.
Vanessa o acompanhou, atravessando a rua e entrando no restaurante. Tinha mesmo cara de restaurante mexicano. Era tudo em madeira. Madeira muito verde e enfeites esquisitos.
- Você demorou Efron. -ela ouviu alguém dizer e girou os olhos a tempo de ver Zac abraçar um rapaz com os cabelos igualmente estranhos.
- Eu tive que resgatar a donzela. -ele apontou Vanessa e ela sorriu, vendo outro rapaz levantar e cumprimentar Zac.
- Senta aí com a sua... Donzela. -ele disse e Zac sorriu, puxando uma cadeira e vendo Vanessa fazer a mesma coisa.
Ela abaixou a cabeça, meio perdida. Afinal, eram aqueles os amigos que ele queria a apresentar?
- Então, Vanessa... -Zac disse. - Estes são Marcos... -ele apontou o rapaz que havia falado primeiro; ele juntou as mãos, a cumprimentando de um jeito bem japonês.
- Aishiteru. -ele disse. Vanessa sorriu.
- Eu entendo o que você fala. Fiz curso de japonês por dois anos. -ela disse deixando Marcos vermelho. Ele sorriu.
- Finja que já nos conhecemos há séculos! -ele exclamou e ela riu mais.
- Mesmo eu tendo afundado nessa conversa multi-cultural, esse aqui é o Luan. -Zac apontou e o rapaz estendeu a mão.
- Sou inglês e não abro. -ele disse fazendo todos rirem e Marcos entortar a boca.
- O que você tem contra as culturas nipônicas? -ele perguntou ofendido.
- Nada ué. Só você que cismou com o Japão desde que conheceu aquela menina, a... A... -Luan coçou a cabeça confuso.
- Naoko! Naoko Tamasaka! -ele disse suspirando. - Ela não sabe falar inglês direito cara...!
Eles riram.
- Ah! Luan! -Zac exclamou e o outro virou. - A Vanessa tem uma amiga que te mandou um beijo. HAHAHA.
Luan olhou pra Vanessa.
- Verdade? -perguntou.
- Sim! Ela tem umas fotos suas pregadas no mural dela. -ela respondeu.
- Betsy o nome dela. -Zac disse.
- Betsy. Legal, me apresenta depois. -Luan disse indiferente e Vanessa deu de ombros.
Eles ficaram ali por bastante tempo. Conversando sobre qualquer coisa e comendo umas coisas estranhas feitas de abacate que Vanessa adorou.
- Ele saiu reclamando da vida! -Luan exclamou e eles riram.
- Seu mentiroso! Eu não fiz isso! -Marcos contestou.
- Mentiroso é você! -Luan revidou rindo. Marcos bufou.
- Cala a boca seu violeiro. -disse.
- Violeiro é o avô! -o outro se defendeu.
- Ahhhn, então você conheceu o vô Péricles. -Marcos disse pensativo. - Ele realmente gostava de uma viola.
Todos riram e Luan o estapeou.
- Tive uma idéia... Que tal nós irmos na praia? -Zac perguntou. Luan olhou no relógio.
- Ih cara, nem dá. Tenho que ir pra casa. -ele disse.
- Verdade. Também preciso fazer umas coisas. -Marcos falou. Zac olhou pra Vanessa.
- Ah, eu não tenho nada pra fazer.
- Então... Divirtam-se. A gente precisa ir. -Marcos e Luan levantaram.
- Vanessa, foi um grande prazer conhecer você. -Luan disse e ela sorriu.
- Ótimo conhecer vocês também.
Eles se despediram e os rapazes saíram do restaurante. Zac olhou pra Vanessa e sorriu, levantando.
- Vamos?
- Erm... Zac, o que nós vamos fazer na praia? -ela perguntou. O rapaz pagou a conta e eles foram em direção à porta do restaurante.
- Não sei. O que você sugere? -ele perguntou. Vanessa coçou a cabeça e ficou calada.

Meia hora depois, eles tavam na praia, tomando litros de refrigerante sem enjoar, tomando garrafas de vinho sem cansar e o som do carro de Zac estava ligado. Eles estavam debochando das músicas ruins que passavam na rádio de hoje. Onde estava o hard rock?
- Te juro que se INXS tocasse na rádio, as pessoas iam sintonizar bem mais. -ele comentou.
- Poison também merece um espaço nas rádios! -Vanessa exclamou. - Nossa. E Alice Cooper?
Zac gargalhou e deu um pulo.
- Estamos lembrando das melhores bandas, sabe? -ele disse. - Mas enfim, as bandas de hoje são legais.
- São? Você acha? -Vanessa perguntou. - Ráá, você ouve algo parecido com o que tocava na nossa época nas rádios?
- Não, mas... Ah, vai dizer que você não gosta de Creed!? -ele perguntou fazendo a garota rir.
- Dá pro gasto. Mas o que não pàra de aparecer são essas bandas New Metal. Bandinhas iguais do tipo Linkin Park e Limp Bizkit. -Vanessa disse com desprezo.
- Opa, opa, opa! Pera lá! Não fala assim do Linkin Park, eles criaram algo totalmente novo! Assim, os caras são gênios meu! -Zac contestou fazendo Vanessa abrir a boca, contrariada. - Além deles serem letristas, tipo, DEMAIS, eles criaram uma coisa que os caracteriza totalmente! Sabe? E eles fazem aquilo muito bem!
- Não acredito que você gosta de Linkin Park... -Vanessa dizia decepcionada.
- Você não deveria dizer isso, você está sendo muito má. -ele disse. - Já parou pra ouvir realmente o som dos caras ou você formou sua opinião baseado no que os outros dizem sobre eles? Tipo, "Ah, Linkin Park é aquela banda ruim que os pivetes de 10 anos escutam! Vou ouvir Creadle of Filth por que é mais do mau!" essa opinião é muito idiota, fala sério. -Zac disse. Vanessa fixou o olhar nele, ouvindo. - Eles não fazem mal pra ninguém, eles só fazem o trabalho deles.
- É, mas não consigo gostar deles... É fato. -Vanessa falou. Zac balançou a cabeça.
- Você tem todo o direito de gostar ou não gostar, mas... Meu, você falar de "bandinhas como eles" é meio revoltante, por que o Linkin Park é uma banda com influências como Depeche Mode, Deftones, Aphex Twin, Stone Temple Pilots, Nine Inch Nails e mais algumas aí! Tipo, bandas respeitadas, bandas fodas! -ele exclamou e Vanessa riu. - Você pode não gostar do que eles tocam, mas eles são músicos excelentes, são alguns dos melhores letristas que uma banda pode ter e o som deles é autêntico. Gosto deles por isso. [N/A: Essa é a minha opinião. Talvez ele não pense assim :)].
- É né... Tem gosto pra tudo. -Vanessa deu de ombros e ficou calada. De repente, ela lembrou de uma coisa que iria comentar com ele. - Zac?
- Sim? -Zac deitou-se na areia de barriga pra cima e parou os olhos no céu.
- Você lembra da carta que me entregou no dia que eu saí do lar? -ela perguntou deitando ao lado dele na areia.
- Lembro. -Zac sorriu e piscou os olhos algumas vezes, mirando as estrelas. - Eu estava muito depressivo aquela semana... Nossa, como eu fui dramático na carta! -ele disse e Vanessa riu.
- Foi dramático, mas as palavras foram lindas e sinceras, eu não consigo passar dois dias sem ler. -ela confessou. Zac virou-se para olhá-la e sorriu.
- Eu não tinha nenhuma lembrança sua. -ele suspirou. - Sim, tinha as minhas memórias, mas... Nada que eu pudesse olhar ou pegar ou ler e lembrar de você.
Vanessa virou-se para olhá-lo também. Ela poderia passar anos olhando Zac nos olhos. Era a melhor sensação do mundo! Ele se aproximou mais dela e deslizou os dedos dos cabelos para o rosto de Vanessa, sem tirar os olhos dela.
- Eu saí do lar e a primeira coisa que fiz foi te procurar. Procurei como um louco. -ele abaixou o olhar. - Mas não encontrei, droga, fiquei péssimo. Mas fiquei mais tranquilo quando chequei os aquivos de óbito e me certifiquei que você não havia morrido.
Eles riram e Vanessa olhou o céu novamente, ouvindo o locutor anunciar uma música que ela adorava.
- Oh meu Deus, eu amo essa múúsicaaa! -ela gritou levantando e começando a dançar pela areia, cantando junto com o rádio. Zac sentou na areia, abraçando as pernas e sorriu ao ver a cena. Vanessa girando na areia da praia, cantando:

"Kiss me, out of the bearded barley,
Nightly, beside the green, green grass;
Swing, swing, swing the spinning step
you wear those shoes and I will wear that dress".

Zac conhecia aquela música. Luan adorava cantarolar quando estava bêbado. Ele não pôde deixar de sorrir quando viu Vanessa cantar mais alto:


"Oh, kiss me! Beneath the milk twilight,
Lead me outon the moonlight floor,
Lift your open hand,
Strike up the band and make the fire flies dance,
Silver moon's sparkling,
So kiss me".

Ela estendeu a mão pra ele e o chamou:
- Vem! -exclamou. Zac balançou a cabeça negativamente.
- Não vou dançar Sixpence com você! -ele bradou. Vanessa sorriu.
- Vem Zac, vem! -repetiu. Ele tornou a negar. Vanessa bateu o pé e apontou para a areia. - Zac Efron, vem aqui!
Zac revirou os olhos e viu a outra sair dançando, cantarolando o restante da música:

"Kiss me down by the broken tree house,
Swing me upon it's hanging tire,
Bring, bring, bring your flowered hat,
Well take the trail marked mon your father's map".

- Oh kiiiissss meeee! -Vanessa cantou empolgada. Zac bufou rindo e olhou pra ela novamente.
- Isso é convidativo ein?! -ele disse. Vanessa gargalhou e o locutor da rádio começou a dizer umas coisas sem sentido e logo anunciou outra música, que Vanessa berrou e berrou e pulou e...
- OHHH MEEEEEEEU DEEEEEEEEEEEEUS, EU AAAAMO ESSA MÚÚÚSICAAAAA! -ela berrou. - HOJE DEVE SER MEU DIA!
- Nossa, essa é bem clássica. -Zac disse ouvindo a música começar a tocar:

"And I'd give up forever to touch you,
Cause I know that you feel me somehow,
You're the closest to heaven that I'll ever be,
And I don't want to go home right now".

Zac levantou e estendeu a mão para ela, fazendo uma reverência:
- Me concede esta dança? -ele perguntou. Vanessa arqueou uma sobrancelha e segurou a mão do rapaz:
- Mas é claro.
Zac se pôs na frente dela e a abraçou, gentilmente. Eles começaram a dançar no ritmo da música.

"And all I can taste is this moment,
And all I can breathe is your life,
Cause sooner or later it's over,
I just don't want to miss you tonight".

Aquela música parecia estar mesmo tocando pra eles. Zac a trouxe mais pra perto, deixando seus corpos colados. Vanessa enterrou o rosto no peito dele, sentindo a mão do rapaz pousar na sua cabeça.
A sensação era melhor do que olhar nos olhos um do outro eternamente. Eles preferiam ficar abraçados por todo o sempre, era mais proveitoso. Zac sentiu Vanessa envolver os braços no pescoço dele firmemente, e sentiu que ela estava confiando nele, ele não sabia, mas teve aquela sensação. Ele sempre lembrava de Vanessa, era inevitável não lembrar, mas estava aliviado de alguma forma. Talvez por estar tendo a garota em seus braços novamente, mesmo que fosse apenas por aquela noite, não ia importar. Ele sentia que se não pudesse sentir aquilo novamente, não ia ser o mesmo Zac.

"And I don't want the world to see me,
Cause I don't think that they'd understand,
When everything's made to be broken,
I just want you to know who I am".

- Cidade dos anjos era meu filme favorito. -Vanessa disse enquanto eles dançavam por ali. A praia estava deserta, o clima era perfeito.
- É um ótimo filme. -concordou Zac.
- E a música também. -a outra disse. Zac sorriu e falou:
- Claro.

"And you can't fight the tears that ain't coming,
Or the moment of truth in your lies,
When everything feels like the movies,
Yeah you bleed just to know you're alive".

- Por que você não veio comigo? -Vanessa perguntou, sem erguer o rosto.
- Mas ein? -Zac perguntou sem entender. A garota se afastou dele.
- Quando eu saí do lar. Por que você não veio comigo?! -ela perguntou. Zac coçou a testa e desviou o olhar. Não tinha a resposta para aquela pergunta, ele simplesmente não sabia por que havia ficado lá! - Se você me amava tanto quanto dizia, por que você não veio comigo, Zac?!
- Eu fiquei com medo! Sabe, entende! Você e o Gary sempre foram muito corajosos e se quer saber, tiveram sorte de conhecer a April! E se não tivessem conhecido? O que seria de vocês? Seriam mendigos, catadores de lixo?! Vanessa, tenta entender... Nós éramos orfãos! Sabe? O-r-f-ã-o-s. Não tinhamos ninguém por nós!
- Eu tinha você! -ela exclamou. - Você sempre foi a pessoa mais importante da minha vida, você sempre foi tudo pra mim, Zac! Você era a minha família! -ela disse sentindo uma dor esquisita na barriga. Zac pousou os braços em cima da cabeça e olhou pros lados, vendo a outra desviar o olhar e virar para o mar. Ele se sentiu mal naquele momento. Ela tinha razão, ele fora estúpido por ter ficado amedrontado. Estúpido!
- Vanessa... -ele foi até ela, mas Vanessa se afastou murmurando "sai". - Volta aqui... Ei! Vanessa! Não foi tão fácil assim pra mim, acredite! Sabe, você também era tudo o que eu tinha! Você era meu apoio, meu tudo! Eu só tinha você, mais ninguém! O que você acha que eu senti quando você foi embora?! Acha que eu sorri e abri um champanhe? Não Vanessa, eu chorei por sete noites, sem parar! Eu só conseguia pensar em você, se você estava bem, onde você estava, se você não estava com frio ou com fome!
Vanessa sentiu algumas lágrimas descerem silenciosas e passou as costas da mão no rosto, limpando. Zac foi até ela e encostou as mãos nos ombros dela, mas Vanessa saiu de perto dele novamente.
- Aqui, você vai me evitar agora é? -ele perguntou irritado. Vanessa não respondeu e continuou parada, olhando o mar.
Na verdade, ela não queria que Zac se afastasse. Ela queria tê-lo cada vez mais perto, era isso, mas não sabia como agir com isso, não sabia!
Zac ouviu a garota soluçar e coçou a cabeça. Fizera ela chorar? Mas que...! Sabe o pior dos momentos confusos? Ele sabia que não podia se envolver com ela novamente, tinha bons motivos. Ele havia perdido as esperanças de encontrar Vanessa, prometeu pra si mesmo que iria viver e caso eles se encontrassem, iriam ser amigos. Impossível.
- Não posso com isso se você chorar. -Zac murmurou cansado. Vanessa - que antes chorava silenciosamente - passou a soluçar sem parar. Zac estapeou a própria perna e foi até ela, virando-a sem cerimônia e lhe abraçando forte. Ele sentiu Vanessa enterrar a cabeça em seu peito novamente e apertou as costas dela com os braços. As lágrimas dela molhavam sua camisa, mas ele não se importava.
Até aquele momento, ela estava com os braços abaixados. Mas o que estava acontecendo com ela? Aquele era Zac! Zac! Por que ela estava fazendo aquilo com ele? Ela envolveu os braços no corpo dele com força e desejou que ele não a largasse. Não até aquilo passar.
- Fique comigo. -ela murmurou. Zac piscou algumas vezes e deu um longo suspiro. - Não me deixe de novo, fique comigo.
Ele não podia fazer aquilo! Não podia! Mas que droga, por que as coisas tinham que acontecer em momentos impróprios? Era fato, Zac a amava. Na verdade, nunca deixou de amar.
- Eu nunca deixei você. -ele segurou no queixo dela e fez a garota olhá-lo. - Nunca.
Vanessa piscou algumas vezes antes de ver Zac aproximar seu rosto do dela. Ela fechou os olhos e sentiu os lábios dele tocarem levemente os seus. Aqueles lábios. Aqueles que ela, todos os dias, sonhava em beijar novamente. Mesmo que apenas por uma noite. Seu amor por Zac não tinha explicação. Era algo que ela só precisava sentir, não havia necessidade de explicações. E ela só queria sentir o amor dele também.
Um tempo depois, eles ainda estavam na praia, agora sentados na areia, um ao lado do outro. Pelo menos naquele momento, Vanessa se sentia feliz por estar com ele. Zac passou o braço pelos ombros dela e fez com que a garota encostasse a cabeça no peito dele. Ele não estava pensando nas consequências, só queria aproveitar o momento.
O celular de Zac tocou e ele o puxou do bolso resmungando.
- Se for o Marcos dizendo que... -ele falou, mas se calou instantaneamente ao olhar o visor. Sentiu um arrepio percorrer por todo seu corpo e uma dor na consciência...
- Quem é? -Vanessa perguntou passando a mão pelos cabelos dele. Zac olhou pra ela e levantou, atendendo ao celular.
- Alô... -ele falou. Vanessa levantou também e ficou ouvindo. - Eu... Não, eles já foram pra casa... Sim, na ver... Alicia, quer deixar eu falar?! -ele exclamou e olhou pra Vanessa, que estreitou os olhos sem entender. - Eu já estou saindo daqui, não precisa ficar preocupada... Certo, tchau... -ele esperou um tempo antes de desligar e olhou pra Vanessa. - Também. -e finalmente fechou o flip, olhando-a.
- Quem era? - a garota perguntou curiosa. Zac sentiu o rosto suar. Sabia que iria ter de contar a Vanessa qualquer dia. Ele não havia tocado no assunto desde que tinha encontrado com ela novamente. O problema é que não sabia como contar. E agora que havia finalmente feito o que tinha decidido não fazer - se envolver com ela - não sabia MESMO como dizer isso. Tinha até medo da reação dela.
- Era... A.... -ele suspirou. - A Alicia.
Vanessa franziu a testa.
- Quem é Alicia? -perguntou. Zac estava encrencado. Não tinha nem mais o que pensar. Ia falar tudo de uma vez logo... Só queria saber se conseguia:
- Ela... Ela... -Zac tossiu. - Ela divide um apartamento comigo.
Era bem visivel que ele estava nervoso. Depois de uns minutos incríveis com Vanessa, tinha mesmo que complicar assim? Vanessa abaixou a cabeça e deu um sorriso sarcástico. O cérebro de Zac trabalhava depressa. Era como um fugitivo arquitetando um plano para despistar a polícia, mas ele não queria despistar, ele queria falar! Mas não sabia como!
- Divide o apartamento? -ela perguntou confusa. - Ah... Eu... Zac, por que você está...?
- Vanessa, escute. -ele segurou os ombros dela e olhou firme em seus olhos. - Eu quero muito te falar isto, mas não sei como, acho que de certa forma eu me sinto um cafajeste, não sei... Imbecil talvez.
- O que houve? -ela perguntou. Zac suspirou e disparou:
- Quando eu saí do lar, eu te procurei, fiz tudo pra te encontrar, mas não encontrei, Vanessa. Passei um ano te procurando e não te encontrei! -ele exclamou. Vanessa franziu a testa ainda confusa. - E prometi pra mim mesmo que ia deixar as coisas acontecerem, eu ia viver com as oportunidades que a vida iam me dar e... Eu não imaginava que você ia aparecer novamente e que ia mexer comigo mais uma vez.
- Zac, você está me assustando. -ela murmurou.
- E aí a Alicia apareceu! -ele exclamou.
A expressão da garota mudou repentinamente. Antes era confusão, agora era compreensão mais incredulidade.
- Ela era muito boa pra mim... -ele dizia. - Eu gostei dela. Achei que se eu encontrasse uma companheira, eu não sei... Talvez eu pudesse voltar a ser feliz. -ele explicou. Vanessa mantinha a cabeça baixa e agora sim, ela não sabia o que pensar. - Você... Você precisa saber que... Eu nunca esqueci de você! Nem nunca esqueceria, é impossível!
Ela agora respirava com força. Então... Zac havia ficado com ela ali, naquele momento, comprometido? Não, ela não se importava se ele tinha alguém. Mas é claro que não, eles passaram três anos longe um do outro, ela podia muito bem ter tido algo com Jonathan Lewis! O que a incomodava era que... Ele não tinha comentado nada disso com ela. Não tinha dito nada! Apesar disso tudo, ela ficava muito triste. Mas é claro, Zac sempre foi o único que ela teve, antes de encontrar April. A vida dela sempre foi resumida nele e na saída desesperada do lar. Não sabia o que fazer ou pensar.
- Ela é sua namorada? -ela perguntou. Zac piscou.
- Noiva. -respondeu. Vanessa tapou a boca com as mãos e parou o olhar em Zac. Noiva? Como assim ele ia casar com alguém e não tinha LEMBRADO de contar?
- Não acredito. -ela murmurou. Ele fechou os olhos e passou a mão na testa. - Não acredito que você não me disse nada...
- Eu ia te falar...
- Você deixou que eu tivesse esperanças de algo entre nós novamente! Você não me disse nada Zac, por que?! -ela perguntou incrédula. - Por quê?!
- Eu não sabia como te falar! -ele exclamou. Vanessa se virou para o mar como da última vez e ficou de costas para ele. - Eu não sabia qual ia ser a sua reação!
- O que você achava que eu ia fazer? Ein? Achava que eu ia te bater ou gritar?! Você faz o que você quiser da sua vida! Ela é sua! -ela bradou.
Agora foi. Agora Vanessa ia dizer que ele devia ter contado pra ela? Era isso? Mas que porcaria, se ele tivesse contado ela ia fazer exatamente o que disse que não ia fazer. Ele só tentou fazer a coisa certa oras!
- Eu tentei proteger você... -Zac tentou falar.
- ME PROTEGER? -ela bradou. - Então você fez a maior merda, por que... -ela sentiu o estômago fraquejar e os olhos arderem novamente. - Se você quisesse me proteger, não teria se aproximado de mim de novo.
- Como eu posso não me aproximar de você?! -perguntou incrédulo.
- Não sei! -ela pegou a bolsa no banco da praia. - Zac... -ela enxugou as poucas lágrimas, ajeitou o cabelo e foi andando.
- Ei! Onde você vai? -ele perguntou indo atrás dela. Vanessa ia para a rua.
- Chamar um táxi. -respondeu.
- Isso é loucura! Ei, volta aqui! -ele pegou o braço dela. - Tudo bem. Tudo bem, eu devia ter te contado, mas... Poxa, eu pensei que estava fazendo a coisa certa. Perdão se eu compliquei mais as coisas, mas...
- Complicou. -Vanessa disse olhando pra ele.
- Sei que compliquei, mas eu preciso que você me perdoe. -ele suspirou. Vanessa abaixou a cabeça e levantou em seguida.
- Tudo bem Zac, eu te perdoo. Mas... Você me arrasou aqui hoje. -ela falou cansada. Zac sentiu mais uma vez aquele peso na consciência. Ela tinha razão.
- Não era a minha intenção. -Zac disse cabisbaixo. - Me deixa te levar pra casa?
Ela abaixou o olhar e suspirou. Afinal, ela não ia manter Zac longe por muito tempo. O que ela queria era que ele fosse pra longe, era que ele explodisse, mas não ia ser possível. Se ele sumisse, ela sumia junto.
- Tudo bem. -ela o olhou. - Zac... Vamos fazer uma coisa?
- O quê?
- Vamos... Vamos esquecer tudo isso que aconteceu aqui hoje. -ela disse, com dificuldade, mas disse. - Tudo o que nós tivemos no passado foi lindo. Foi muito lindo, mas agora nós temos outras vidas.
MAS EIN? ELA ESTAVA LOUCA? COMO PODIA SUGERIR ALGO ASSIM? Por mais que ele repudiasse a idéia, era a única opção no momento. Sem chance abandonar Alicia às vésperas do casamento.
- É. É melhor. -ele disse. Vanessa sentiu seu coração diminuir. Aquilo doía mais do que qualquer outra coisa. Ela forçou um sorriso. Ia fazer de tudo pra ter a melhor das amizades com Zac. Embora os sentimentos dela não fossem bem esses.

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